sexta-feira, 23 de outubro de 2015

É o apego à riqueza que divide a humanidade



Em homilia no ultimo fim de semana, o Papa Francisco condenou o apego, fruto da exterioridade que não nos permite perceber o sentido real da fé cristã. Na certeza de que fomos gerados pela palavra, e a palavra é o próprio o verbo encarnado, temos que perceber que o apego é aquilo que nos cega, que nos faz andar por caminhos distantes da vontade de Deus.
Papa Francisco, de forma dura e catequética, acenava ao declínio da humanidade pelo apego ao dinheiro e a riqueza. “Jesus não condena a riqueza, mas o apego à riqueza que divide as famílias e provoca as guerras”, disse o papa.
Não podemos esquecer que o apelo ao dinheiro é uma idolatria e que não é possível servir a dois senhores, como diz a passagem bíblica do capítulo seis do evangelho segundo Lucas. Jesus não é contra a riqueza ou ricos que detém muito dinheiro. Ele adverte o risco de colocar toda a segurança no dinheiro, fazendo da religião uma agência / apólice de seguros.

Vivemos em uma modernidade líquida que não valoriza mais o amor entre a família, o amor pelos filhos, pelos irmãos, pelos pais, pelos amigos. Vivemos em um tempo onde não existe mais sonhos e utopias coletivas, mas um emaranhados de projetos egocêntricos e individualistas.
Um Deus que é tão próximo não daria um modelo de sociedade que escravizasse, que aprisionasse e ainda que distancie uns dos outros ou os outros com Ele. Por trás das riquezas materiais está camuflada a solidão, a depressão, a tristeza.
Francisco recordou a parábola contada por Jesus, sobre um homem rico, que teve uma colheita abundante e estava cheio de riquezas, mas em vez de pensar em compartilhar um pouco com os trabalhadores, só pensou investir para ganhar ainda mais. “A sede do apego às riquezas nunca termina. Se você tem seu coração ligado à riqueza – quando você tem tanta – você quer mais. E este é o deus da pessoa que está apegada às riquezas”.
A pobreza não é só o desapego ao acúmulo de capital, mas é estar disposto a ser pobre para servir o outro. Desapegado de si mesmo, para viver um projeto político-social-espiritual de forma coletiva. O sinal da sabedoria é o dar sem esperar receber, é ter o maior amor por Deus e seu projeto de vida que o apego às riquezas.
O caráter pedagógico do cristianismo é o amor. Isso permite o homem a perceber que só encontra o amor em Deus, pois “Deus é amor” (1Jo 4, 16b). Jesus, a palavra viva, nos inspira cotidianamente a sair do comodismo e das possibilidades que nos distanciam do amor e do amar.
Inspirado em uma prece exposta nas redes sociais pela missionária da Comunidade Canção Nova, Regiane Calixto, “Peçamos a Deus a graça de estar livres desta idolatria, do apego às riquezas; a graça de olhar para Ele, tão rico em seu amor e tão rico em generosidade, na sua misericórdia; e a graça para ajudar os outros com o exercício da caridade, mas como ele faz.”

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