

Noticia-se que o número das abelhas está diminuindo nos Estados Unidos e em outras regiões do Planeta. O fato é alarmante: para Einstein, se as abelhas desaparecerem, acabará também o mundo dos homens. O maior dos cientistas do século XX via a natureza como obra divina, de extrema complexidade e delicadeza, onde todos os elementos se inter-relacionam: a quebra da harmonia entre os seus diversos níveis levará à destruição e ao caos.
Para nós, brasileiros, há sérios motivos de preocupação. Das abelhas dependem 90% da polinização das nossas plantas nativas, sem as quais se reduzirá e extinguirá a cobertura vegetal. Como irão sobreviver os seres vivos, e nós, humanos, com o solo transformado a deserto?
Pesquisadores buscam conhecer o motivo da progressiva extinção das abelhas – e descobriram que, na origem de tudo, está a desorientação, a falta de rumo que as afeta. Ao fenômeno foi dado o nome de “Colony Colapse Disorder” (CCD).
O que dantes era simples e natural – pousar na flor, coletar o pólen, transportá-lo, viabilizar o nascimento de um vegetal – tornou-se algo incerto, quando não inviável. Sem a coleta do pólen, as colméias minguam e desaparecem. Não haverá favos, nem cera, nem mel – e as abelhas irão desaparecendo aos poucos, até a completa extinção.
Por que estão sem rumo as abelhas? O que as perturba em seu instinto de orientação – algo como o trabalho disciplinado das formigas, a boemia incoercível das cigarras, o adejar das asas dos beija-flores?
A explicação dada é surpreendente: elas são afetadas pelas ondas emitidas pelos celulares – milhões deles, que estão a funcionar por toda a parte. Não podemos vê-las nem ouvi-las; certo é, porém, que tais ondas agridem seus organismos frágeis, elas perdem o rumo e não conseguem continuar a cumprir seu papel na natureza.
O que fazer? Como garantir que continuem a ser polinizadas as flores, produzidos os favos e o mel, povoadas as matas, alegrados com enxames e zumbidos os jardins, campos e cerrados? Uma solução seria proibir os celulares – ou, de forma menos drástica, disciplinar seu uso. Será possível fazê-lo?
Todos sabemos que o desenvolvimento das civilizações pressupõe o surgimento de necessidades supérfluas, que passam a ser essenciais. Assim foi, por exemplo, com a energia elétrica. Durante milênios, a humanidade viveu sem ela, que não fez falta em alguns dos momentos mais expressivos da História. Os filósofos da Antiguidade, os gênios da Renascença, assim como Shakespeare, Camões e Cervantes não precisaram da luz elétrica para produzir obras imortais.
Desde quando foi descoberta, contudo, a eletricidade tornou-se imprescindível, e de fato o é; suas múltiplas aplicações fazem com que indivíduos e sociedades dela dependam. Para a maior parte da humanidade, parece inconcebível viver sem os benefícios que proporciona.
Quanto aos celulares, tenho minhas dúvidas se serão tão necessários assim. No Brasil, os governantes privilegiaram a implantação da chamada telefonia móvel, antepondo-a ao atendimento de demandas mais urgentes, como a universalização do saneamento básico, a melhoria da educação e do sistema de saúde pública, a segurança individual e coletiva etc.
Bem sei que celulares encurtam distâncias e aproximam pessoas; que viabilizam a comunicação instantânea em casos de doença ou de agressões, a imediata transmissão de mensagens de interesse vital. O que se vê, entretanto, como regra geral, é uma verdadeira farra no setor, inclusive levando a constatações preocupantes – como a dependência de crianças e jovens em relação a tais aparelhinhos que, na verdade, funcionam como coleiras eletrônicas, cerceando-lhes a liberdade e a iniciativa.
Mesmo entre os adultos, há um festival de tolice, no uso exibicionista que deles se faz. Em qualquer local público, como cinemas e teatros, campainhas e musiquinhas irritantes soam, pessoas sussurram banalidades entre risadas abafadas e “tchaus” inconvenientes.
Quem realmente lucra com tais engenhocas são as multinacionais, que esbanjam propagandas mentirosas, assegurando que a felicidade está ao alcance de todos: basta adquirir um celular, e quanto mais caro, melhor...
Tais observações não elidem o fato de que celulares vieram para ficar; todavia, controlar seu uso será difícil, oneroso e até perigoso, porquanto poderá afetar direitos, como o da liberdade de expressão e comunicação.
E as abelhas – como ficam as abelhas?
Leio em uma publicação internacional que as elefantas – chefes das manadas – cansaram de ser agredidas e mortas, para a retirada de suas valiosas presas de marfim. Como animais extremamente inteligentes que são, deixaram de lado a mansidão que as distingue e passaram a matar quem delas se aproxima, até mesmo seus dedicados protetores, nos parques preservacionistas da África.
O que acontecerá se as abelhas fizerem o mesmo e, perdido o rumo das flores, começarem a atacar seus predadores humanos?
Lena Castello Branco F. Freitas.
Estamos com um grande problema. E agora? Deixe seu recado.
Meu caro amigo William, boa noite!!!
ResponderExcluirNotícia bem importante, não sabia deste problema com os celulares, mas não é só ele o culpado pelo desaparecimento das abelhas, o uso indiscriminado de defensivos agrícolas também contribuem em muito para a extinção delas. O homem tem que se conscientizar que fazemos parte de um mundo onde cada espécie tem a sua função e importância. Temos que pensar mais nisso e preservar as espécies.
Parabéns pela excelente postagem!
Grande abraço e muita paz!!!
William,
ResponderExcluirA notícia que nos traz é deveras preocupante. A cada dia vamos descobrindo pedaços da destruição do planeta empreendida pelo homem.
Se os celulares causam essa desorientação às abelhas - que eu desconhecia - começo a desconfiar que muitos outros estragos ainda virão à tona.
Complicado meu caro.
Abraço