Permitam-me quebrar alguns tabus
sobre um tema cada vez mais em evidência no mundo corporativo: a tão temida e
questionada Geração Y. No meu trabalho como desenvolvedor de líderes, perdi a
conta de quantas vezes ouvi lamentações de gestores sobre as dificuldades
enfrentadas com os jovens profissionais. Descaso, pressa, imaturidade, falta de
visão de carreira etc encabeçam a lista das inúmeras características negativas
apontadas pelas organizações.
Primeiramente, vou deixar uma
coisa bem clara: independentemente de idade, sexo, geração e profissão, sempre
teremos pessoas que são brilhantes, outras esforçadas e uma grande parte
medíocres (que, apesar da fama que este adjetivo carrega, significa “nem bom
nem mau”). E com a Geração Y não é diferente!
No entanto, quero apresentar
outro lado da história. A Geração Y tem ocasionado uma grande revolução no
modelo de gestão e liderança das empresas. E isso, naturalmente, tem incomodado
gestores mais conservadores e, por que não dizer, antiquados.
Conversando com o diretor de uma
organização respeitada, o mesmo reclamava da nova geração, enquanto alimentava
as suas planilhas financeiras e analisava os seus relatórios, tão importantes
em sua rotina. Após alguns minutos de lamentação, perguntei a ele: “Quantas
horas por dia você dedica para conversar com as pessoas?”. Ele respondeu:
“Conversar? Como assim? Eu converso o tempo todo, delego atividades, faço
solicitações, cobro resultados...”.
Então continuei: “Deixe-me ser
mais claro: você estava dizendo que o ‘fulano’ não é comprometido com a empresa
e que isso lhe preocupa. Pois bem, quantas vezes você já conversou com ele
sobre o seu futuro na empresa? Quantas vezes você o chamou para conversar sobre
os projetos e lhe pediu alguma opinião? Quantas vezes você demonstrou gratidão
e reconheceu o seu esforço? Quantas vezes você interessou-se pelo
desenvolvimento de sua carreira?”.
E enfatizei: “É isso que eu
chamo de conversar!”. Ele ficou calado por alguns instantes e me indagou:
“Então quer dizer que a culpa é minha?”. E, como coach, preferi responder com
outra pergunta: “Você acredita que fez tudo o que poderia ter feito para
fazê-lo se comprometer com a empresa?”. E novamente ele ficou calado por alguns
instantes, com aquele olhar de quem não queria ter ouvido tal pergunta e
respondeu: “Obviamente, não!”.
E posso garantir que, seu eu
fizer (e faço constantemente) essas perguntas para diversos líderes, a resposta
será a mesma.
A nova geração é diferente,
pensa diferente, age diferente e quer coisas diferentes. Portanto, chega de
lamentação! Antes de terceirizar a responsabilidade e julgar o seu time, tenha
a certeza de estar fazendo a coisa certa.
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