terça-feira, 24 de agosto de 2010
Pitanga, uma riqueza ainda não explorada
Provavelmente, o tema seja saudosista. Lembro de minha infância, no distrito de Alfredo Brenner, no interior de Ibirubá. Na beira dos rios e riachos havia uma abundante plantação nativa de pitangueiras. Aliás, daí vem o nome de Ibirubá, que no tupi-guarani significa “terra das pitangueiras”.
A pitanga, fruto da pitangueira (Eugenia uniflora L.), pertence à família botânica das Myrtaceae. O termo pitanga vem da palavra indígena “pyrang” que quer dizer, vermelho, a cor predominante da fruta. É uma planta frutífera nativa do Brasil, da Argentina e do Uruguai, sendo encontrada também na região das Guianas. Possivelmente, os navegadores portugueses levaram suas sementes a outras regiões, como aos Estados Unidos (Califórnia), nas ilhas do Caribe e alguns países asiáticos, como a Índia.
Em inglês britânico e norte-americano, o fruto é também conhecido como pitanga ou então como Brazilian cherry ou Surinam cherry, que traduzindo significa cereja brasileira ou cereja do Suriname.
As pitangas já eram apreciadas pelos indígenas e primeiros colonizadores, que a cultivavam em suas residências, e de seus frutos produziam doces e sucos, além de utilizarem suas folhas na medicina popular. No Brasil, a região nordeste é a única a explorar comercialmente esta fruta de alto potencial econômico. A pitangueira frutifica de outubro a janeiro, e existe uma grande variação na coloração da fruta, indo do laranja, passando pelo vermelho e chegando ao roxo ou quase preto. Apesar de ser uma árvore tão comum em nossas matas nativas, a produção comercial de pitangas não é explorada na região. Ainda não é encontrada em nossas fruteiras ou mercados..
Em algumas regiões, é muito comum o plantio de mudas de pitanga nas mansões, fazendo-as de cerca viva. Além da proteção, atraem os pássaros, especialmente os sabiás, que se alimentam de suas frutas, por longos períodos. A florada das pitangueiras é outro espetáculo paisagístico. Suas flores são brancas, discretamente perfumadas e ricas em pólen, o que as torna bem atrativas a abelhas. Muito parecido com a lindíssima florada das cerejeiras japonesas.
O cultivo de pitangueiras é uma excelente opção aos nossos produtores rurais que deverão recuperar áreas degradadas a beira de mananciais de água, recompondo a mata ciliar. Além da beleza das flores e das frutas, estimula o desenvolvimento de aves e outros animais silvestres. Seu cultivo também pode ser realizado em vasos (utilizando mudas enxertadas), para manter em casas e sacadas de apartamentos, podendo ser mantida uma planta de baixo porte, mediante podas, com abundante floração e frutificação.
Trata-se de uma fruta de gosto agridoce, além de uma série de outras características medicinais. Encontrei no site da Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS), um artigo da pesquisadora Márcia Vizzotto, sobre algumas utilizações da pitangueira: as folhas da pitangueira têm conhecidas atividades terapêuticas, tendo sido usadas no tratamento de diversas enfermidades, como febre, doenças estomacais, hipertensão, obesidade, reumatismo, bronquite e doenças cardiovasculares. Tem ação calmante, antiinflamatória, diurética, combate a obesidade e também possui atividade antioxidante. Os extratos da folha da pitangueira, assim como de outras espécies nativas, também apresentam atividade contra Trypanosoma congolense (doença do sono), e moderada atividade bactericida, sobre Staphylococcus aureous e Escherichia coli.
Há, ainda na fruta e nas folhas de pitangueira, uma variedade de compostos secundários, ou fitoquímicos, como flavonóides, terpenos, taninos, antraquinonas e óleos essenciais. Daí seu uso crescente na elaboração de perfumarias. Nos principais shoppings do mundo, nas lojas especializadas em perfumes, estão sendo mostrados como novidades, cremes, loções e sabonetes de pitanga.
Mas, ao olhar a embalagem desses produtos de beleza, com preços muito elevados, observa-se o termo pitanga, mas logo abaixo a denominação em inglês, como Surinam Cherry e não Braziliam Cherry. O Brasil não soube explorar comercialmente essa riqueza»
por Elmar Luiz Floss.
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Postado por
William Junior
às
18:26
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É amigo, não é só essa riquesa que o Brasil não soube explorar, existem muitas outras que chegam até au cumulo de serem patentiadas por outros países, sem que provem do Brasil, é revoltante ver como as riquesas existentes no nosso país, são tão mau administradas.
ResponderExcluirEu tenho paixão por esta fruta. Na minha ex-casa tinha uma arvorezinha muito bonitinha. Tinah pitanga quase todo o ano. Uma coisa que eu adorava era quebra uma folhinha para sentir o perfume delicioso! Aiiii que água na boca...
ResponderExcluirO que mais o Brasil não soube explorar, para variar? Ops, esqueci, o povo, o povo o Brasil explora e explora muito bem. Excelente matéria sobre a Pitanga, eu não sabia que poderia ser um fruto tão importante. Lembro-me que, quando criança, encontravamos esta fruta com certa facilidade pelas matas próximas à cidade. Hoje quase não se vê mais. O desenvolvimento deve comido todas.
ResponderExcluirUma fruta bonitinha, pequenina, cheirosa, gostosa e que pode ser cultivada sem maiores cuidados. Em algumas ruas de Campinas, são cultivadas algumas árvores frutíferas e a pintangueira é uma delas, e quando está produzindo, é um espetáculo. Adorooooooo
ResponderExcluirMuito bem lembrado!
Abraços
Gessy