A água não é insípida, incolor
e nem inodora como é ensinado nas escolas. A água é a maior substancia do
planeta, constitui o nosso corpo e, por culpa do homem e a sua ambiciosa
pretensão, ainda não conquistada – diga-se de passagem –, de desenvolvimento econômico
e social, constituísse, concomitantemente, – a água, claro – no mais
complexo problema humano hodierno. Mais de 2.000.000 – dois milhões de pessoas
– morrem por falta d’água e, a maioria pensa que não, mas defecamos, ou melhor,
cagamos nela, literalmente, todos os dias e, como mencionei em diversos artigos
– e o misericordioso leitor assíduo haverá de recordar, espero – que
depois da disseminação do tal do vaso sanitário, na “segunda metade” do século
“passado”, passamos a chamar o tal vaso de “trono”, como se fossemos deuses ou
deusas, reis ou rainhas e, ainda mais, detentores dos poderes que nos foram
outorgados pelos “produtos” da industrialização, com um simples acionamento dum
botão, ou o puxamento duma cordinha, podemos ver os nossos dejetos, nossos
“cocôs”, centrifugando numa água outrora límpida, que fervida, ou tratada, com
uma gotícula de cloro, por exemplo, “salvaria” a vida de pelo menos meia dúzia
de pessoas que morreram em algum lugar do planeta, inclusive no “nosso país”,
em decorrência da falta do precioso líquido. Mas este, realmente, não é o cerne
do problema, afinal, já estão em pleno funcionamento usinas que reciclam tal
água, separando-a do “chorume”, que é transformado em biocombustível.
O
problema da escassez de água no Brasil decorre do fato do setor agroindustrial
consumir mais de 80% – oitenta por cento – da água concorrendo de longe com o
consumo de água dos seres humanos nas cidades, que não chega a 10% – dez por
cento. Bem isto demonstra para qualquer idiota em matemática, ou cálculos, como
eu, que a redução do consumo humano pouco contribuirá para a resolução do
problema, Só um exemplo. O setor agropecuário consome, “arredondando para
menos”, 70% – setenta por cento – da água e desperdiça, deste total imenso, 60%
– sessenta por cento! É o mesmo que você dividir 10 maçãs ficando com 3 e o
sujeito que fica com as 7 deixar 4 apodrecerem. Imaginaram os bilhões e
bilhões, aliás, trilhões de litros de água que são jogados fora. Ah, mas na
natureza ela recicla, se transforma, sei lá, dirão alguns. Bobagem. Estamos
falando de água tratada, água potável. Mais exemplos? No próximo e derradeiro
parágrafo.
Eu
fiquei estupefato, impressionado, embasbacado e muitos “ados”, quando soube que
para se produzir uma folha de papel “A4” são gastos 10 litros de água. Um quilo
de açúcar 1500 litros. 5000 um quilo de queijo e 1800 litros um quilo de soja
e, finalmente, para apenas um quilo de carne de boi, ou de vaca, são
necessários 15.000 – quinze mil – litros de água! Quer dizer, somos um dos maiores
exportadores de carne e soja do planeta – o que nos coloca entre as dez maiores
economias – entretanto, estamos exportando água, sim, água em forma de grãos e
carne. Como fazer para que as nossas exportações tornem-se, de fato, vantajosas
em todos os aspectos. É bom lembrar que os vegetais também exigem muita
irrigação, pois são constituídos de uma porcentagem enorme de água. A alface,
95%, tomate 94%, melancia 92%, abacaxi 87%, goiaba 86% e a banana 74%, entre
alguns produtos que pesquisei na revista “Superinteressante”. O Brasil sediou
em 1992 a “ECO-92”, quando o Rio de Janeiro voltou a ser a Capital Federativa
do Brasil. Todos os órgãos governamentais, ONGs e a imprensa contribuíram para
a criação da “Agenda 21”. Claro que a “Agenda 21” seria cumprida no “Século
XXI”. Será? Por que andam roubando água no Amazonas? Será o nosso próximo tema,
espero...
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