domingo, 1 de agosto de 2010
Nossa existência e sua complexividade
Somos seres complexos, que viajam pelo universo em anos-luz, compreendendo em nossa essência, apenas milionésimos de centésimos de segundos. Por entres as florestas, as formas de viver e se adaptar, conseguimos nos soerguer para o topo da cadeia alimentar, dominando com punho de ferro o destino da vida. Para entender de onde vivemos, dividimos os conhecimentos em pequenos pacotes de informações, separamos irmão gêmeos, as ciências humanas e naturais, repartindo o que em e sempre foi parte de um todo. De uma hora para outra, o ser humano se separou da natureza, distingui-se de sua mãe, como um filho mal-criado, criou um útero artificial, suas cidades cinzas, de concreto aramado. Botou seus irmão em zoológicos e zombou do caos e do acaso. Como rei absolutista cego de poder declarou: “ O mundo sou eu!”. Cantando “feliz aniversário” a cada míseros 360 dias, apagou as velas, e caiu na escuridão de sua prepotência. Após dominar os seres ditos não racionais, passou a escravizar seus iguais, homens como eles, mas sem posses, sem palavras. Os direitos humanos e sociais, alcançados com muito suor e sangue, hoje escritos e válidos, escondem-se dos que mais precisam deles, por meio de palavras, também escritas, mas de forma escusa e elitista. Com o fantasma da matança em nossa mãos, de guerra fria e facínora, colhemos os maus frutos da natureza, a morte e a dor. A contemplação absoluta e resignada dos esquecidos, que pensam mais não tem voz, que vêem as injustiças e sofrem calados, penso: “ Que mundo é esse? Sem Miles Davis, musas sem maniqueísmos, a boa sensação de viver. Tudo é televisionado, youtubado, twittado, googlado – Just Google it. Com os olhos baixos, contemplo a miséria. A informação, a tão querida e almejado onisciência, bloqueia o óbvio, o sentimento de ser gênio mortal. O que somos? Nada mais que macacos vestidos com smoking, gargalhando da vida alheia, da vida social patética de celebridades feitas para nos divertir, para nos destruir, mostrando toda madrugada o azul melancólico de rien. Penso no cigarro que me mata todo dia, o medo da guerra nuclear, na calmaria que precede o fim da era solar, da insustentável leveza do ser. Dentro de tudo isso, o meu corpo arrepia de frio com o contanto, toque distante polonês, comunista; fria mas bela, branca e vermelha, o ódio morta sobre o gelo glacial. Minha mente analítica bóia no meio do nada, esperando pelo 2012 maia, de rosto virado, querendo morrer rapidamente; penso na morte, sensação de escuridão e vazio, morte lenta, nosso corpo-adubo, feito de estrela, contemplando o infinito em um minúsculo grão de areia.
Texto enviado por e-mail de uma colaboradora.
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Postado por
William Junior
às
15:13
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Esse seu texto me fez lembrar uma música (Gitá - Raul Seixas)
ResponderExcluirEu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...
Complexividade se resume na palavra "TUDO"
Tudo na ponta dos dedos e tão longe de fato. Podemos ver com rapidez o sofrimento de milhares no mundo, só que pouco fazemos ou nada. As vidas são bisbilhotadas, muitos adoram isso, outros nem imaginam que podem ter suas imagens manipuladas. Quanto a 2012... mais um ano que dizem que vai e não sabemos se iremos....
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