Em homilia
no ultimo fim de semana, o Papa Francisco condenou o apego, fruto da
exterioridade que não nos permite perceber o sentido real da fé cristã. Na
certeza de que fomos gerados pela palavra, e a palavra é o próprio o verbo
encarnado, temos que perceber que o apego é aquilo que nos cega, que nos faz
andar por caminhos distantes da vontade de Deus.
Papa
Francisco, de forma dura e catequética, acenava ao declínio da humanidade pelo
apego ao dinheiro e a riqueza. “Jesus não condena a riqueza, mas o apego à
riqueza que divide as famílias e provoca as guerras”, disse o papa.
Não podemos esquecer que o apelo ao
dinheiro é uma idolatria e que não é possível servir a dois senhores, como diz
a passagem bíblica do capítulo seis do evangelho segundo Lucas. Jesus não é
contra a riqueza ou ricos que detém muito dinheiro. Ele adverte o risco de
colocar toda a segurança no dinheiro, fazendo da religião uma agência / apólice
de seguros.
Vivemos em
uma modernidade líquida que não valoriza mais o amor entre a família, o amor
pelos filhos, pelos irmãos, pelos pais, pelos amigos. Vivemos em um tempo onde
não existe mais sonhos e utopias coletivas, mas um emaranhados de projetos
egocêntricos e individualistas.
Um Deus que
é tão próximo não daria um modelo de sociedade que escravizasse, que
aprisionasse e ainda que distancie uns dos outros ou os outros com Ele. Por
trás das riquezas materiais está camuflada a solidão, a depressão, a tristeza.
Francisco
recordou a parábola contada por Jesus, sobre um homem rico, que teve uma colheita
abundante e estava cheio de riquezas, mas em vez de pensar em compartilhar um
pouco com os trabalhadores, só pensou investir para ganhar ainda mais. “A sede
do apego às riquezas nunca termina. Se você tem seu coração ligado à riqueza –
quando você tem tanta – você quer mais. E este é o deus da pessoa que está
apegada às riquezas”.
A pobreza
não é só o desapego ao acúmulo de capital, mas é estar disposto a ser pobre
para servir o outro. Desapegado de si mesmo, para viver um projeto
político-social-espiritual de forma coletiva. O sinal da sabedoria é o dar sem
esperar receber, é ter o maior amor por Deus e seu projeto de vida que o apego
às riquezas.
O caráter
pedagógico do cristianismo é o amor. Isso permite o homem a perceber que só
encontra o amor em Deus, pois “Deus é amor” (1Jo 4, 16b). Jesus, a palavra
viva, nos inspira cotidianamente a sair do comodismo e das possibilidades que
nos distanciam do amor e do amar.
Inspirado em
uma prece exposta nas redes sociais pela missionária da Comunidade Canção Nova,
Regiane Calixto, “Peçamos a Deus a graça de estar livres desta idolatria, do
apego às riquezas; a graça de olhar para Ele, tão rico em seu amor e tão rico
em generosidade, na sua misericórdia; e a graça para ajudar os outros com o
exercício da caridade, mas como ele faz.”
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