domingo, 8 de março de 2015

Dez toneladas não! Mas fumar pode

Se tem uma tragédia inominável em tamanho, destruição, desagregação social e familiar se chama uso crescente de drogas ilícitas. Veja bem que me referi ao uso e não existência delas. Digo nestes termos porque para mim elas podem existir aos quilos, aos borbotões , às toneladas que não me  farão diferença. A questão está em usá-las ou não usá-las. Igualzinho  a coexistência do bem e do mal. Ambos estão sempre à nossa espreita. O resultado e efeitos serão de que lado eu fico. É simples e ponto final. Nesta questão, as famílias têm um papel decisivo. Situação análoga ao encontro da presa com o predador. Os pais devem sempre proteger as suas crias. Eu protejo as minhas, porque as feras do tráfico estão soltas por aí.
Aqui neste ponto é que moram o risco e todos os perigos para o animal humano. Resultados e efeitos e lados do mal. Dilemas e opções que a princípio parecem não ter incógnitas X ou Y para soluções. Clareza meridiana! Será? Aqui entram o busílis, o nó górdio, o quid nessa encruzilhada da vida, porque o diabo e toda a personalização do mal têm os seus truques, os seus enganos e engodos. O mundo do crime se equipara ao éden, onde se encontrava o casal adâmico, tudo em paz, bonitinho. Aí chega a serpente, toda cheia de boas intenções e todos sabem o final da história.
Não seriam dilemas nem encruzilhadas da vida se toda pessoa nascesse pronta e ciente das armadilhas e chamariscos da maldade. Alguém, algum leitor conhece algum drogadito, algum traficante, ou outro toxicômano ou delinquente que se iniciou depois dos 40 anos? Eu conheço raros casos. Conto-os nos dedos de uma única mão. São lembranças de exceção! As crianças, os adolescentes e jovens de baixa idade,  são as presas mais vulneráveis. Eles estão na base dessa destruidora pirâmide do consumo e dos futuros traficantes das malditas e diabólicas drogas. Uma epidemia gigantesca cujo recrudescimento  e adeptos  de mais e mais adictos não têm limites.
É de fácil compreensão que o crescente consumo de toda forma de substâncias de efeitos psicotrópicos ou alucinógenos têm em sua origem múltiplos fatores. Dentre esses podemos destacar a desestruturação moral e educacional das famílias.
A criação permissiva e frouxa dos filhos tem sido uma tônica da modernidade, dos chamados tempos digitais e da vida virtual, que de virtude não tem nada. No mundo e submundo  da Internet tudo resvala para um outro  mundo com comportamentos e atitudes sem regras e sem limites.
O pensamento até de muitos pais e pedagogos voltou a ser aquele da época dos hippies e da rebeldia. Qual era o lema deles? É proibido proibir. Hoje vemos até psicólogos e educadores entrarem neste barco furado à deriva. Até criadores e defensores dos propalados direitos humanos têm navegado nesta onda do liberalismo sem regras. Muitos outros fatores entram nesta que não mais é mais uma hecatombe, mas uma catástrofe com milhões de vítimas. Pudera! Quem dera fosse apenas cem (hecatombe, era o sacrifício de cem bois aos deuses do olimpo, mitologia grega)! Mas, não. Só no Brasil temos mais de dois milhões de usuários de crack. Atenção para esse numero! Não disse mil.
Dois milhões de usuários de crack. Repiso de novo a cifra, dois milhões, apenas de usuários de uma das mais  devastadoras drogas. Um dos produtos da pasta base de  cocaína. Agora imagine o universo dos adictos de maconha, de cocaína, de merla, de cola de sapateiro, de morfina, de álcool, de psicotrópicos de uso médico! Trata-se de uma devastação, um aniquilamento de uma juventude, das famílias, de toda uma sociedade. Está surgindo um legião de pessoas dementes, de psicopatas, de retardados mentais, de zumbis;  legião esta fabricada por toneladas de drogas.
Que outros fatores estão na base de tão pavorosa e hedionda pandemia de drogaditos? Pobreza, exclusão social, educação de baixa qualidade, desemprego, políticas demagógicas, código penal arcaico, leis e legislação antidrogas brandas para com os narcotraficantes; leis permissivas com os usuários. E não se trata, fazendo justiça, de culpa apenas de nossos legisladores do congresso, mas de nossos sapientes e  intocáveis juízes de nosso excelso STF, o supremo fiscal e atalaia das leis (nosso egrégio STF), revisor  dos atos e decisões dos políticos e dos governos como um todo (no caso Brasil um governo tolo e atolado em desmandos e corrupção). Enfim, quero pontuar alguns disparates e esquisitices de quem nos governa (tempos de PT) e de quem é tido como  oficial guardião de nossa constituição e das leis. Para o supremo, marcha da maconha, propaganda e consumo (usuário) de drogas são  normais. O Congresso deverá criar um monstro (legalização de uso de drogas) e o STF endossar. Tudo legal. Ainda não definiram o quanto em gramas o indivíduo pode portar de cocaína para consumo. Umas 50 gramas, 100 gramas? Não se sabe ainda.
Esses dias foi apreendida uma carga de 10 toneladas de maconha. É muito, trata-se de tráfico. Imagine se o congresso definir como 50 gramas o limite máximo de cocaína por brasileiro como usuário. Não seria absurdo para consumo individual. O indivíduo pode portar quantas garrafas ele suportar de cachaça, uísque, vodka;  por que não umas 50 graminhas de maconha, cocaína, ou crack?  Está dentro de uma razoabilidade consumista .  Multipliquemos então 200 milhões( população brasileira) x 50 gramas por usuário = 10.000 toneladas de cada droga , estocadas no Brasil. Repito a cifra, dez milhões de kg que os brasileiros poderão carregar como usuários . Pergunta infantil: de quem os viciados irão comprar os baseados para consumo?  Cair do céu como maná não vai. Se tem permissão de uso tem traficantes . Juntando todas as pontas, drogas + usuários + traficantes.. Estamos perdidos ou não?

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