O britânico Stephen Hawking é um dos maiores físicos teóricos da
História, diretor do Centro de Cosmologia Teórica na Universidade de Cambridge
e vencedor de inúmeros prêmios acadêmicos. Entre os seus trabalhos estão a
descoberta que os buracos negros emitem radiação e colaborações em teoremas de
singularidade gravitacional. Nos últimos anos, tem se dedicado ao debate sobre
inteligência artificial, mas apesar de todo o conhecimento científico, admite
que um mistério muito o intriga: as mulheres.
— Mulheres. Meu assistente pessoal me lembra que, apesar de eu
possuir um Ph.D. em Física, as mulheres devem continuar sendo um mistério —
brincou Hawking ao ser questionado por um internauta do fórum Reddit sobre qual
seria o mistério que mais o intrigava.
A participação de Hawking no “AMA” (”Ask Me Anything“,
pergunte-me qualquer coisa) no Reddit foi anunciada em julho, mas as respostas
foram publicadas apenas nesta quinta-feira. O físico revelou algumas questões
pessoais, como ter “”, de Rod Stewart, como música preferida, e “Jules e Jim”,
na versão de 1962, como filme predileto. E o último programa que considerou
hilário não poderia ser outro: “The Big Bang Theory”.
Fora as amenidades, Hawking focou sua atenção nas perguntas
sobre inteligência artificial. De acordo com o físico britânico, os riscos
envolvidos no desenvolvimento de superinteligências “não são de malícia, mas de
competência”. O temor não é que um cientista maluco crie um exército de robôs
maus, como em alguns filmes de ficção, mas que as máquinas se tornem tão
competentes em alcançar seus objetivos que acabem prejudicando a Humanidade.
— Você provavelmente não é uma pessoa que odeia formigas e pisa
nelas por malícia, mas se estiver à frente de um projeto hidrelétrico de
energia verde e existir um formigueiro na região que será alagada, azar das
formigas — exemplificou Hawking. — Não vamos colocar a Humanidade na posição
dessas formigas.
O cientista explica que, atualmente, as máquinas são criadas
para realizar determinadas tarefas e cumprir metas. O problema, diz o
cientista, é que, no futuro, máquinas extremamente inteligentes podem
desenvolver formas de adquirir mais recursos para alcançar suas metas mais
facilmente, e isso pode se tornar um problema para o homem.
Outro temos é que as inteligências artificiais se tornem
melhores que os humanos no desenvolvimento de inteligências artificiais. Se
isso acontecer, diz Hawking, “nós talvez enfrentemos uma explosão da
inteligência que, por fim, vai resultar em máquinas cujas inteligências vão
exceder a nossa mais do que a nossa excede a das lesmas”.
Mas não são apenas as máquinas que devem ser temidas, mas também
a ganância humana. Com o desenvolvimento de cada vez mais máquinas, é possível
vislumbrar um mundo sem o trabalho, com robôs produzindo bens e riqueza.
— Todos podem desfrutar de uma vida de luxo e lazer se a riqueza
produzida pelas máquinas for compartilhada, ou a maioria das pessoas pode
acabar miseravelmente pobre se os proprietários das máquinas conseguirem fazer
lobby contra a distribuição da riqueza. Até agora, a tendência parece
acompanhar a segunda opção, com a tecnologia aumentando cada vez mais a
desigualdade — disse Hawking.
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