quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Desligue o celular, por gentileza
Você se lembra do seu primeiro celular? Consegue se lembrar como era a sua vida antes deste aparelhinho mudar a sua vida? O que ninguém sabe é o que estas mudanças trarão a longo prazo para as nossas vidas. Outro dia, observei durante muito tempo um garotinho e seu pai enquanto o menino comia um lanche. De onde estava não podia escutar o que falavam, mas é possível imaginar. O pai já estava ao telefone quando se sentaram à mesa, portanto não posso afirmar de onde partiu a ligação. O fato é que, após instalar o menino e entregar-lhe o lanche, o pai continuou falando com o interlocutor distante. O menino comeu bem devagar o lanche inteirinho e começou a brincar com a caixinha do lanche e um brinquedo, com o qual conversava, fazendo mil expressões faciais. Olhava de quando em quando para o pai e esperava com um olhar de cachorrinho perdido. E o homem continuava lá, no seu diálogo cheio de risos e gestos.
O menino não desistiu até o fim. O pai não lhe perguntou se o lanche estava bom, se estava quente, se estava frio, o que tinha estudado aquele dia, como estava se sentindo. Provavelmente não sabe a cor favorita do filho, nem a canção que aprendeu na escola, nem mesmo seu super herói.
Em dado momento, o homem - ainda ao telefone - pegou o menino pela mão e foram caminhando em direção à saída. Ao passar pelo quiosque de doce, o menino apontou com o dedinho, mas o pai não estava prestando atenção. Saíram um puxando o outro, que arrastava o brinquedo pela mão.
Fiquei eu com meus botões, pensando em como os encontraria daqui a alguns anos. No meu futuro imaginário, o pai reclamaria do filho que se tranca no quarto, trocou os amigos imaginários por amigos da internet e usa fone de ouvido o tempo todo, ouvindo sabe-se lá o quê. Também vai dizer que o filho não o obedece, que não quer mais fazer programas com o pai e que entre os dois não existe diálogo.
Ou talvez não, talvez seja a última vez que aquele pai saiu com o filho sem desligar o celular, a última vez que ele deu mais importância a alguém que lhe provocava risos em vez de ouvir o que o filho dizia ao seu brinquedo. Talvez ele tenha percebido, ainda no estacionamento, que o filho queria comer um doce e tenham voltado, desta vez sem o telefone e partilhado um sorvete, risadas e histórias.
E que por isso, o futuro seja diferente.
Quem é importante de verdade para você? O que é importante de verdade para você?
Nunca sabemos quando é a última vez que estamos com alguém. Por isso cada momento com quem realmente nos importamos deve ser valorizado. Por meia hora, o tempo de um cinema, um dia inteiro, não importa. Se você está do lado de quem realmente importa, desligue o celular, por gentileza.
Estela Casagrande.
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Postado por
William Junior
às
08:39
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maravilha de texto ,so que não é somente celular TV,INTERNET e ai vai pra onde ninguém sabe,a paz
ResponderExcluirFiquei com pena do menininho :..(
ResponderExcluiré bem assim mesmo , outro dia estava observando no shopping uma mãe falando com a filha no celular , mais só que uma no primeiro andar a outro no segundo .Me fala pra q a P.... do celular. E em qq lugar as pessoas não largam o dito cujo , o q irrita tb é passar mensagens o tempo inteiro , nem na igreja pessoal perdoa mais .
XOXO