domingo, 12 de setembro de 2010
Imagem positiva ou negativa do Brasil em textos internacionais depende do tema
Após analisar 727 textos do correspondente internacional Larry Rohter, uma pesquisa constatou que a visão positiva do Brasil é mais frequente no campo cultural, esportivo e artístico, enquanto a visão negativa é mais comum no campo político e de conflitos. O estudo realizado na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP também verificou que, embora de maneira geral uma visão negativa do Brasil ainda seja predominante, um retrato positivo do País tem sido mais frequente nos últimos anos.
De autoria do jornalista Ivan Paganotti, a pesquisa trabalhou com textos do correspondente do New York Times datados de 1985 a 2009. A maioria deles foi escrito com base nas chamadas representações sociais (imagens estereotipadas), como impunidade, tráfico de drogas ou riquezas naturais. Tais estereótipos foram agrupados em quatro tipos de Brasil: o Lama, o Sangue, o Verde e o Confete. “As representações já existiam. Apenas foi sistematizado em grupos o que já era ideia comum”, explica.
Entretanto, de acordo com o estudo, nem sempre as representações sociais são usadas por Larry Rohter com o intuito de serem reafirmadas. “A maioria dos textos trabalha com reprodução das representações sociais, mas também existem aqueles que tentam alterá-las ou questioná-las e, em menor número, negá-las”, declara Paganotti.
Corrupção generalizada, pobreza e insegurança são as representações sociais mais frequentes nos textos, sendo que na maioria deles ocorreu uma reafirmação da ideia já existente. Diferentemente, a questão da democracia racial apareceu em poucos textos, mas na maioria deles o autor tentou alterá-la. “Havia uma imagem do Brasil como país com igualdade racial. Porém, isso começou a ser questionado pelos próprios teóricos e em função dos dados estatísticos. Os negros também começaram a se organizar e pressionar, o que contribuiu para mostrar que não era bem assim”, aponta.
Segundo a pesquisa, o Brasil é retratado de forma crítica quando há uma abordagem política, econômica ou de conflitos. Por outro lado, o País é mostrado de forma positiva e elogiosa, sob o viés da cultura, do esporte ou das artes. De uma maneira ou de outra, os temas que mais repercutem nos Estados Unidos são aqueles que possuem um ponto de contato com a cultura e os interesses norte-americanos. Assim, se um brasileiro lança um CD ou faz um show nos EUA, isso terá espaço na cobertura cultural de Rohter.
Processos Geofísicos
As representações sociais são as bases dos textos de Larry Rohter. Porém, segundo Paganotti, elas podem ser reorganizadas por processos geofísicos, sendo eles: sedimentação, erosão, abalos sísmicos, erupção e metamorfose. A sedimentação e a erosão, por exemplo, trabalham com a ideia de, por meio dos textos, reproduzir e acumular estereótipos recorrentes, ainda que com pequenas alterações.
Já os abalos se referem à negação de uma representação social com o intuito de refazer a visão da sociedade sobre determinado tema. Quando um novo conceito tenta ser criado no texto, há uma erupção. “Este processo, porém, apareceu muito pouco nos textos analisados”, ressalta. Por fim, a metamorfose ocorre quando alguns conceitos são alterados e transformados por meio de pressão de alguns grupos de interesse.
Falar em processos geofísicos capazes de reorganizar representações sociais faz sentido porque hoje o Brasil não é apenas citado comparativamente em matérias jornalísticas, mas também é tido como modelo, por exemplo, em sua política externa. Em textos anteriores a 1998, o País era citado apenas perifericamente, como ponto comparativo. “Se falavam da dívida externa de algum país, usavam o Brasil para dizer que aqui a divida externa era pior”, explica Paganotti, que completa: “O Brasil era visto como um paciente terminal onde nada podia ser pior. Hoje, se os textos ainda pendem a uma visão negativa, pode-se dizer que há uma tendência a melhorar”.
A dissertação Pelos olhos de um observador estrangeiro: representações do Brasil na cobertura do correspondente Larry Rohter pelo New York Times foi orientada pela professora Mayra Rodrigues Gomes, do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA.
Agência USP de notícias.
Postado por
William Junior
às
23:43
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagem mais recente
Postagem mais antiga
Página inicial
Linkbão
Oi Torpedo
Oi Torpedo Web
Click Jogos Online
Claro Torpedo
Claro Torpedo Gratis
Rastreamento Correios
Mundo Oi
oitorpedo.com.br
mundo oi torpedos
mundo oi.com.br
oi.com.br
torpedo-online
Resultado Dupla Sena
Resultado Loteria Federal
Resultado Loteca
Resultado Lotofacil
Resultado Lotogol
Resultado Lotomania
Resultado Mega-sena
Resultado Quina
Resultado Timemania
baixa-facil
Resultado Loterias
E-Scripter
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário