domingo, 2 de maio de 2010
O príncipe e o sapo
A história é o dia de hoje. Nós a vivemos intensamente, dela participamos, somos autores, atores, diretores e público ao mesmo tempo. Aplaudimos e vaiamos. Mudamos o elenco e a trama no meio do caminho. Somos os responsáveis pelas grandes transformações e pelas mudanças radicais na vida dos países. Mas, apesar disso, no futuro próximo, iremos ler os historiadores recapitulando os fatos, descrevendo momentos que marcaram, ideias que moveram multidões, líderes que cumpriram suas missões e outros que fraudaram a confiança de seus povos, ideais que arrebataram gerações inteiras e ficaremos extasiados com tudo o que nos for relatado sem dar-nos conta de que fomos parte efetiva daquela epopéia vitoriosa, da guerra sangrenta, do desafio enfrentado, da utopia buscada.
Dentro de alguns anos – e não serão décadas, anotem! –, os historiadores, “essa gente fuxiqueira” no dizer bem-humorado da insuperável Emília, criação genial do Mestre Monteiro Lobato, irão se referir aos oito anos de governo do presidente Lula, como os anos dourados de nossa economia. Certamente reservarão espaços generosos para autênticas proezas alcançadas por um governo democrático e popular, que recebeu verdadeira “herança maldita” do presidente anterior, após o que esses mesmos historiadores já chamam de “a década perdida” ou “os anos infames”.
A história é composta de ingredientes que fogem às nossas vontades, desejos e preferências políticas, mas está sendo generosa para com o povo brasileiro após tantos anos de desacertos, sofrimentos, inflação e desemprego. Os indicadores mais recentes de nossa economia são absolutamente impressionantes. Mais da metade de nossa massa de trabalhadores (50,7% para ser exato) voltou a ter sua carteira profissional assinada. Na década infame que antecedeu a gestão Lula, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a discussão girava em torno da extinção da carteira de trabalho... Hoje, os direitos estão preservados, o trabalhador recebe salário decente, o desemprego é imagem nada nostálgica do passado recente e o Brasil se reencontra com o futuro de grandeza que lhe estava reservado desde há muito.
No governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, em 2000, 26 milhões de trabalhadores tinham suas carteiras assinadas e o salário mínimo era quase três vezes menor do que o atual. A história registrará um presidente trabalhador, que concedeu aumentos salariais que chegaram aos 74% e não geraram inflação, ao contrário, movimentaram a economia, redistribuíram a renda, tiraram dezenas de milhões de brasileiros de condições de pobreza para que ascendessem a uma nova classe média. O presidente Lula desmoralizou os arautos da tese desumana e selvagem de que o aumento do salário seria gerador de inflação, e mostrou que o salário é gerador de riqueza e mola propulsora de uma nova realidade econômica e social para o Brasil que nós queríamos e estamos construindo, o Brasil da justiça social e do desenvolvimento sustentável.
O emprego na indústria chegou ao seu melhor nível em seis anos, superando os níveis alcançados no próprio governo Lula, em 2004/2005, quando já deixávamos para trás a fase derrotista do governo tucano, quando o Brasil quebrou três vezes, quando nos tornamos frequentadores impenitentes do balcão de empréstimos, das operações de socorro do FMI e dos organismos internacionais de crédito. Bancos quebrados eram socorridos, empresas estatais rentáveis eram privatizadas à preços de banana (na “privataria”, expressão irretocável encontrada pelo jornalista Élio Gaspari), enquanto a massa trabalhadora e os funcionários públicos civis e militares eram submetidos à impensável arrocho salarial, enquanto os aposentados eram qualificados de “vagabundos” pelo próprio chefe da Nação.
Os dados do IBGE, segundo os quais o 13º salário, as férias remuneradas, o FGTS e a aposentadoria por tempo de serviço não são mais privilégios da minoria dos brasileiros, adquirem importância histórica. É um desses momentos de importância singular na vida do país e de seu povo. É momento de estabelecer comparações e ver o que vale e o que não vale a pena, o que foi feito e o que não foi feito, o que ficou nas palavras e o que virou realidade, o que foi mentira e o que se é cristalina verdade. É hora de se ver o que foi o governo anterior e o que é o governo Lula.
Não façamos juízo de valor pessoal a respeito de ninguém. Não é meu estilo e nem é de minha índole. Mas os nossos governos são a realização do que fazem os homens alçados ao poder pelo povo brasileiro. E a melhor maneira de avaliá-los, especialmente no período eleitoral, é comparar o estilo de governar do presidente Lula com a maneira atabalhoada, fracassada, improdutiva com que nos governaram nossos adversários mais diretos, exatamente os que nos antecederam e os que agora pretendem retornar ao poder. Comparar é o melhor caminho. E comparar no plano do emprego, na questão econômica, no campo social. Aí está a diferença entre o Brasil ganhador e vitorioso da Era Lula e o Brasil desmoralizado e falido da década infame dos tucanos.
A média anual de geração de empregos do governo FHC foi de 99 mil postos de trabalho. No governo Lula a média anual é de 1 milhão 246 mil.
A média mensal de geração de empregos do governo FHC foi de 8 mil postos de trabalho. No governo Lula a média mensal é de 104 mil.
Os dados acima são a diferença entre o fracasso e a vitória. Entre a vergonha e o orgulho. Entre o Brasil que perdeu e o Brasil que vence. Entre o príncipe e o sapo. E o sapo é o governo incapaz e arrogante dos tucanos, enquanto o príncipe é o povo que tomou as rédeas de seu destino e demonstra, ele próprio, como se governa com competência e seriedade um país com as dimensões, peculiaridades, grandeza e potencialidades do nosso Brasil.
O governo Lula não deu continuidade alguma ao governo FHC e às suas políticas. Isso não apenas é uma mentira, como é um deboche. Se o presidente Lula tivesse continuado uma única política pública sequer do fracassado governo dos tucanos nós não estaríamos num país que desponta em direção ao primeiro mundo, com indicadores econômicos e sociais jamais vistos em nossa história. Se copiasse FHC, Lula não seria o presidente mais popular da história do Brasil. Simplesmente, ele estaria disputando com FHC o título de o presidente mais impopular de todos os tempos!
FHC gerou 797 mil novos empregos em oito anos de governo, um número risível, bisonho, vergonhoso. Lula, antes de completar seu sétimo ano, já gerou exatos 8 milhões 721 mil. Não há termo de comparação! Não se pode cotejar, nem por brincadeira, as ações de um governo e de outro. Há uma diferença abissal entre Lula e FHC, a diferença existente entre a competência e a incompetência, entre o sucesso e o fracasso.
Os historiadores, amaldiçoados por Emília, a mais simpática e querida boneca de pano de todos os tempos, registrarão os anos em que o operário do ABC, o filho de dona Lindú, o retirante de Garanhuns, o cidadão comum e homem do povo, mostrou que é possível, que se pode muito mais. Lula fez o impossível: devolveu ao Brasil e aos brasileiros a crença em si mesmos, recuperou uma economia em frangalhos, consertou o estrago brutal do governo de FHC, não perseguiu, não humilhou, não reclamou, apenas reconstruiu o país e o levou aos seus melhores anos, os anos dourados de sua economia, de seu desenvolvimento, da felicidade de seu povo.
O Brasil pode muito mais. Lula mostrou isso. E é por isso mesmo que o Brasil quer continuar longe do passado de fracasso e incompetência.
Delúbio Soares.
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Postado por
William Junior
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10:07
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Simplesmente brilhante!!
ResponderExcluir"Não façamos juízo de valor pessoal a respeito de ninguém".
Essa passagem é perfeita.
Contra FATOS não adianta tentar difamar!!!
Assino embaixo dessa sua postagem!!!
Realmente, amigo, você está de parabéns!!
Amigo William, um texto brilhante. Todos só sabem criticar e criticar, mas não param para pensar que muito se evoluiu nestes últimos anos de governo Lula. É certo que ainda falta muito para chegarmos lá, mas pelo menos estamos tentando. Abraços. Roniel.
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