A invasão dos produtos
chine-ses no mercado brasileiro torna-se cada dia mais ativa e imponente.
E essa pressão dos produtos importados sobre a economia nacional, especialmente
de manufaturados de origem asiática que chegam ao País em grandes volumes, tem
preocupado tanto o empresariado quanto a classe trabalhadora. Ambos os lados
temem que o movimento desenfreado de importações desestimule, de um modo geral,
novos investimentos e afete a geração de empregos, como já ocorre em alguns
setores de manufaturados.
Diante
deste cenário, representantes dos empresários e dos trabalhadores reuniram-se
recentemente na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), para pensar em estratégias conjuntas de prevenção para a indústria
nacional e principalmente, paulista. Com certeza, mais uma iniciativa feliz e
oportuna das centrais sindicais e Fiesp em realizar parcerias em prol da
competitividade da indústria nacional. Apesar da economia ter apresentado
desempenho pífio, a produção industrial ter experimentado significativo
crescimento, estamos sentindo aumento acelerado dos manufaturados.
No
início deste mês, a presidente Dilma Roussef recebeu a visita do
vice-presidente da China, Li Yuanchao e a conversa girou em torno de solução de
problemas comerciais. Dilma cobrou a promessa, ainda não cumprida, de que a
China comprará mais produtos manufaturados brasileiros; reiterou a urgência na
conclusão da compra de 60 jatos da Embraer e fez gestões para abrir caminho à
venda de milho transgênico brasileiro. A China é o segundo maior parceiro
econômico do Brasil. Em 2013 o Brasil teve um superávit de US$ 547,4 milhões
nessa relação; mas, até novembro do ano passado, registrou déficit de US$1,3
bilhão. A redução do rítmo de crescimento do País atenuou o apetite dos
chineses por matérias-primas, principais itens de importação do Brasil.
A
reunião de trabalhadores e empresários num grande evento, recentemente, fez um
diagnóstico da situação e identificou os setores mais afetados. Com estes dados
levantados, eles propuseram ideias para o governo fortalecer a economia
nacional; haja vista que estamos enfrentando uma série de problemas, sobretudo
diante dessa avalanche de importação.
A
indústria automobilística, por exemplo, setor considerado carro-chefe da
metalurgia, está importando cerca de 600 mil unidades. Essa era a produção
nacional de dez anos atrás. Quer dizer, são empregos que deixam de ser gerados
no País. O agravante é que os componentes importados são de alta tecnologia e
que cada vez mais farão parte dos produtos desenvolvidos daqui a dez anos. A
indústria nacional não detém essa tecnologia. É preciso que os setores a
adquiram e que haja um grande plano nacional para que os produtos importados
sejam feitos no Brasil.
O certo
é que as classes laboral e patronal estão juntas nesse quesito; preocupadas com
o Brasil, com o emprego, com o desenvolvimento e com o futuro. Não podemos
esperar que o prejuízo se instale para depois nos mexer. Então, vamos debater o
tema, encontrar pontos em comum e preparar propostas para o governo trabalhar
em favor do nosso País.
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