segunda-feira, 14 de abril de 2014

Duas formigas



Eram duas formiguinhas muito amigas. Tinham sido criadas juntas desde que nasceram. As duas tinham tido pais exemplares. Estudaram sempre nas mesmas escolas e a mesma faculdade. As duas começaram a trabalhar na mesma empresa, uma multinacional de construção de formigueiros de alta qualidade, somente para formigas do primeiro escalão.

Para poder dar continuidade a esta história (real no mundo da fantasia) devemos dar nome a estas formigas. A primeira a chamaremos de D, e a outra de J. Somente as iniciais, para não identificá-las e não correr o perigo de levar um processo.

O fato de serem tão amigas, como ocorre na infância e na adolescência devia-se ao fato que eram de índoles totalmente diferentes, de certa forma complementavam-se. D era quieta, estudiosa, responsável. Já J era extrovertida, bastante irresponsável e muito, mas muito ambiciosa.

Dois ou três anos após terem começado a trabalhar D lutava para conseguir as coisas com seu salário. D todos os dias ia trabalhar de ônibus, guardava o pouco dinheiro que sobrava de seu salário na poupança. 

J gastava tudo o que ganhava, tinha um carro do ano, tudo que ganhava estava comprometido com empréstimos e circulava com os figurões da empresa. Isto fez com que pouco a pouco fossem distanciando-se e após poucos anos somente ficava a recordação da velha amizade.

Vinte anos se passaram e num dia, por mera casualidade, encontraram-se num aeroporto. 


Cumprimentaram-se com um estreito abraço renovando os votos de amizade eterna. Foram tomar um café. 

D contou para J que tinha se casado, tinha três filhos. e já era avó. J ouviu e manifestou que estava no terceiro casamento, mas não tinha nenhum herdeiro, que não tinha tido tempo para isso.

 D tinha conseguido comprar um pequeno apartamento no subúrbio e nada mais, J havia juntado uma pequena fortuna. 

D continuava na mesma empresa e J era dona de uma consultoria que entre seus clientes estava a empresa na que D trabalhava. D perguntou a J porque não a tinha procurado em todos esses anos, e D lhe respondeu, porque te conheço, você é honesta e não gosta de correr riscos. 

Que riscos? Perguntou D. Faço intermediações entre os fornecedores da tua empresa e seus diretores, afirmou J. Ah, entendi, trafego de influência, D afirmou. Sim, isso aí, e se ganha muito dinheiro, confirmou J.
 
Alguns anos depois, quando D abriu o jornal deparou-se com a foto de J na primeira página. A polícia federal do mais importante formigueiro do país das formigas a tinha levado para a prisão, acusada de lavagem de dinheiro e outros delitos.

 D nunca sairia nos telejornais, ninguém nunca teria conhecimento da sua existência, mas em compensação tinha seus netos e filhos em sua volta. Fechou os olhos e pensou: Que caminhos diferentes seguiram nossas vidas! 

São as pequenas decisões que nos levam pouco a pouco a destinos tão opostos.

Boa reflexão.

Ricardo Irigoyen.

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3 comentários:

  1. Olá William...
    Uma ótima noite para te.
    Às vezes até uma boa semente pode nascer frutos podres, nada neste mundo é perfeito. Grata por partilhar, indique seus posts mais vezes, pois gosto muito de apreciar, votar, e em algumas ocasiões comentar. Abraços sempre.
    ClaraSol

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  2. Olá, William!
    Somos mais felizes desfrutando de uma vida mais simples cercados das pessoas que nos amam.

    Estou passando para votar e comentar! : )
    Curti o seu artigo! Ele é relevante!
    Mundo de Margarete
    http://www.margarete.pro.br
    http://dih.it/13Y9H

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  3. Oi, William!
    Ótima história de reflexão.
    Realmente uma escolha ruim hoje, terá maus resultados.
    E uma boa escolha hoje, terá bons resultados.
    Então antes de escolher, pense com a razão e não com o sentimento.
    Parabéns pela a bela postagem, meu amigo.
    Tenha uma ótima semana e até a próxima!!!

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