sábado, 19 de março de 2011
O Buzão e o segredo do cheiro de asa
Apesar de muita gente insistir que a agremiação Unidos do Suvaco tenha sido criada no ônibus, o cheirinho agradável que perpetua em todas as lotações é muito mais antigo do que se pensa.
Reza a lenda, que a tempos atrás, surgiu um gigante devorador de aves. Ele comia todos os passarinhos que via pela frente e não fazia discriminação entre nenhum ser dessa espécie. O gigante tomava de café da manhã galinha, almoçava pavão e jantava um ensopado de pardal e bem-te-vi. A sobremesa normalmente era beija-flor ou pica-pau.
As aves, já cansadas de serem a entrada, prato principal e a saída do cardápio do gigante, decidiram estudar a fundo o seu pior inimigo. Então descobriram o que ninguém desconfiava. O gigante era cego. Ele só conseguia capturar a bicharada por causa do forte cheiro de asa. De posse da informação, as aves se reuniram para encontrar uma saída.
Fizeram um feitiço poderoso e conseguiram guardar o cheiro da asa. Mas agora havia um problema. Onde as aves esconderiam o cheiro? Após muitos estudos e profundos bate-bocas elas encontraram o lugar ideal. As corujas descobriram que os homens também produzem odores que muito se assemelham ao cheiro da asa. Ficou acertado que esse seria um segredo para todo o sempre.
Desde aquele dia, o gigante nunca mais conseguiu devorar nenhuma ave. Dizem até que ele passou a comer frutas e legumes, mas acabou morrendo de desgosto e foi enterrado lá em Porto Alegre, onde hoje está o Morro Santa Tereza. Mesmo com a morte do gigante e sem correrem mais risco de vida, as aves dividiram a fragância do cheiro de asa com os homens.
Atualmente o local onde o cheiro de asa é sentido mais maior frequência é o buzão, principalmente no verão, depois do dia inteiro de trabalho, em dias que a temperatura cai e ninguém quer abrir a janela com medo de passar frio, e nos dias de chuva, quando as janelas também ficam fechadas para ninguém se molhar.
Por isso, se você sentir o cheirinho em algum ônibus por aí, lembre-se: tudo culpa do gigante. Nada tem a ver com o desodorante vencido ou falta de banho ou ventilação.
por Por Débora Ertel no JornalNH.
Legal essa história da origem do cheiro de asa. Comente e entre para o rol de comentaristas.
Postado por
William Junior
às
17:14
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