terça-feira, 4 de maio de 2010

Lobo não come lobo!



Os partidos são fundamentais na organização da sociedade e devem num estado democrático expressar as diferentes correntes do pensamento. Difícil é entender que existam mais de quarenta correntes ideológicas que justifiquem o absurdo número de partidos políticos no Brasil. A liberdade constitucional permite que a criação de partidos se torne um negócio em nosso país. Poucas pessoas se unem nesse "negócio", criam um partido e registrem a comissão provisória na Justiça eleitoral. Do nada, na próxima eleição, já terão tempo em TV e em emissoras de rádio. Esses preciosos segundos tornam-se moeda na negociação com os grandes partidos. Isso em nada contribui com o aperfeiçoamento da democracia brasileira, cuja única finalidade deveria ser o de "servir" o povo e não "servir-se" do povo. Colocar o interesse coletivo (o bem comum) acima dos interesses individuais.
A maioria dos tradicionais partidos políticos do Brasil defende um mesmo ideário político partidário. Quando se examina a fundo seus Programas, as diferenças estão nos detalhes. São muito genéricos, para poder ter um discurso ambíguo, que agrade a maioria. O problema não está nesses partidos e sim nos seus filiados.
De maneira geral, os partidos não filtram a filiação partidária. Todos são bem vindos para engrossar suas fileiras, tanto as pessoas de bem quanto aquelas que pela sua trajetória na comunidade não tem uma vida ilibada. E, uma vez filiados todos têm igualdade de direitos, podendo ser candidatos. E, muitos chegam ao poder. Mas, é preciso preservar os políticos sérios, que hoje são jogados na vala comum do descrédito.
A corrupção é o maior câncer que mina o desenvolvimento do Brasil. A cada ano, bilhões escapam pelos ralos do poder (municipal, estadual e principalmente, federal, pois concentra a maior fatia dos tributos arrecadados). É preciso dar um basta a isso. Uma depuração nos partidos, independente da ideologia, pois honestidade, deve ser a condição primeira de todo gestor público.
Como os partidos políticos não têm capacidade de depurar seus quadros, precisamos alterar a legislação eleitoral. Não podemos mais permitir que corruptos (quando denunciados renunciam ao mandato para não perder direitos políticos), processados por estelionato ou peculato, envolvimento com tráfico de drogas, contrabando ou jogos ilegais, cheguem ao poder. O que podemos esperar, quando essas pessoas, que não tem uma vida privada honesta, chegam ao poder. Ou mesmo quando ocupam cargos na administração pública.
Entretanto, o Congresso Nacional não aprovou a Lei tão esperada pela maioria da população (pessoas de bem), que impeça que pessoas processadas por crimes acima citados ("patrimonialismo") possam candidatar-se e assumir cargos. É o mínimo que se deve fazer: escolher candidatos entre os honestos e não entre desonestos. Como "lobo não come lobo", além do Congresso não aprovar a Lei, não tem demonstrado capacidade de punir os corruptos.
Aproveitando um dispositivo Constitucional, a sociedade brasileira, liderada pela OAB e CNBB, encaminhou um abaixo assinado pedindo que o Congresso aprove uma lei, que impeça que pessoas de "ficha suja" sejam candidatos. O número de assinaturas regulamentar foi obtido. No entanto, o Presidente da Câmara Federal, Michel Temer, "tramita a proposta em gaveta". Se a maioria dos líderes de partidos no Congresso, tivessem compromisso com a honestidade e de acabar com a corrupção, deveria ser colocada em votação, num acordo de líderes, como acontece com tantas outras questões.
Como Michel Temer é o candidato a Vice-Presidente de Dilma Roussef, tinha a oportunidade de mostrar que é um político comprometido com a honestidade e o combate da corrupção. Mas, usa superfúgios e a proposta popular não avança. Seus grandes aliados, que o ungiram como candidato a Vice-presidente são José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, dentre outros. Certamente isso explica seu comportamento.
É bom lembrar, que caso, Dilma ganhe a eleição presidencial em 2010, no seu impedimento (ex. viagens ou tratamento de saúde), Michel Temer será o presidente da República do Brasil. O como o regime é Presidencialista (infelizmente), terá poderes de chefe de governo e chefe de Estado.
É esse o perfil desejado para o cargo?


Elmar Luiz Floss.

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2 comentários:

  1. Realmente, já me perguntei inúmeras vezes isso.
    Esperam fazer 5% de votos para não serem extintos, e se forem, abrirem um novo partido, com um novo nome e sigla.
    Qunado não gostamos mais de um partido, ele muda de nome.
    Fica cada vez mais dificil saber onde estão os honestos e desonestos da pollítica.

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  2. Olá William Junior!Excelente colocação.Tenho cá para mim que além de impedir a "ficha suja",seja preciso uma avaliação psicológica.Não que vá resolver num passe de mágica esta avaliação.Porém traça o perfil.Acredito mesmo nisso.Como acredito que qualquer tipo de poder ,por mínimo que for, faz emergir coisas ,vamos dizer assim,não tão charmosas.Abraços!

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