Nosso herói do basquete, Oscar após a benção do
Papa Francisco, diz: - “Nunca pensei que ia gostar de um argentino”. Um dos
meus melhores amigos, quando me apresenta a alguém fala: - “Este é o único
argentino que presta”.
Já ouviram os rótulos que os cariocas têm em São
Paulo, ou os paulistas em Rio de Janeiro? Pior ainda, os rótulos que os
nordestinos possuem em São Paulo ou Rio e vice-versa. Há uma mania de rotular
as pessoas que não conhecemos. Dá a impressão que temos medo daqueles com os
que não temos intimidade. Após ter falado e olhado nos olhos do desconhecido
vemos que não somos diferentes, e o medo vai embora e a empatia aparece. Quando
vemos que esse “desconhecido” é igual a nós, pensa igual, passa pelos mesmos
problemas, nos ouve e compartilha a comida se transforma em alguém confiável.
Sabem por quê?
Porque trocamos olhares, vimos nossas almas através
de nosso olhar, tivemos um contato humano, um aperto de mãos, uma mão no ombro,
um ouvido atento, uma palavra amável. Tivemos um momento de contato entre seres
humanos, houve um entendimento de seres inteligentes. Podemos até discutir
amanhã se Flamengo, Vasco, São Paulo, Fluminense, Botafogo, Corinthians, Boca
Juniors ou Barcelona é o melhor time, mas temos consciência que estaremos
discutindo com alguém igual a nós.
Nas manifestações que temos visto que
aparentemente, procuram melhoras para a população podem ser interpretadas como
um grito do povo procurando ser ouvido, buscando o diálogo com seus governantes
ou como desacatos contra a autoridade constitucionalmente constituída. Acredito
que exista um pouco das duas possibilidades, e no meio uma massa que é levada
pelos rótulos que aparecem ou são colocados nos outros. Doutro lado encontramos
naqueles que detém o poder o mesmo. Alguns são partidários do diálogo e outros
são mestres na colocação de rótulos que trocam de acordo aos seus interesses,
mas a grande maioria vai atrás.
O maior problema dos rótulos é que agem como defesa
e proteção de nossos medos. É fácil rotular de forma genérica às pessoas
dependendo de donde são ou da forma que vivem. É muito difícil etiquetar
aqueles que conhecemos, passam a ter um rosto, um nome. Aqueles com os quais
trocamos olhares, apertos de mãos, e sabemos seus nomes automaticamente saem da
rotulagem porque descobrimos que são iguais a nós, com nossas mesmas
necessidades e anseios.
É muito fácil dizer: - Esse povão... Ou: - Essas
autoridades...
Geralmente um problema é resolvido quando a parte
mais inteligente, ou aquela que se acha mais inteligente estende a mão e diz: -
Prazer, vamos bater um papo?
Penso que quando aqueles que nos governam conheçam
seu povo, tenham olhado dentro dos olhos daqueles que passam fome, tenham
convivido e compartilhado a realidade do Brasil, teremos um país muito mais justo.
Sabem por quê? Porque então seremos um país de seres humanos e não de números e
estatísticas.
Não é possível comer sendo olhados por aqueles que
têm fome. Não é possível, ter um teto quando faz frio e chove encima de tantos
desabrigados. Somente aqueles que não têm consciência são capazes de fazer
coisas como estas.
E você, meu amigo, o que acha?
Boa reflexão.
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