segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os mercadores de ilusões



As campanhas eleitorais estão de tal maneira moldadas para fazer crer às massas de eleitores que, acreditando como alento de esperança que aplaca os sofrimentos de todos os dias, passam a crer que virão coisas que estão sendo prometidas, porque os candidatos falaram na televisão, no rádio e nos comícios, pelas bocas inflamadas dos oradores.
Os mercadores de tais ilusões sabem que promessas não se cumprem, mas são artisticamente enfeitadas pelos marqueteiros, mágicos sem trapézio enquanto fazem da platéia os palhaços do circo coberto das lonas pretas dos barracos das favelas.
Mas os candidatos, principalmente ao cargo de presidente da República, já que o Estado Federativo não existe, deviam se portar com dignidade para dizer aos eleitores que estamos vivendo um Estado capitalista onde a democracia é apenas coadjuvante, desenhado o Estado de direito que nós todos estamos sabendo que apenas o elementar dos direitos coletivos estão sendo respeitados, enquanto a constituição federal fala que todos são iguais em direito e obrigações, sem quaisquer restrições, você sabe companheiro que isso é anestésico que prepara o corpo social para ver-se sangrando sob os escorchantes impostos, taxas e outras batidas de carteira que a desfaçatez das administrações públicas inventam a cada.
A constituição fala que todos os trabalhadores tem direito a salário mínimo que lhe assegure e a sua família, existência digna (comer, tratar a saúde, morar decentemente, ter escola para os filhos etc...etc.) e o que têm os trabalhadores? No capítulo dos direitos sociais, tudo é lindo como as nuvens azuis que passam vagando sob o céu...
Em resumo, a dona Dilma Rousseff, o sr. José Serra e até a dona Marina Silva (esta acha que vai passar de 12% dos votos...) estão na obrigação de dizer aos eleitores que o que manda nesta República é o capital, dinheiro que não tem pátria, enquanto que o trabalho dos assalariados é uma fonte perene de enriquecimento de uma minoria que semeia a miséria, a fome e as guerras, em defesa de suas prerrogativas de explorar a força do trabalho.
Está claro que a social democracia nunca existiu nestas paragens, mesmo que tenha sido, em delírio, ansiada por um reduzido grupo de sonhadores que foram acordados pelo barulho dos tanques de guerra esmagando o que restava das incipientes liberdades públicas.
Coube ao Partido dos Trabalhadores – PT, ao assumir o poder com a promessa de socialismo democrático jogar a última pá de cal no túmulo da social democracia, onde se projetava dar a cada um, segundo as suas necessidades e a todos de acordo com sua capacidade, para vencer os desníveis abissais em que estamos submetidos.
Basta recordar que o PT foi buscar nos hôstes do PSDB o filhote mais sadio do capitalismo internacional, o doutor Henrique Meireles, que veio de longe, depois de presidir o Banco de Boston, enquanto a maioria dos brasileiros está atolada do banco de b..., para presidir do Banco Central do Brasil, sempre com as suas taxas mais rendosas para o capital, sem jamais lembrar-se de que a sua politica, como desculpa de conter a inflação, penalizava duramente as classes trabalhadoras, notadamente o seguimento dos que ganham salário mínimo ou um pouco mais, porque o preço dos gêneros alimentícios, nos supermercados e nas biroscas das periferias subiam semanalmente, mas os índices da inflação social eram recitados como ótimos, dentro do previsto, está claro para eles que comem, dormem, moram e fazem as mais lindas viagens pelo mundo, nunca souberam quanto custa o que a massa de trabalhadores lhes paga, com sangue, suor e lágrimas.
Por isso, como está mais do que evidente de os candidatos Dilma, Serra e Marina são incapazes de mudar a ditadura capitalista que vai continuar por força dos acordos internacionais e as manobras do mercado internacional, a única coisa que resta, como brasileiro que sente consciente na realidade, não aceitar que a dona Dilma Rousseff venha a cuidar de mim, como “mãe do povo” nem o José Serra com que eu sei dele (ave Maria!) possa fazer alguma coisa além de satisfazer a plutocracia capitalista dos paulistas, muito menos ficar na expetativa de que a dona Marina vá mandar plantar hortaliças nas praças públicas e nos jardins domésticos, porque ela acha que isso estaria ecologicamente correto, vou fazer o que parece mais sensato, vou,para não votar em branco, no Plínio Arruda Sampaio, para Presidente da República, porque é sincero, apesar de não saber nada, mas diz as verdades que eu gostaria de poder dizer e, sei que não vence a corrida presidencial, mas estarei consolado de haver votado num homem de bem, nunca um mercador de ilusões.

João Neder.

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