Nossas rotinas diárias e o volume de trabalho a que estamos submetidos muitas vezes tiram o nosso bom humor. É bastante comum que tenhamos que lidar com situações muito estressantes, a ponto de não conseguirmos nos desligar com facilidade para o descanso merecido - isso sem mencionar que as relações familiares também são fontes de estresse. Essas situações podem gerar um mau humor passageiro, mas há casos mais específicos em que fica difícil de dar a volta e retomarmos ao bom humor. Se isto acontece, é importante dar uma atenção especial.
Dentre os quadros de transtornos de humor, onde temos já conhecidos pelo público a depressão e o transtorno afetivo bipolar, existe também uma outra situação clínica, não tão bem conhecida, que se chama distimia ou transtorno distímico. Ela se caracteriza por um mau humor persistente e irritabilidade, onde "nada está bem." É bastante comum que a pessoa com distimia diga que está insatisfeita com a vida, mas por outro lado tem dificuldades marcantes para tomar uma decisão de forma a mudar esse contexto. Então ela pode ser vista como alguém que reclama de tudo e de todos, mas faz poucos esforços para mudar isso ou diz que não consegue. A indecisão é algo bastante comum, e pode ocorrer até mesmo para situações bastante simples como comprar uma roupa ou sair. Em linhas gerais, a distimia apresenta sintomas semelhantes à depressão (como por exemplo, insônia, falta de apetite e tristeza), mas em intensidade menor, o que pode tornar o diagnóstico um pouco difícil.
Outra característica comum da distimia é uma dificuldade de concentração, que pode chegar a comprometer sua capacidade de cumprir as tarefas diárias. Ela sente que possui potencial intelectual para realizar as tarefas, mas percebe também que a falta de energia e de concentração acaba atrapalhando suas rotinas. Para que haja o diagnóstico de distimia, um dos critérios é que a pessoa apresente estes sintomas de forma contínua por pelo menos dois anos.
O tratamento da distimia utiliza o uso de medicamentos e a psicoterapia, que vai ajudar o paciente a identificar o seu estado diário de humor, mudar a forma pessimista como ele percebe as situações diárias e ajudá-lo a filtrar estresses que podem desencadear mais sintomas depressivos. Sem a psicoterapia, dificilmente a pessoa vai se dar conta de como ela percebe de forma pessimista os eventos de sua vida, e por isso esta parte do tratamento é tão importante. Essa percepção e a mudança de seu comportamento fazem parte do trabalho terapêutico, permitindo um bom resgate de sua qualidade de vida, de seu trabalho e relações familiares.
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Fonte:
Vinícius Renato Thomé Ferreira, psicólogo clínico, doutor em Psicologia e coordenador da Escola de Psicologia da Imed
Olá!
ResponderExcluirExistem muitas pessoas que mudam de humor rapidamente e muitas vezes se transformam totalmente sem que algo anormal tenha acontecido. Também conheço pessoas que têm distração muito acentuada.
Abraços
Francisco Castro
Parabéns pelo o post. Uma coisa é o estresse que todos estão sujeitos, outra coisa é uma doença que muitas vezes não tem haver somente com o ambiente.
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