Na periferia da cidade muitas crianças sonham em ganhar brinquedos e roupas, mas a falta de condições financeiras das famílias impede a realização. A única esperança dos pais para aliviar a frustração, são as doações de pessoas que se sensibilizam com a data
Para o escritor Irlandês Oscar Wilde, “A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes”. Na periferia da cidade, um verdadeiro abismo separa muitos desejos da realidade, principalmente quando um sonho de consumo envolve algum bem material. Entre as famílias carentes, o provérbio popular “Querer é Poder” raramente se confirma. Datas comemorativas, onde é comum dar presentes, como no caso, o Dia das Crianças, se tornam um martírio para muitos pais, que sem a mínima condição financeira sentem-se ainda mais frustrados, por não poder atender aos pedidos dos filhos, geralmente brinquedos ou roupas que estão bem distantes de seu poder aquisitivo.
A esperança do catador Sebastião da Rocha, residente em um pequeno barraco, é que alguma pessoa sensibilizada com a data, possa ajudar a tornar realidade o desejo de seus filhos, principalmente do mais novo, o pequeno Eduardo, de apenas 1 ano e 5 meses. Mesmo ainda não sabendo falar muitas palavras, ele já diz com convicção o que deseja: uma motoca. O único brinquedo que possui e que não larga, é um pequeno carrinho de plástico que falta uma rodinha. “Ele enxerga outras crianças de motoca na rua e fica querendo uma. Não temos como fazer isso”, lamenta a mãe Loreci da Silva Rocha. Na pequena moradia, mora além do casal, mais 7 filhos, o mais velho com 12 anos de idade. A mãe não se sente constrangida de revelar outro drama. Cada filho possui apenas um par de calçados e uma calça. “Quando está chovendo e as roupas ficam molhadas, se não secar no fogão a lenha, eles não podem nem ir para aula, ficam em casa mesmo”, revela. “Queria poder comprar brinquedos e roupas para eles, mas não tem como. Se chove, não posso nem fazer biscates”, lamenta o pai, que ganha em média de R$ 200 a R$ 300 por mês. Segundo ele, o dinheiro mal dá para sobreviver, sendo praticamente impossível gastar em algo que não seja alimentação ou medicamentos, quando necessários.
MENINAS QUE SONHAM COM BONECAS
Na vizinhança, em outro barraco menor, a pequena Relissa da Rocha, de 4 anos, espera ganhar uma boneca que chora, ou também uma motoca. “Ela vê na televisão essa boneca que chora ou aquelas que têm música e pede. A gente fica triste, porque não pode comprar”, lamenta a mãe, Rosiana da Silva Rocha, casada com um biscateiro, que ganha aproximadamente R$ 80 por mês. “Ele capina, faz de tudo que precisar, mas o dinheiro é pouco”, explica. Só de ouvir a mãe falando em boneca, a pequena Relissa, de jeito tímido abre um sorriso no rosto. “Eu quero uma boneca ou motoca”, diz a menina.
Na baixada da Vila Ricci, a pequena Evelin da Silva, de 2 anos e 1 mês, filha de um servente de pedreiro, quer ganhar no Dia da Criança, um “Bonecão que fala”. A mãe, Isabel Cristina da Silva revela que a pequena também viu na TV uma propaganda do seu sonho de consumo. O drama aumentou, quando uma vizinha comprou para a filha. Para não ver Evelin de mãos abanando, resolveu comprar uma bem mais barata, numa loja de Tudo por 1 Real. “Era o que estava ao meu alcance”, argumenta. Assim como em dezenas de outras histórias que se propagam pela periferia, o sonho de Evelin também passa pela solidariedade de pessoas com mais recursos... e por aí vai milhares
de crianças que sonham no seu dia, ganhar um presente, mas longe do alcance das posses de seus pais. Isso nos deixa profundamente constrangidos a medida que vaza dinheiro pelo ladrão de políticos corruptos e inescrupulosos onde enxergam somente a ponta de seus enormes narizes. Façamos o que pudermos para que no dia da criança, pelo menos seja um dia realmente feliz.
Como você acha que pode ajudar uma criança a ser mais feliz pelo menos no seu dia?
Pois é.
ResponderExcluirÉ uma nota triste quando tais datas, assim como o natal e a figura do Papai Noel, que foram criados com a finalidade dos comércios faturarem - não são direcionada a todas as crianças, exceto aquelas cujos pais tem alto poder aquisitivo para satisfazer a vontade delas.
Mas felizmente ainda temos boas almas neste mundo "vale de lágrimas", que se sensiblizam com estas datas e fazem doações a estas crianças que não podem ganhar um carrinho, uma boneca, ou um brinquedo qualquer insignificante que possa parecer, mais que para aquela criança vai significar muito.
Abraços e parabéns pela postagem
criança é um ser especial, você os agrada com pouco,acredito que o amor carinho é fundamental
ResponderExcluirOscar Wilde é a referência perfeita para seu Post.
ResponderExcluirEu até entendo que com o dia das crianças, as lojas tem mais movimento, os fabricantes mais produção e é assim que as maquinas financeiras se alimentam (entenda-se maquinas de fazer empregos) e pagam funcionários, que por sua vez tem filhos, que receberão presentes e fazem a Roda Girar.
A questão é... E quem não está na Roda? Ficaria mais feliz se o mesmo capitalismo (que não deveria ser confundido com ganância) tivesse a responsabilidade de ter alternativas para estas criaças fora do ciclo economico, para que elas pudessem se encontrar na condição que "Oscar Wilde" crianças felizes e boas, que serão adultos responsáveis e justos logo mais.