terça-feira, 1 de março de 2011

Cordões umbilicais: Você já cortou alguns?



Nossos filhos nascem após terem vivido nove meses na proteção do útero materno. Lá criaram uma relação com a mãe que está muito além da compreensão do pai. No desenvolvimento do bebê à criança deve existir o corte do cordão umbilical emocional, assim como houve o físico no momento do parto. Os pais são os que podem ajudar neste processo apresentando o mundo exterior para as crianças.

O tempo vai passando e nossos filhos começam a passar mais tempo em contato com o mundo exterior que com a realidade familiar. É tempo de escola, tempo de interagir com outros mundos familiares, outros valores e começar a descobrir que os valores aprendidos não são absolutos no mundo real. Isto vai avançando e evoluindo à medida que vão transformando-se em moças e rapazes. De repente estão no ensino médio e o fantasma que daqui a três anos terão que adentrar definitivamente na realidade, faz com que muitas reações, antes desconhecidas de nossos filhos comecem a aparecer.

É muito usual ouvir de pais e mães:
- Não acredito, ele (ela) nunca foi assim! Sempre foi muito obediente!
- É impossível. Minha (meu) filha (o) sempre teve notas excelentes! O professor está de marcação.
- Ele (ela) ter feito isso, impossível! O senhor deve estar enganado!
- Está dizendo que meu (minha) filho (a) está mentindo! Ele (a) nunca mente!

Quando lidamos com adolescentes, na realidade não só estamos lidando com seres humanos, mas, com seres em conflito, que de repente percebem que não serão mais julgados pelos valores do seu mundo familiar (bom ou ruim), mais sim pelos valores da sociedade a que pertencem. Há alunos que de repente passam a sentir menos e outros, muita pressão. No meio desta explosão de vivências e encontro de valores estão a escola e os professores.

Os educadores passam a encontrar-se no meio de uma luta interna familiar de confronto de valores: família versus realidade. Não existem soluções ou fórmulas mágicas, cada caso é um caso. O importante é que todos os envolvidos devem ter em mente um único objetivo. Encontrar o melhor caminho que leve a uma transição menos dolorosa dos novos nascidos e integrantes de nossa sociedade.

É um parto. A vida não se restringe ao parto ou corte do cordão umbilical quando nascemos, há vários partos e cordões umbilicais. Cada um deles necessita de preparação e cuidados. Caso não estejamos alerta para isto, poderemos não fazer adequadamente os partos ou deixar de cortar alguns cordões umbilicais. Pai e mãe não são aqueles que se preocupam com o primeiro parto, pai e mãe são aqueles que percebem que seus filhos e filhas passarão por vários desses eventos.
Cortou todos os cordões umbilicais de seu filho (a)?


Por Ricardo Irigoyen.

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