Algumas situações
no Brasil são difíceis de compreender pelo olhar que os governos dão a elas. Ou
melhor, não dão a elas. Todos os anos, por exemplo, o país mergulha na campanha
de prevenção ao câncer de pele. E no comércio o preço do protetor solar está
sempre nas alturas. O bloqueador, em um país tropical, deveria ser negociado a
valor irrisório, quase de graça.
Quanto a saúde
ganharia com isso no futuro? O mesmo problema - o preço - atinge a bicicleta.
Se todos concordam em massificar o uso do veículo, como alternativa ao trânsito
cada vez pior das cidades, a primeira ação que deveria ser feita é torná-la
acessível ao bolso dos consumidores.
O caso das
bicicletas, inclusive, foi alvo de debate da Subcomissão Permanente de
Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Senado, em audiência pública para
debater os efeitos econômicos das regras tributárias no setor. Ela foi proposta
pelo senador Inácio Arruda, presidente do colegiado, que funciona no âmbito da
Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).
O encontro revelou
dados interessantes, segundo a Agência Senado. Impostos e contribuições incidem
sobre importação, fabricação e comercialização de bicicletas. Entre eles, o
Imposto de Importações (II), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
as contribuições de PIS/Pasep e Cofins, em âmbito federal, e o Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em nível estadual.
“Dadas as condições
e características com que cada um desses tributos é aplicado, a tributação
atinge uma média de 63,1%. Assim, uma bicicleta que custe R$ 100,00 chega ao
consumidor a R$ 163,10, considerando apenas o efeito tributário, sem levar em
conta os custos de transporte e a margem de lucro dos produtores, que também
sofrem a incidência de impostos e elevam ainda mais o preço do produto final”,
destacou o texto da Agência.
Os dados foram
retirados de um estudo da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança
Bike), presidida por Marcelo Maciel, um dos convidados da audiência pública. O
encontro teve ainda a participação do representante da Rede Bicicleta para
Todos, Daniel Guth.
De acordo com a
Aliança Bike, a bicicleta é usada no Brasil principalmente por famílias de
baixa renda, em maior proporção no Norte e Nordeste. O veículo é adquirido por
ser uma alternativa mais barata em relação aos demais meios de transporte.
Na produção nacional, a Zona Franca de Manaus
conta com incentivos fiscais e responde por 21%. Do restante, fora do polo,
cerca de 50% se dá por meios informais. Aliás, aproximadamente 40% da produção
total nacional é informal.
A Aliança Bike não
tem dúvida de que ao reduzir a tributação o país teria impacto expressivo no
preço final e na quantidade de bicicletas comercializadas. Todos ganhariam.
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artigo.
Olá amigo William..
ResponderExcluirUma ótima noite para te.
Amigo, mas bicicletas é para o povo e o povo que se exploda, não é verdade.
Deixe chegar perto de votar, vão incluir um jeito de fazer uma emenda para aprovar quais quer imposto, por enquanto não é uma boa ideia mexer no que está dando lucro para o fabricante, pois ele perde milhões enquanto o pobre, há o pobre é outra história.
Agradeço com carinho por compartilhar uma notícia deveras importante.
Um ótimo feriado junto aos seus familiares.
Abraços sempre.
ClaraSol