domingo, 17 de abril de 2011
Sentir ciúmes é normal? Leia mais a respeito...
O ciúme surgiu há muito tempo, sendo até hoje uma emoção humana extremamente comum. O homem precisava se proteger da traição para não gastar seus recursos com uma prole que não fosse a sua. Já a preocupação da mulher era em como manter o estoque de comida, e quem iria trazê-la. Assim, hoje, os evolucionistas acreditam que o que provoca ciúmes em homens e mulheres são eventos diferentes. Outros já entendem o ciúmes como uma criação capaz de proteger os laços sociais.
No século XIV, o ciúmes conotava paixão, sem nenhum sentido pejorativo. Ainda hoje, nas sociedades monogâmicas ele encontra-se, muitas vezes, ligado à proteção familiar como sinônimo de amor e cuidado, onde o desejo maior é a preservação do relacionamento visto que tal sentimento está ligado a perda do outro ou do espaço afetivo da relação. Ou seja, o ciúme é um sentimento ego centrado originado no medo de perder a pessoa amada, misturado ao sentimento de deixar de ser especial.
Na verdade, são muitas às vezes em que o ciúme deixa de ser sinônimo de prova de amor transformando-se em exemplo de insegurança e de posse. Dessa forma, longe de ser um tempero para o relacionamento, ele não tem como ser considerado um sentimento construtivo, podendo acabar com a relação, e causando sofrimento para ambos os parceiros. Mas, também ,pode ser considerado “natural” a pessoa sentir ciúme em certas situações em que se perceba ameaçada de exclusão. Num maior grau, a sensação de angústia é permanente, havendo uma constante tensão, enfraquecendo o relacionamento.
O outro, a qualquer momento, poderá estar mandando sinais de que vai abandonar a relação e essa dúvida faz com que a pessoa fique alerta todo o tempo, consumindo os três: o ciumento, o (a) parceiro (a) e a relação. Em um momento mais crítico, insegurança e desconfiança são capazes de criar uma realidade paralela que não condiz com a verdade. Apesar disso, a pessoa passa a vivenciá-la, pois a linha divisória entre imaginação e certeza é tênue.
As dúvidas se transformam em pensamentos supervalorizados onde o ciumento é coagido à investigação compulsiva de suas (in) certezas. Por mais que toda e qualquer tentativa de diminuir tais sentimentos não sejam capazes de reduzir o mal estar sentido, há uma constante busca pela comprovação de suas suspeitas, o que leva a mais incertezas, pois, por mais que o (a) parceiro (a) conte a “verdade”, ela é insuficiente.
Muitas pessoas se criticam por tal comportamento e tentam, inutilmente, afastá-los, sentindo culpa e uma enorme tristeza, enquanto os que não veem sua atitude como injustificada, apresentam raiva e comportamentos violentos. É um comportamento muito parecido com o que é experimentado pelos pensamentos obsessivos: são indesejados, intrusos, considerados desagradáveis, irracionais e seguidos de atos de verificação.
A pessoa muitas vezes carrega sentimentos de raiva, vergonha, humilhação, culpa, desejo de vingança, relacionado com uma baixa autoestima. Muitas vezes, podem ocorrer homicídios e atos violentos, mas fica difícil falar em estatísticas, pois, muitos não se defendem ou procuram serviços médicos.
Pode-se dizer, de forma resumida, que o que caracteriza o ciúme patológico é o anseio de um domínio total dos sentimentos, pensamentos e comportamentos do outro, desenvolvido pelo entendimento de alguma ameaça à estabilidade ou qualidade do relacionamento, visando excluir os perigos da privação do objeto amado. Assim, é uma resposta frente a um perigo percebido onde o rival pode ser real ou imaginário.
Deve-se levar em consideração a avaliação da racionalidade dessas preocupações, assim como o grau de limitação ou prejuízos causados. Avaliar também o grau de crítica do individuo em relação a essas idéias e o sofrimento que acarreta, levando em consideração seus reflexos no lazer, na vida social, afetiva e no trabalho. Os fatores precipitantes também são dignos de atenção, como é o caso de comportamentos provocativos do (a) parceiro (a), estresse, mudanças ou perdas.
Tal sentimento pode trazer sofrimento para quem o sente. Mas ciúme não é defeito, é uma emoção difícil de suportar, pois sentir-se se excluído é sempre doloroso. O outro é inimitável. Funciona mais ou menos assim: se o outro está chamando mais a atenção do que eu, ele tem algo que eu não tenho. Desta forma, perco a confiança em mim, sou inferior. Para o ciumento, nada é justo se ele não tiver tudo para si.
Vale ressaltar que tanto o ciúme quanto a inveja são manifestações naturais e dizem respeito à dificuldade que temos de aceitar nossas diferenças e que nunca teremos tudo aquilo que desejamos. A forma de contornar essa situação é entender que as pessoas têm comportamentos e atitudes diferentes conosco porque, antes de qualquer coisa, também são diferentes.
Quando a pessoa chega a terapia com tal queixa, o foco é que ela possa aprender a lidar melhor com a rejeição ,e tornar-se um indivíduo capaz de se relacionar com as pessoas e com o meio onde vive, sentindo-se aceito e aproveitando o melhor dos diferentes momentos.
Por Jean Carlo Pacheco – via e-mail
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Postado por
William Junior
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09:03
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Oi Willian
ResponderExcluirEu penso que o ciúme, assim como qualquer outro tipo de sentimento é bom na medida certa. Como mulher eu afirmo que não sou ciumenta, pq eu aprendi a controlar isso. Mas, nem sempre as pessoas conseguem controlar os sentimentos, e ai que surgem os problemas, e as vezes com conseqüências bem desastrosas.
Ser ciumento é de certa forma, uma prova de amor, mas desde que isso não vire doença, é fácil de ser administrado.
Abs,
Isa Oliveira
www.paginasdodia.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá querido William!
ResponderExcluirAcredito que tudo na vida deve estar pautado no equilíbrio... nem tanto ao céu, nem tanto à terra... o ciúme por sua vez faz parte dos relacionamentos e às vezes pode ser até um ingrediente picante, só temos de tomar cuidado para não errar na dose.
Bjokas
Gisele
Olá amigo, como já foi comentado por outra amiga,o ciúmes tem que ser dosado, nem mais nem menos. Creio que é um sentimento que faz parte de uma relação saudável, basta te-lo sob controle.
ResponderExcluirMuito bom esse post. Eu penso que o ciúme é o que explana seu texto. Muito patente nos relacionamentos familiares e sociais. Eu acho que é uma emoção extremamente positiva quando bem trabalhada e interiorizada.
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