sexta-feira, 13 de março de 2015

Humanidade desamparada

Vivemos em tempos conturbados, ninguém duvida. Valores de vida essenciais vão gradativamente sendo jogados ao lixo, por uma sociedade de consumo que venera a banalização, vulgaridade e violência. Estranho mundo este, onde o correto torna-se entedioso. Onde o respeito, a compreensão, o amor e a gratidão parecem desaparecer no tormento da radicalização diária. Muita fúria, muito ódio, pouca harmonia e paz.
Nestes momentos onde a corrupção generalizada e a crise de representatividade assola a Nação, multidões saindo às ruas protestando, uma notícia pode ser emblemática no meio deste furacão da decadência. Despercebida ou não, foi noticiado na imprensa nacional: “Homem é acusado de torturar adolescente deficiente no Rio”. Explicando melhor, com perplexidade, um homem de 27 anos de idade foi detido em flagrante por torturar um menino de 13 anos, com síndrome degenerativa.
Nos jornais, muitas páginas destinadas ao desvio de recursos públicos repugnam o País, que pede cadeia para os ladrões. Entre tantos argumentos prós e contras para o petrolão, impeachment e golpe, talvez reste pouco tempo para analisar a conduta sobre o que leva a um homem a espancar um menino deficiente físico cadeirante. Desculpem, eu assisti as imagens no programa Fantástico de domingo. Permitam-me: Meu Deus do Céu, o que está acontecendo com a humanidade!? O que leva um ser humano a praticar atos monstruosos, sem nenhuma compaixão, como estes constantemente exibidos em rede nacional?
Mais difícil ainda é assimilar que a barbárie no mundo torna-se corriqueira. De tão repetitiva, já não nos surpreende. Errado! Acostumar-nos com a ideia de uma humanidade primitiva que parece viver às cegas, não pode mais ser tolerado. A este monstro no Rio de Janeiro, como a outros tantos que torturam seres indefesos no Brasil e mundo afora, meu mais profundo sentimento de indignação, e votos de que a justiça seja implacável.
Como tantos, desejo viver em um mundo mais humano e, de preferência, sem nenhuma crueldade. Inatingível? Não importa. Enquanto houver vida deve haver esperança. No momento em que abandonarmos a convivência, a equidade e a justiça, estaremos riscando as palavras do Barão de Montesquieu, “a injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos”.


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