O que faz alguém praticar atos de vandalismo? Essas ações criminosas partem somente das camadas mais pobres da população? É justo que um indivíduo ou um grupo destrua e manche com o pretexto de que se manifesta a favor de alguma causa? O vandalismo é só aquilo que se pratica contra bens públicos? Existe uma maneira de combater essa prática predatória no Brasil, ainda que contemos com instituições débeis de segurança pública?
A maneira mais eficiente que encontrei para essa discussão é a formulação de perguntas, uma vez que queremos saber o que é o vandalismo, o que induz a praticá-lo e como se reduzem os números desta atividade que provoca o desgosto na população. A intervenção de psicólogos tem sido proveitosa para conhecermos o assunto, porém o desacordo a que chegam é o de que há várias explicações para atos vândalos.
O pichador não costuma ser o mesmo que destrói o assento do ônibus, pois seguem motivações distintas. A definição de vandalismo é difícil de alcançar porque o que é arte para um não passa de depredação para outro. Entre vários exemplos: certas manifestações de pichação ou destruição de janelas de ônibus, monumentos, banheiros e telefones públicos, sinalização viária, lixeiras e pontos de ônibus.
A pichação é uma tentativa de transmissão de mensagens privadas em lugares e objetos públicos. O ardor do impulso individual ofusca o interesse coletivo de compreender o significado e usufruir de um monumento, uma praça ou outra obra e via públicas dentro da proposta de democratização de sua beleza. A pichação desautorizada, entre outros atos de vandalismo, é uma afronta à ordem e ao patrimônio coletivo.
Há um desnível educativo e de propósitos: uns comportam-se como se fossem cidadãos de país desenvolvido, enquanto outros sequer são capazes de jogar garrafinhas plásticas ou embalagens usadas no lixo. O primeiro grupo é capaz de guardá-las para a coleta seletiva, enquanto o segundo as atira pela janela do ônibus. O vandalismo gera um mal-estar na população e difunde uma imagem denegrida da cidade e do país. Os problemas pessoais de um vândalo não deveriam interferir na relação de outrem com o espaço público.
Governos municipais têm feito campanhas contra o vandalismo. Entre outras medidas, dispuseram números telefônicos para denúncia e mensagens para desestimular as ações. O problema, no entanto, é o desnível de informação que há na população e a dificuldade de tratar cada caso individualmente. Não é só a carência de educação que causa o vandalismo, mas também problemas psicológicos e a afobação de manifestar-se diante da sociedade.
Tudo tem sua razão. O aluno tira nota ruim por que não se prepara para o exame, enquanto falta dinheiro para a educação pública no Brasil pela má alocação de recursos. E o vandalismo? Ainda não descobri sua razão. Se é que tem???
Agora você me ajuda com sua opinião aqui ou no dihitt.
William, para mim, em algumas situações, o vandalismo é apenas uma maneira equivocada de se manisfestar indignação com relação a determinadas situações em que nos sentimos impotentes para mudar a realidade. Como não existe nada que justifique este tipo de protesto, acredito que só a Educação, acabará por eliminá-lo. Quando aprendermos o verdadeiro significado da palavra Cidadania, conseguiremos expressar nossa indignação de uma forma legítima, de uma maneira ordeira e pacífica, sem arroubos violentos desnecessários e sem sentido. Ótimo texto, como sempre. Bjs Denize
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