Número de procedimentos ilegais é calculado com base na realização de curetagens. Em 12 meses, são 183 mil casos.
Mais um drama da vida real volta à tona e expõe uma triste realidade que ainda persiste no Brasil: o aborto clandestino. Silvio de Abreu, autor da novela Passione, exibida às 20 horas na Rede Globo, expõe a história de Fátima, personagem interpretada pela atriz Bianca Bin, que quase morreu após interromper a gravidez indesejada com o uso de métodos ilícitos. O tema ganha destaque na imprensa, chama a atenção das autoridades da área de saúde para este tipo de problema e mostra que o número de curetagens pós-aborto espontâneo ou provocado chegou a 183.066 mil no ano passado no País. O governo federal gastou R$ 37 milhões com esses procedimentos.
O Ministério da Saúde (MS) não possui estatísticas sobre abortos ilegais no Brasil. Toda a estimativa é calculada sobre o número de curetagens. O órgão federal aumentou de maneira sistemática a oferta de métodos contraceptivos reversíveis na rede pública de saúde. O aumento na distribuição de anticoncepcionais e camisinhas fez com que os casais tivessem mais condições de planejar quantos filhos gostariam de ter, com isso, foi registrada uma queda no número de curetagens por aborto no País.
De acordo com o MS, houve uma redução de 24% no número de curetagens realizadas em 2004 (241 mil) em relação ao ano passado (183 mil). Tanto o MS quanto a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República defendem que o aborto deve ser tratado como um caso de saúde pública. Pesquisa divulgada em maio deste ano pela Universidade de Brasília (UnB) aponta que 55% das mulheres que abortaram foram parar no hospital. A prática abortiva se traduz em duas realidades: muitas mulheres morrem e outras são internadas com complicações.
O estudo da UnB mostra que das 2.002 entrevistadas, a maioria tinha entre 18 e 39 anos de idade. Destas, 15% confessaram que já fizeram pelo menos um aborto, 64% são casadas e 81% são mães. A conclusão da pesquisa é de que pobres e ricas abortam. No País, o aborto só é permitido quando for necessário para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez for resultante de estupro. O Código Penal prevê detenção de até três anos para gestante que provoca o aborto, e de reclusão com penas que variam entre um a quatro anos para quem faz o aborto com o consentimento da gestante.
Sejam em audiências públicas, plenários ou tribunais, quando o assunto é aborto, o debate sempre reacende a polêmica sobre a descriminalização ou não da prática no Brasil. Há consenso de que o aborto é uma questão de saúde pública. Mesmo assim, as opiniões ainda divergem quando o assunto é a legalização. O aborto não é permitido em nenhuma situação pela Igreja Católica, mesmo em caso de risco para a vida da mãe.
Segundo o padre Bráulio Róger, a igreja defende a vida desde a concepção e aponta que a principal saída para a descriminalização clandestina do aborto é a formação de consciência dos indivíduos por parte das autoridades competentes. “A igreja vê essa situação como um problema social de alta complexidade, que mata inocentes por causa do cultivo de contra-valores sociais”, diz o padre.
Movimento
O coordenador do Comitê Em Defesa da Vida (CGDV) – Brasil Sem Aborto, explica que a instituição que faz parte do Movimento Nacional da Cidadania Brasil Sem Aborto defende a vida sob três aspectos: científico, jurídico e político. Ele explica que a questão religiosa não entra em discussão porque os membros do CGDV defendem a vida do ponto de vista da ciência. “Para nós, a vida inicia na concepção. Isso não é dúvida, é um fato confirmado por vários cientistas renomados, e o direito a vida está assegurado a todo cidadão brasileiro no art. 5º da Constituição Federal”, afirma.
A legalização desta prática criminosa aumenta de forma estarrecedora o número de abortos, como aconteceu na década de 1970 nos Estados Unidos. Ressalta que a maioria dos abortos é realizado por falta de informação, por isso, um dos principais objetivos do Movimento Brasil Sem Aborto é educar para salvar. Uma outra função também do Comitê da Cidadania em Defesa da Vida é a realização de palestras nas escolas e em centros comunitários, esclarecendo sobre as consequências do aborto para a criança que está sendo gerada, a mulher e a sociedade.
O aborto vai contra os princípios éticos e morais. “Qualquer ato que atente contra a vida já é um crime. Com o aborto clandestino, não é diferente”, ressalta. O Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou abortos em situações que o bebê nascerá sem cérebro e revela que, desde 2000, foi concedidas dez sentenças por causa de fetos anencéfalos. Uma média de um caso por ano.
Tipos de aborto:
Espontâneo - Ocorre quando a gravidez que parecia normal termina de maneira involuntária por causa de alguma anomalia ou disfunção não prevista nem desejada pela mãe
Provocado - Interrupção deliberada da gravidez pela extração do feto da cavidade uterina de forma doméstica, química ou cirúrgica
Países que legalizaram o aborto:
Portugal, Estados Unidos, Holanda e Canadá
Fonte: Ministério da Saúde
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Olá Willian,
ResponderExcluirFalar que o aborto não existe é hipocrisia, não sou a favor mas acho que a decisão não cabe a igreja ou aos políticos, morei em Londres, onde o aborto é legalizado e bem feito, com direito a psicólogos e tudo o mais, e posso garantir, mulher alguma esquece, é como se lhe tirassem um dedo, sempre fará falta, nunca vai esquecer, acredito que só quem vai optar por perder “um dedo” pode falar se é bom ou ruim.
Sobre os efeitos psicológicos de uma interrupção voluntária da gravidez todas as mulheres ficam traumatizadas com um aborto, O que é realmente penalizante psicologicamente, "é a situação de clandestinidade em que muitas mulheres abortam, que é humilhante, degradante e que mete medo".
Eu sou contra o aborto, por isso não faço, mas se voce é a favor do aborto, é uma conta e divida sua com sua consciência e seu Deus.
Meu carinho
Amigo William,
ResponderExcluirno Japão o aborto também é legalizado.
Tenho uma colega de trabalho, na época era solteira, e talvez por isso, o médico já foi perguntando se queria fazer o aborto. Ela não quis.
Quem quer fazer pratica o aborto independente da legalização ou não.
Eu não faria, por questão de consciência, mas respeito pessoas que fazem, afinal cada um sabe da sua responsabilidade ou irresponsabilidade.
Apesar de muito se falar na prevenção, só quem passa sabe porque engravidou, os riscos de ter ou não ter um filho. Falta prevenção, que também é um fator político, social. Não basta distribuir preservativos, apesar de ser um caminho.
Abraços
De quando são estes dados?
ResponderExcluirVc tem informações sobre como funciona nos países em que o aborto é legalizado?
Sou a favor da legalização do aborto, pois é uma questão pessoal e não do Estado.Os números de morte mostram que é uma questão de saúde pública. O Estado é laico, se permite o aborto por causa de um estupro, risco de morte da mãe e bebês sem massa encefálica, pode mto bem permitir em qlq caso, se a gravidez estiver nas primeiras semanas. É uma questão de escolha, claro que camisinha e pílulas devem ter o uso estimulado. Mas condenar uma mulher por isso é o verdadeiro crime, como se fosse fácil tomar uma decisão dessas...
ResponderExcluirComo disse é uma questão pessoal, cada um que viva com a sua consciência, mas deve ter sim, o direito de escolha. Respeito a posição da Igreja, mas ela deve trabalhar com os seus fieis e não pressionar o Estado e mulheres com outras crenças para fazer oq querem.
Oi queridoooo !!
ResponderExcluirAi nao sei gente , sinceramente nao seeei !!
Se legalizar vira festa do caqui...o pessoal anda meio sem juízo demais, mas ao mesmo tempo as vezes penso que nasce muita criança sem amor, sem lar, sem condiçoes e tem maes que mesmo na gravidez ja estao odiando a crianca credo de qq modo tentam o aborto mesmo...realmente nao sei nem o que pensar!
Parece que sou pecadora por uma lado em achar bom legalizar, para por outro parece hipocrisia!
Assunto compleeeexxooooo rs !
Beijooos