sábado, 24 de agosto de 2013

Os partidos políticos e as velhas alianças contribuem para a bagunça governamental


A reforma política propalada pelos partidos, parlamentares e governantes não empolga porque, independentemente do conteúdo meritório, trata-se simplesmente de qualificar a velha ordem e a preservação das instituições como aí estão. As pessoas nas ruas repudiam os governos porque, os serviços e o direcionamento da política pública são precários.

Criticam o Judiciário porque a prestação jurisdicional é lenta e a justiça pouco alcança os poderosos e os corruptos. Desmerecem os parlamentares, especialmente do Congresso Nacional, porque a produção do conteúdo legislativo é distante da realidade e limitada.

 Parte substancial da atividade é destinada aos interesses para a constituição de alianças sem afinidades políticas. Portanto, o diálogo indispensável entre os partidos e a sociedade está velho e surrado. Insensível para os jovens.

 Tem muito pouco a ver com a vida das pessoas.

Não estamos apenas diante da desconstituição da política como argumenta parte dos políticos tradicionais, mas sem relação e diálogo com a juventude, que deseja velocidade no trato das questões públicas, uma nova sociabilidade e dar sentido ao cotidiano essencial da vida.

 Parcela substancial da população não está disposta a se submeter à ordem tradicional. Não que preguem a desordem, mas desejam um outro tipo de mediação que os partidos não têm tido capacidade de desenvolver.

 Todos os temas reformistas relevantes se arrastam e não acontecem ou demoram anos a fio para terem efetividade. O pacto federativo, as reformas política e tributária, o cumprimento dos mínimos para saúde, educação e transporte coletivo, dentre tantas questões, são exemplos desta situação que evidencia o descrédito quanto à representação política.

Os jovens querem soluções, que uma estrutura antiga de partidos não consegue oferecer. O debate interno em qualquer agremiação, apesar do cenário, continua o mesmo.

Em primeiro lugar supondo que o movimento da rede e das ruas não lhes diz respeito. As práticas também se repetem. Privilégios, mordomias, desvios de conduta e prepotência. Utilização dos recursos do Fundo Partidário e dos espaços de governo para garantir o reconhecimento que pode se traduzir em legitimação eleitoral no pleito que se avizinha.

A discussão essencial passa pelo casuísmo, de ter candidatura própria ou coligar e suas possibilidades ao sabor das pesquisas. Tudo distante, portanto, do que os protestos estão a dizer.

Os partidos deveriam estar reconstituindo a sua vida orgânica, com um debate mais amplo e eficaz. Processando as demandas da população, confrontando com a visão ideológica, programática e devolvendo a população na forma de propostas para governar e qualificar os serviços. Não adianta fazer qualquer coisa no exercício político. A importância diminuta dos partidos e, especialmente, dos parlamentares é fruto de um sistema irreversível.

Cumpre agora encontrar alternativas para recuperar a legitimidade e continuar a contribuir para o fortalecimento da democracia, valor imprescindível para a nação.


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