sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entre a firmeza e a flexibilidade



A prepotência não é amiga do bom senso. Andar cercado de pedras não é alvissareiro. Bons presságios só podem ser anunciados quando a alma está leve. E, se jogamos nossa História no lixo da própria História, em razão de um imediatismo ágil e esperto, estaremos cavando o fim da ideologia e dos princípios éticos e morais.
Os partidos políticos estão amorfos e perdendo sua identidade, representando o afunilamento do poder com a prática indiscriminada da partilha de cargos, confundindo-se com uma festa cujos proprietários determinam quem entra e quem sai e o que pode ou não fazer. A clara demonstração da falta de maturidade política, apesar dos longos anos que se passaram, retrata a cultura de atropelos arraigada na mente escravizada de muitos.
É notório que quem detém o poder sabe que este é passageiro e só pode ser concedido temporariamente. Mesmo assim, alguns se autointitulam proprietários e esquecem que o diálogo é premissa da maturidade e dos bons resultados. Cercar-se de muros, impedindo o aglutinamento das ideias e cerceando o direito da propagação do ideal, não é correto. Discutir metas e estabelecer prioridades realistas é sinal claro do despertar, do crescimento intelectual plausível, que aceita o debate e as críticas construtivas.
Quem age com amarras ditatoriais perde o bom combate porque delimita o que poderia ser grandioso à sua vontade pessoal, ao seu ego descompromissado da verdade, e tudo em prol de uma satisfação doentia de comandar sem alicerce. Saber escutar as bases, saber estabelecer compromissos pautados na coerência histórica, social e político-partidária é saber-se vencedor.
Os alardes acordes estão desentoados, e quem toca no tom desafinado da discórdia e da ambição desmedida destrói a própria casa. A visão egoísta e curta detém a majestade da paisagem e encerra a possibilidade do progresso.
Ao homem, Deus revelou a inteligência e o discernimento. Entretanto, nem todo homem é sagaz para percebê-lo. Infelizmente, há quem não consiga enxergar além do próprio reflexo. Não é preciso ser vidente para descobrir os efeitos desastrosos que tais atitudes, consequentemente, trarão. Ainda há tempo de rever as posturas retrógradas e evitar o insucesso. Ser firme não significa ser submisso. Ser flexível não significa ser fraco. Fundamental é mesmo o equilíbrio.

Frederico Jayme Filho no DM.

Um belo texto que deve ser comentado. Aproveite e participe!!!

Um comentário:

  1. Willian... seus post estâo cada dia mais importantes para a rede sabia?
    Parabéns....
    Beijo no coração

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