terça-feira, 25 de maio de 2010

Profissão: pedinte





É de causar alarde o número de mendigos nas ruas das nossas cidades. Não há cruzamentos nas principais vias que não tenham pedintes... Jovens, adultos, idosos, crianças, portadores de necessidades especiais, de tudo há um pouco!
Os que se travestem de artistas para pedir; os que realmente são artistas, mas optam por apresentar-se nas vias públicas. Bom... Esses pelo menos não estão pedindo, não é mesmo? Estão “trabalhando”...
Enfim, não temos mais sossego, sequer para estacionar nossos veículos. Quando chegamos a determinado local, às pressas para cumprirmos nossos afazeres, a abordagem é certa: “Pode dá uma oiadinha?“ Sempre respondo: Claro que pode!
Afinal, olhar não custa nada... Só nunca prometo que vou pagá-los por isso. Uns já vêm com o “papelinho”, com o preço da “oiada” e tudo. Realmente é irritante! Quando volto já digo logo: Infelizmente não tenho nada para dar-lhe no momento, pois só trouxe o cartão de crédito, fica “pruma” outra ocasião. E eles fazem aquela cara de ##&&%¨@!
Oras, pagamos IPVA caríssimo para ainda termos de sustentar marmanjos nas ruas? Sem contar que se acontecesse algo ao veículo, jamais se responsabilizariam, como nunca se responsabilizam! Então porque pagá-los? Para ser um bom cidadão? Talvez sejamos melhores cidadãos não estimulando que as pessoas continuem nas ruas pedindo, ao invés de ir em busca de dignidade; ou ainda sejamos melhores cidadãos por não contribuir para que tais pessoas usem drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Não dou dinheiro na ruas, definitivamente!
Opa, mas e aquela idosa da Praça , que usa lenço na cabeça? Coitadinha... O filho a deixa de carro novo na rua debaixo, e ela sobe a pé para pedir. Tem vários imóveis, inclusive um mercado, o que muitos que “ralaram” a vida toda jamais lograrão ter em suas existências.
As desculpas dos pedintes são sempre as mesmas: Comprar passagem pra não sei aonde; comprar marmita; ajudar a comprar remédio; fulano de tal está doente; ciclano morrreu; etc. Até hoje, foram poucos os pedintes honestos que encontrei... Certa vez uma senhora pediu cinquenta centavos “pra tomar uma pinguinha”. Confesso que à época dei o dinheiro, pela honestidade da senhora. Foi genuína!
Um outro desses vi na televisão, num desses “programinhas” sensacionalistas locais disponíveis nos canais abertos. Era um senhor barbado, maltrapilho...
Esse também era honestíssimo, sincero até demais. Quando perguntou o repórter a ele se não trabalharia caso alguém lhe arrumasse um emprego, de pronto respondeu: “Eu, trabaiá? Deusulivre! Se eu ganho muito mais pedino na rua, pra que eu vou querê trabaiá?”
Foi então que descobri que existe uma nova e antiga profissão. Quando forem ter de preencher alguma ficha de cadastro lá poderá constar: Profissão: pedinte.
Oficializaram a mendicância...

Guilherme Martins de Araújo.

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8 comentários:

  1. Realmente virou uma grande industria, um comercio, infelizmente.
    Abraços forte

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  2. Eu sou contra e não participo desta indústria dos pedintes....isso não é ajuda e sim pagar para ter a consciencia limpa dando um dinheirinho para um pobre.

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  3. Oras bolas... Se pedem é por que as pessoas dão dinheiro... Mas o velho truque é irritar o cara para que ele compre sua paz... E assim os pedintes continuam mantendo sua vida...

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  4. Olá William, infelismente esta é a nossa triste realidade, o desemprego está ultrapassando os limites e torna tudo isso natural. Quando não são os pedintes é o aumento de ambulantes nas cidades. São pessoas e precisam da ajuda sobretudo do Estado. Mas infelismente sempre sobra para a população.

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  5. Isso é realmente péssimo. O dinheiro do flanelinha que "olha" o carro geralmente é dado para que o mesmo não destrua o carro. Com alguns pedintes chego até a conversar e perguntar por que não procura um trabalho. A gente não pode mais parar num sinal e até comer numa lanchonete sem que apareçam vários pedintes. Às vezes são rapazes jovens e fortes que poderiam estar mesmo trabalhando. A esses não dou dinheiro porque pode ser pra comprar drogas.

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  6. De facto tornou-se um problema epidémico, imagino que num grande país como o Brasil, a situação seja muito mais alarmante, mas em Portugal, também nos vemos a braços com esta praga. Em algumas cidades, até se criaram leis para legalizar os arrumadores de carros, que "atacavam" em qualquer canto onde fossemos estacionar. E se não deixassemos a moedinha bem nos podíamos arriscar a voltar e encontrar o carro riscado. Agora são funcionários camarários, é a própria autarquia que lhes paga um salário simbólico, mas ainda assim eles estendem a mão e pedem a moeda.

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  7. Willian,na verdade eu me sinto uma palhaça!!!Se vc tiver que estacionar em 10 lugares diferentes ao longo do dia...tem trazer consigo um bocado de dinheiro trocado.E, pior de tudo que eles não olham droga nenhuma...e ainda ameaçam quando a gente diz que não precisa.
    Bjos

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  8. Virou algo cultural no país. Lembro-me de uma passagem do livro "O Chalaça", quando um cidadão reconheceu que um amigo de infância estava a lhe pedir esmolas e resolveu aconselhá-lo.
    "Eu não te pedi conselhos, pedi uma esmola".
    Foi o que ele ouviu.
    Blz de post.
    Um abraço!

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