Batista Custódio faz análise sóbria
sobre o panorama moral da política e sugere "medicação" para cura da
doença da atualidade.
OS sofrimentos melhoram os bons nos moços e
pioram os maus nos velhos. As emoções alteram os sentimentos nos parâmetros da
sensibilidade e desordenam o senso da razão nas reações humanas. Quantas coisas
tive vontade de falar e me calei por ponderação, ou senti necessidade de fazer
e não realizei por prudência, dentre tantas proferidas por dedução ou
praticadas por persuasão e me arrependi. A vida escolarizou-me com os erros no
aprendizado dos acertos. A experiência no conhecimento ensinou-me a não
incorrer na leviandade das deduções precipitadas ao nominar culpados entre os
responsáveis por episódios de repercussão histórica tão desmoralizante. Como o
retinir atual dos escândalos que desacreditaram os poderes.
Então
resguardo-me de opinar no claustro da meditação. Esmiúço as evidências
encapadas nos indícios. Desnudo as aparências abrigantes das conveniências.
Conjecturo e reavalio o contraditório das versões. E atenho-me no aguardo da
eclosão nas desavenças entre os cúmplices, para chegar a uma conclusão a respeito
do extenso da corrupção que, a ser calculada pelas fortunas de políticos pobres
antes, roubou-se uns cinquenta países no Brasil. Portanto, e por enquanto, o que penso do
que olho nos acusados e do que ouço nos acusadores é que eu não gostaria de ser
nenhum deles.
OS líderes que se aproveitam das
manifestações populares espontâneas contra os desmandos nos Três Poderes do
Brasil, e intermeiam no idealismo delas as infiltrações do oportunismo useiro
na corrupção fatiada pelas facções partidárias, estão tecendo as cordas de seus
enforcamentos políticos nas próximas eleições. A repetência das acusações
recíprocas entre si viciou o povo ao denuncismo. Os senhores homens públicos
faliram a Nação e endividaram a população no custo de vida. As classes sociais
estão surdas às críticas e querem ouvir autocríticas. Os políticos enganam-se
com as próprias tapeações. Parem de mentir. Recorram-se ao socorro de Deus no oratório da consciência e reconstruam-se
moralmente.
A inteligência excedente na
carência de conhecimento fermenta a irracionalidade nos líderes escaladores do
retrocesso aos costumes repugnantes. O único jeito de não se estacionarem na
estagnação no torpe é tornarem-se dependentes da leitura nos livros dos sábios.
Nas páginas estão sinalizadas as encruzilhadas que confundem e os atalhos que
desviam os incultos da rota que leva à consagração os condutores de povo. E,
sobretudo, desvenda-se o mistério em que se arruínam para a História os líderes
cultores da traição e da ingratidão. A pessoa traz em si o que faz aos outros.
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