A insatisfação da população com a situação econômica se reflete na
intensidade dos protestos e no nível do debate vivido no Brasil. Parece que
estamos vivendo o que grosseiramente costumamos chamar de um “diálogo de
surdos”, expressão que considero preconceituosa, pois nasceu embasada na crença
de que surdos não tem linguagem e não dialogam.
O tribulado momento político e econômico no país encontra respaldo no
descontrole das contas públicas, que foram corroídas. A conta de transações
correntes abrange a importação e a exportação de bens e serviços e as
transações unilaterais do Brasil com o exterior. Ainda registra todos os
pagamentos e recebimentos relativos às exportações e importações de mercadorias
e serviços, bem como relativos a rendas (como juros e lucros).
O ano de 2015 começou com um
grande déficit das citadas transações correntes do Brasil, de $10,654 bilhões
de dólares em janeiro, segundo informações do Banco Central. O resultado ficou
próximo das estimativas de economistas consultados pela Reuters, que
previam saldo negativo de 10,99 bilhões de dólares no mês passado.
Afinal, qual é o real motivo de tanta insatisfação com a economia? O que de fato aconteceu? O economista e ex-ministro Delfim Netto esboça algumas explicações. Segundo ele, “Lula é um gênio, um diamante bruto, uma inteligência absolutamente fora da curva. Ele não distribuiu só fazendo déficit, produziu uma política interna de redistribuição de renda focando melhor programas que já existiam. Essa distribuição de renda começou com o Medici, com a aposentadoria para todos os velhinhos do campo. Cada um foi acrescentando algo e, quando veio o Bolsa Família, aconteceu uma melhoria dramática no nível de bem-estar da sociedade brasileira.”
Mas não há nada gratuito em economia. O preço que pagamos (e não precisava ter sido) foi a valorização do câmbio usada para combater a inflação. Quando se aumenta salário acima dos índices de inflação e produtividade, se tem como resultado mais inflação ou déficit de conta corrente. No caso do Brasil, um pouquinho de cada. “Quando o Lula entrou, era vento de cauda. Quando a Dilma entrou, era vento de frente. Ela continuou distribuindo o que não tinha mais (Delfim Netto).”
Eleitor de Aécio Neves, Joaquim Levy, foi chamado pela Presidente para fazer os ajustes necessários na Economia e corrigir os erros de seu primeiro mandato. No entanto, Dilma parece incapaz de reconhecer os equívocos cometidos e se implicar na atual situação vivida no país. Essa é a surdez do governo, não ouve mais ninguém (muitos lados para ouvir?) e não se ouve, como então dialogar?
Afinal, qual é o real motivo de tanta insatisfação com a economia? O que de fato aconteceu? O economista e ex-ministro Delfim Netto esboça algumas explicações. Segundo ele, “Lula é um gênio, um diamante bruto, uma inteligência absolutamente fora da curva. Ele não distribuiu só fazendo déficit, produziu uma política interna de redistribuição de renda focando melhor programas que já existiam. Essa distribuição de renda começou com o Medici, com a aposentadoria para todos os velhinhos do campo. Cada um foi acrescentando algo e, quando veio o Bolsa Família, aconteceu uma melhoria dramática no nível de bem-estar da sociedade brasileira.”
Mas não há nada gratuito em economia. O preço que pagamos (e não precisava ter sido) foi a valorização do câmbio usada para combater a inflação. Quando se aumenta salário acima dos índices de inflação e produtividade, se tem como resultado mais inflação ou déficit de conta corrente. No caso do Brasil, um pouquinho de cada. “Quando o Lula entrou, era vento de cauda. Quando a Dilma entrou, era vento de frente. Ela continuou distribuindo o que não tinha mais (Delfim Netto).”
Eleitor de Aécio Neves, Joaquim Levy, foi chamado pela Presidente para fazer os ajustes necessários na Economia e corrigir os erros de seu primeiro mandato. No entanto, Dilma parece incapaz de reconhecer os equívocos cometidos e se implicar na atual situação vivida no país. Essa é a surdez do governo, não ouve mais ninguém (muitos lados para ouvir?) e não se ouve, como então dialogar?
Diante do cenário de enfraquecimento da economia que tem levado o governo a
fazer ajustes nas contas públicas e enfrentar forte resistência
no Congresso, o ministro da Fazenda, disse que as medidas anunciadas
nada mais são que uma adaptação a uma nova situação, e diz que “se a gente
tiver coragem, não vai ser difícil. Se a gente fizer rápido, vamos ter
resultado rápido. Se ficarmos com medo, a gente paralisa. Agora a hora é de ter
confiança. A primeira coisa é ter as contas públicas em ordem. Temos uma porção
de outras coisas que podemos fazer, e vamos ter sucesso", afirmou Levy,
durante encontro nesta segunda-feira (16), na Associação Comercial de São
Paulo.
Sobre o embate no Congresso em relação à desoneração da folha de pagamento das empresas, Levy comparou os Congressistas aos sócios de uma empresa: precisam ser convencidos pelo que o administrador julga mais adequado: “Obviamente esse país sendo um país democrático... [tudo] precisa ser discutido com o Congresso, com os sócios. Cada um tem uma ideia. A gente vai ter que fazer um trabalho de convencimento para o nosso sócio, que essas medidas são modulares". Seria uma tentativa de diálogo? Uma vontade de ouvir e pensar a situação?
"Algumas coisas que haviam sido feitas precisam ser adaptadas se não, a consequência será ruim. Ninguém está querendo downgrade [redução da nota de crédito do Brasil pelas agências de risco], que vai atrapalhar ritmo de negócio de todo mundo. O objetivo é trazer tranquilidade aos negócios. O mercado mudou, quem não muda tem problema. A gente tem que responder à situação”, reiterou o ministro. Enfim, não adianta a Presidente Dilma pedir paciência para a população e falar que a inflação está sob controle, quando na prática, o que se observa, é o preço da gasolina subir 20% de novembro para cá e a conta da energia elétrica saltar em 33%.
Sobre o embate no Congresso em relação à desoneração da folha de pagamento das empresas, Levy comparou os Congressistas aos sócios de uma empresa: precisam ser convencidos pelo que o administrador julga mais adequado: “Obviamente esse país sendo um país democrático... [tudo] precisa ser discutido com o Congresso, com os sócios. Cada um tem uma ideia. A gente vai ter que fazer um trabalho de convencimento para o nosso sócio, que essas medidas são modulares". Seria uma tentativa de diálogo? Uma vontade de ouvir e pensar a situação?
"Algumas coisas que haviam sido feitas precisam ser adaptadas se não, a consequência será ruim. Ninguém está querendo downgrade [redução da nota de crédito do Brasil pelas agências de risco], que vai atrapalhar ritmo de negócio de todo mundo. O objetivo é trazer tranquilidade aos negócios. O mercado mudou, quem não muda tem problema. A gente tem que responder à situação”, reiterou o ministro. Enfim, não adianta a Presidente Dilma pedir paciência para a população e falar que a inflação está sob controle, quando na prática, o que se observa, é o preço da gasolina subir 20% de novembro para cá e a conta da energia elétrica saltar em 33%.
O que precisamos é que se estabeleça um diálogo verdadeiro, onde se
possa entender o que está sendo dito e quais as motivações que fazem medidas e
ajustes tornarem necessárias em um dado momento. Precisamos mergulhar nessa
linguagem diferente e incompreensível: porque surdos se comunicam muito bem,
têm língua própria, se fazem entender e entendem iguais e diferentes. Basta
verdadeiramente entrarmos em outros mundos...
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