Por ano, cerca de 350 mil pessoas falecem no Brasil
devido a problemas cardíacos, segundo Ministério da Saúde
33% dos brasileiros morrem por consequência de
doenças cardíacas. Em nosso organismo, o colesterol desempenha funções
essenciais, como produção de hormônio e vitamina D. No entanto, o excesso de
colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de desenvolver doenças
cardiovasculares. O colesterol alto não apresenta sintomas, por isso, quem tem
aterosclerose e obesidade possui histórico de morte na família por infarto, é
sedentário e/ou alimenta-se com ingestão exagerada de gorduras saturadas tem
mais chances de ter colesterol alto.
O colesterol pode ser considerado um tipo de lipídio
(gordura) produzido em nosso organismo. Ele está presente em alimentos de
origem animal (carne, leite integral, ovos etc.). A aterosclerose não produz
qualquer tipo de sintoma até que ocorra a obstrução de uma ou mais artérias.
Existem medicamentos para controlar o colesterol
alto, como as estatinas, mas o colesterol elevado também melhora com uma
mudança mais significativa no estilo de vida. Reduzir o estresse, praticar
exercícios físicos, manter a pressão arterial estável e o peso sob controle são
fundamentais para controlar os níveis de gordura no sangue. As pessoas que têm
diabetes devem ficar mais atentas.
Além de uma alimentação equilibrada, há outras
maneiras de evitar o aumento do colesterol e, até mesmo, diminuí-lo.
Praticar exercícios físicos: a atividade física
pode ajudar a emagrecer e a diminuir as tensões. Controlando o peso, fazendo
exercício ou praticando esporte, você se sente melhor e diminui o risco de
infarto e os níveis de colesterol no sangue.
Não fumar: o cigarro é um fator de risco para
doença coronária. Aliado ao colesterol, multiplica os riscos.
Evitar o estresse: uma vida menos estressada também
diminui o risco de infarto e redução do colesterol. Procure transformar as suas
atividades diárias em algo que lhe dê satisfação.
Fazer uma dieta com baixos níveis de gordura e
colesterol: seja rigoroso no controle da alimentação.
Nada de
bom ou ruim
Em nosso sangue, existem dois tipos de colesterol.
Colesterol LDL: conhecido como “ruim”, ele pode se
depositar nas artérias e provocar o seu entupimento, devido sua densidade.
Colesterol HDL: conhecido como “bom”, retira o
excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo o seu depósito e
diminuindo a formação da placa de gordura, pois possui menos densidade.
HDL significa lipoproteína de alta densidade, e LDL
significa lipoproteína de baixa densidade. É interessante observar que LDL e
HDL são lipoproteínas — gorduras combinadas com proteínas. Só existe um
colesterol. Não há nenhuma coisa do tipo colesterol bom ou ruim. Colesterol é só
colesterol. Ele se combina com outras gorduras e proteínas para ser levado pela
circulação sanguínea, uma vez que a gordura e soro sanguíneo (hidrofílico) não
se misturam muito bem.
Todos os alimentos de origem animal têm colesterol.
Portanto, a dica é dar preferência aos alimentos de origem vegetal: frutas,
verduras, legumes e grãos. Quem tem predisposição ao colesterol alto deve
seguir as mesmas recomendações descritas no tratamento: manter hábitos de vida
saudáveis, evitar o fumo e controlar o colesterol e a pressão arterial.
Falso magro
Nem toda pessoa que tem colesterol alto está acima
do peso. Existem pessoas que têm peso dentro do ideal para a faixa etária,
mas as taxas de colesterol são altas.
De acordo com a cardiologista Tânia Martinez,
“a obesidade e o sedentarismo não são os únicos responsáveis pelo aumento do
colesterol e dos triglicerídeos no sangue. Independentemente do peso ou da
idade do indivíduo, o colesterol elevado pode acontecer devido a doenças
genéticas, como a Hipercolesterolemia Familiar (HF). A HF é uma doença causada
por uma alteração no gene que codifica o receptor de LDL (colesterol ruim).
Esse receptor fica na superfície das células removendo as partículas de
colesterol contendo LDL do sangue. A alteração no gene do receptor de LDL
resulta em receptores anormais que ficam impedidos de remover o colesterol LDL
do sangue”.
diagnóstico
preCOCE
O maior problema no combate ao colesterol elevado é
o desconhecimento do impacto do problema e o atraso do diagnóstico. É
fundamental a existência de mais informações e normas para que os médicos,
profissionais de saúde e população em geral possam reconhecer essa doença e
iniciar o tratamento precoce.
A cardiologista ressalta algumas soluções
para problema do colesterol alto: “Algumas formas de solucionar esse problema
são por meio de campanhas de conscientização sobre os riscos do colesterol
elevado, a importância da adoção de um estilo de vida saudável (alimentação
balanceada e prática de atividade física), e a necessidade de consultas e
exames médicos regulares, como o check-up”, pontua.
Estatísticas
Existem dados divulgados pelo Ministério da Saúde
em 2010 que indicam que as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33%
dos óbitos no Brasil, o que representa 350 mil mortes por ano, cerca de mil por
dia.
Especificamente sobre a doença genética do
colesterol (a Hipercolesterolemia Familiar – HF), a Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) informa que a HF é responsável por 5 a 10% dos casos de
eventos cardiovasculares em pessoas abaixo de 50 anos. Estima-se que, no mundo
todo, existam mais de 10 milhões de indivíduos portadores de HF, porém menos de
10% destes têm diagnóstico conhecido de HF, e menos de 25% recebem tratamento
adequado. No Brasil, a estimativa é de que cerca de 300 mil pessoas possuam a
doença.
Taxas infantis
É recomendável que, além de manter o peso em níveis
ideais, crianças a partir de 10 anos verifiquem o colesterol para evitar
complicações futuras. Em crianças que possuem histórico de doenças cardíacas
precoces na família (geralmente antes dos 55 anos em familiares de primeiro
grau) ou colesterol alto, a medição do colesterol pode ser feita logo aos dois
anos de idade.
Segundo diretrizes da Associação Americana de Cardiologia,
meninos com mais de 10 anos e meninas após a menarca portadores de HF devem
iniciar tratamento medicamentoso para reduzir o colesterol quando as taxas de
LDL (o colesterol ruim) estiverem acima de 190 mg/dL ou 160 mg/dL, se estiverem
associadas a outros dois fatores de risco ou a histórico familiar de doença
cardiovascular.
Avanços
Dentre as opções existentes para o tratamento
medicamentoso do colesterol elevado e da Hipercolesterolemia Familiar (HF)
estão as estatinas, que são avaliadas constantemente em estudos clínicos e
experimentais. Dentro desta categoria, a atorvastatina é a estatina com o maior
número de evidências científicas que comprovam seus efeitos na redução
significativa dos níveis do colesterol LDL e do risco de eventos cardiovasculares.
Na maioria dos casos, o colesterol elevado,
inclusive em crianças e jovens, deve ser tratado com mudança de hábitos
alimentares e atividade física. Porém, a necessidade de tratamento
medicamentoso sempre é ponderada pelo médico. Não há dúvidas de que a redução
do colesterol com o uso de estatinas é uma das armas mais eficientes para
evitar a doença aterosclerótica. Entretanto, somente o médico pode avaliar em
qual situação se deve iniciar o tratamento farmacológico para o controle do
colesterol elevado em crianças, jovens ou adultos.
Karla C. Marques.
Comente este artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário