O autismo resulta
de anomalias no desenvolvimento de certas estruturas cerebrais do feto,
revelaram hoje (28) neurologistas americanos. A descoberta faz parte de estudo
que mostra uma desorganização na estrutura cerebral das crianças autistas.
"Se for
confirmada por outras investigações, poderemos deduzir que isso reflete um
processo que se produz bem antes do nascimento", explicou Thomas Insel,
diretor do Instituto Americano da Saúde Mental (Iasm), que financiou o trabalho
publicado na revista New England Journal of Medicine.
"Esses resultados
mostram a importância de uma intervenção precoce para tratar o autismo, que
atinge uma em cada 88 crianças nos Estados Unidos", acrescentou.
O autismo é
"geralmente considerado um problema do desenvolvimento do cérebro, mas as
investigações não permitiram ainda identificar a lesão responsável", disse
Insel.
"O
desenvolvimento do cérebro de um feto durante a gravidez inclui a criação do
córtex - ou córtex cerebral – composto por seis camadas distintas de
neurónios", precisou Eric Courchesne, diretor do Centro de Excelência em
Autismo da Universidade da Califórnia (San Diego), principal coautor da pesquisa.
"Nós descobrimos anomalias no desenvolvimento dessas camadas corticais na
maioria das crianças autistas", acrescentou.
Os médicos
analisaram amostras de tecido cerebral de 11 crianças autistas, com idade entre
2 e 15 anos, no momento da sua morte, e compararam com amostras de um grupo de
11 crianças não autistas.
Os investigadores
analisaram uma série de 25 genes que servem de marcadores para certos tipos de
células cerebrais que formam as seis camadas do córtex e constataram que esses
marcadores estavam ausentes em 91% dos cérebros de crianças autistas, contra 9%
no grupo de controle (crianças não autistas).
Agencia Brasil.
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