A vida é surpreendente, pois nunca se sabe quando ocorrerá uma importante aprendizagem abrindo portas a horizontes até então desconhecidos. E foi assistindo a um ensaio de um coral jovem que compreendi um aspecto crucial ao desenvolvimento humano. O maestro que ali regia os cantores, preparando-os para uma apresentação que se aproximava, interrompeu-os, dizendo: “Percebo que alguns estão cantando com medo, deixando a música sem vida! Não tenham receio! cantem pra valer! Se tiverem que errar que errem feio! Só assim conseguiremos extrair a beleza que a música oferece!” A sua intervenção causou um silêncio profundo naquela sala, e ,ao mesmo tempo, provocou um intenso barulho dentro das várias cabeças ali presentes, forçando-as a refletir sobre o medo de errar. Assim, o ensaio prosseguiu mais vigoroso.
Alguns dias depois, novo fato estimulou-me a rever o caso ao assistir pela televisão uma apresentação de patinação artística no gelo. Algumas jovens patinadoras eram avaliadas por um júri bastante crítico. Os dois comentaristas do evento apontavam o receio que a maioria delas tinha de errar, preocupadas em não cair na pista, levando-as a certo engessamento durante as coreografias. Uma delas, contudo, segundo eles, chamava a atenção por sua conhecida ousadia, coisa que lhe rendeu um colossal tombo, tal como se previra. A moça não hesitou, e logo continuou a apresentação. Ao final, de acordo com a soma dos pontos, adivinha quem venceu a disputa? Justamente ela, a corajosa, que se expôs muito, mas brilhou bem mais. As outras não caíram no chão (talvez tivessem se petrificado de vergonha ante tal cena), porém empalideceram diante da colorida e viva apresentação daquela que tombou, perdeu pontos, mas ganhou. Fui tomado por uma convicção e disse a mim mesmo: “o maestro estava certo!”
Por que temos tanto medo de errar, se é através do erro que alcançamos o aperfeiçoamento e algumas vitórias na vida? O que nos leva a sujeição da mediocridade se há tanto a conquistar? Que razões nos impedem de transitar do pouco ao muito? Quem nos obriga a permanecer na sombra, com tanta luz ao redor? Por que nos engessamos na vida profissional ao apresentarmos coreografias tão tímidas e limitadas? Que tipo de estímulo nós ofereceremos aos nossos filhos, empobrecido talvez? Será que assim também cerceamos o desenvolvimento da nossa motivação ao reduzir as metas e possibilidades de conquistas a que temos tanto direito? Que mal há em cair no chão ao tentar superar-se? O que há de errado com o erro? Quem define os limites das nossas conquistas? O medo de errar é maior do que a esperança de ultrapassar as próprias limitações? Quem pode cantar, com ânimo e coragem, o instrumento da evolução, autorizando-se a vibrar exuberantes notas do crescimento que impressionam por sua magnitude?
O maestro estava certo!
Se desejar comentar, faça aqui ou no diHitt.
Tenho a impressão que o medo do erro esta relacionado a cultura do povo, que diz se errou uma vez errará sempre, e isto proporciona ao individuo a se retrair não pelo medo do erro e sim pelo julgamento que ele acarretará. Creio sim devemos ser libertos, eu por falta de experiencia na net cometi um erro, navego a dois meses pouco sei disto ou daquilo e o julgamento foi pesado impiedoso, julgaram-me como se eu já fosse um almirante e sou apenas um marujo da net, mais tenho coragem suficiente de tentar e tentar e para seguir em frente em busca desta luz.
ResponderExcluirMuito bom seu texto e casual.
Abraços forte
Amigo, vc é muito filosófico. parabéns.Querote convidar p/ o blog do Ghiraldelli.bjs
ResponderExcluirótimo post ,'' Errar é humano'' a vida ´´é um eterno apredizado,a paz!
ResponderExcluirPoxa William .. parabéns pela postagem,... como sempre visitando sua pagina só adquirimos novos pensamentos.. amigo o erro nos leva a dois caminhos .. primeiro errar.... depois acertar.... cada erro que comentemos, se reconhecermos a fonte.. do erro ela nos conduz.. para a sabedoria..duro quando a ignorancia toma conta do erro... ai complica... amigão ... paz e uma boa semana !!!!
ResponderExcluir