domingo, 29 de agosto de 2010
Um velho e sempre novo hábito:O pistolão brasileiro
Não é preciso repetir sempre e sempre – por demais fastidioso – que o hábito é uma resistente segunda natureza. Alguns deles atingem não apenas algumas pessoas ou famílias, mas a quase todos os membros de uma comunidade e, no caso que vou registrar, a todo o nosso País. Trata-se do uso bastante frequente daquilo que vulgarmente se denomina: pistolão! Como conceituá-lo? Bem conhecida é sua vinculação à espichada cadeia sinonímica: apadrinhamento, favoritismo, proteção, nepotismo e, de forma mais ou menos atenuada ou eufêmica: patrocínio! De qualquer forma, o que todos nós sabemos é que ele existe sempre traduzido por múltiplas expressões, embora com alguns retoques atenuantes: dar uma mãozinha, dar uma colher de chá, dar um empurrãozinho, dar cobertura, dar uma penada em favor de alguém, a fim de que este possa obter o que pretende, ainda que ao arrepio da lei, mediante o uso de cartas de recomendação, bilhetes, telefonemas, correios eletrônicos, ou até mesmo, simples recados ou gestos!
Não creio que o uso e abuso desta forma esdrúxula de solidariedade seja uma exclusividade do nosso País. Outros o conhecem debaixo de múltiplas fórmulas e designações, porque os povos têm valores sociais, psicológicos, antropológicos, enfim, culturais especiais. Somos frutos da velha árvore portuguesa e da mesma frondosa Roma. Contudo, não diferimos muito dos demais países coirmãos: Na área de fala espanhola, registra-se: “cuña” (América Central, Antilhas, Argentina, México, Chile, Panamá, Peru e Uruguai). Evidentemente, na própria Espanha, também se registra o mesmo hábito (cf. Diccionario Manual de la Lengua Española / Real Academia). Esta prática varia de acordo com os vetores culturais de cada país onde se usa a língua de Cervantes. Na bela e doce língua de Ionesco diz-se: “pilă”. Na de Racine, também muito expressiva: “ pistonné ” e, não menos plástica, a de Dante Alighieri: “padrino”.
O pistolão, no Brasil, tem certidão de idade, pois na Carta de Pero Vaz de Caminha (1450?-1500?) aquele escrivão, depois de descrever minuciosamente o que vira na terra recém-achada, no final, antes de colocar a sua assinatura, roga ao rei Dom Manuel o favor de transferir seu genro Jorge da ilha São Tomé para a terra que ele acreditava ser muito promissora. Portanto, a Carta de Caminha não é apenas a “certidão de batismo do Brasil”, mas, também, a da “introdução do pistolão” entre nós. Um velho hábito brasileiro com remotas raízes históricas bastante resistentes!
Ático Vilas-Boas da Mota no DM.
Pistolão, o que você acha dessa figura? Comente, participe!!!
Postado por
William Junior
às
20:49
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagem mais recente
Postagem mais antiga
Página inicial
Linkbão
Oi Torpedo
Oi Torpedo Web
Click Jogos Online
Claro Torpedo
Claro Torpedo Gratis
Rastreamento Correios
Mundo Oi
oitorpedo.com.br
mundo oi torpedos
mundo oi.com.br
oi.com.br
torpedo-online
Resultado Dupla Sena
Resultado Loteria Federal
Resultado Loteca
Resultado Lotofacil
Resultado Lotogol
Resultado Lotomania
Resultado Mega-sena
Resultado Quina
Resultado Timemania
baixa-facil
Resultado Loterias
E-Scripter
Assinar:
Postar comentários (Atom)
William,
ResponderExcluirUm belíssimo texto.
Eu poderia definir esse texto em uma apenas duas palavrinhas bem conhecidas e famosas: "jeitinho brasileiro".
Adorei!
Bjs.
Rosana.
Texto muito bom!
ResponderExcluir