De passeatas em
passeatas as multidões vão expressando alguns sentimentos que sinalizam
descontentamento com a gestão pública brasileira. Seja resignação,
arrependimento pelo voto, fúria pelo descaso, decepção. São vários os motivos
que retiram os cidadãos de suas miseráveis rotinas e os colocam expostos às
autoridades truculentas do Estado democrático de Direito.
Porém, a cada
manifestação há uma resposta do governo, e esses discursos elaborados com suas
assessorias são frios, sem nenhum conteúdo e recheados de desculpas e promessas
vazias, o que irrita ainda mais os pagadores de impostos que não têm imunidade,
não recebem passagens de aviões gratuitas, não moram à custa do dinheiro público
e não recebem diárias para os gastos pessoais, além, claro, de não possuírem os
salários os quais são pagos a esses ilustres homens da política.
Embora as
manifestações provoquem uma inquietude naqueles que pretendem ignorar os
problemas da administração pública e apenas querem continuar suas vidas sem
congestionamentos e sem o constrangimento de não poderem exercer um direito
básico constituinte, o de ir e vir, em função das paralisações de caminhões, de
ônibus interurbano, metrô e do excesso de passeatas, eles também acreditam na
necessidade destas atitudes da população.
E são os escândalos
mostrados pela mídia que também convencem aqueles outros que se incomodam com
tanta grita e, estes, passam a concordar com os movimentos. Mesmo que alguns
não tenham intenções de extravasar suas emoções sobre o andamento do mandato da
presidente, não há como não sentir vergonha de ser brasileiro à frente dos
noticiários de fraude na Receita Federal, na Petrobras, no Banco do Brasil, no
Correio brasileiro, na Caixa Econômica Federal e por aí vai.
Enfim, todos sabem
que os interesses políticos ficam acima das vontades populares, que, por
ironia, nomeiam esses homens para representá-las.
Agora é a vez do
Rio Grande do Sul, que alardeia que a culpa da má administração é do PT, que
atuou na gestão anterior e por isso a nova gestão herdou um Estado endividado.
Será? Ou é despreparo político? Esses novos gestores fizeram de tudo para
distribuir cargos no governo. Cargos que não representam a opinião popular. São
políticos profissionais que asseguram funções públicas pela
"fidelidade" partidária. E um desses "fiéis" disse-me ao pé
do ouvido que o Estado fará o pior governo da história do Rio Grande do Sul.
Qual o motivo? Eles
não esperavam ganhar as chaves do Palácio Piratini. É! Eles fizeram campanha
para promover deputados e queriam continuar sendo oposição. Mas, aquele simples
3% da intenção de voto cresceu e levou o Sartori para o segundo turno e o
gringo da colônia cativou as famílias simples. Daí saiu vencedor. E agora?
A política é assim,
coloca-nos de lado e segue só, em busca de conchavos e parceiros políticos para
arrastarem o erário para debaixo de seus colchões.
E, os movimentos
fora PT, acrescentam; fora PMDB, PP, PSB e tantas outras siglas comprometidas
com os interesses simplesmente partidários, que querem apenas viver à sombra e
água fresca com as chaves dos cofres públicos às mãos.
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