quarta-feira, 6 de abril de 2011

Teorias do fim do mundo...



Desde o começo, o homem teme a extinção. Desastres naturais cada vez mais violentos e frequentes reavivam a voz de profecias apocalípticas na ciência e na religião
Desde os primórdios, há quem preveja o fim. Estudiosos, religiosos e toda sorte de profetas anunciam que o apocalipse não tardará, e as formas e datas variam. O assunto sempre esteve em voga, atiça a curiosidade dos homens e parece ter fonte inesgotável de “evidências”. Também pudera: entre as dezenas de religiões vigentes no planeta, praticamente todas alertam para o fim dos tempos. Recentemente, desastres naturais de grande magnitude têm mantido o assunto na boca e na cabeça da sociedade moderna, sendo temas de livros, filmes e milhares de artigos na internet – a maioria de procedência duvidosa, mas muitos de uma lógica implacável e assustadora.

Religião e ciência
Talvez a eterna busca por evidências incontestes do fim dos tempos seja reforçada sobretudo pelas religiões. As mais influentes do mundo – o Islamismo, o Cristianismo e o Hinduísmo – propõem, cada uma a seu modo, o juízo final dos homens e o apocalipse. São muitos os versículos da Bíblia que descrevem a destruição do mundo em chamas e o próprio Livro das Revelações (ou Apocalipse) trata exclusivamente do assunto. O Corão segue a mesma linha, e tantos outros textos das mais variadas seitas também.

Entretanto, a destruição do planeta não é temor exclusivo dos religiosos. Cientistas buscam fatos e estudam teorias sobre o assunto com afinco. E encontram coisas no mínimo preocupantes. Por exemplo, o sol acordou. Daniel Baker, professor estadunidense da Universidade de Colorado Boulder, afirmou que a poderosa explosão solar do dia 15 de fevereiro, divulgada nos principais canais de notícias e mídias especializadas do planeta, afetou sistemas de comunicação e outras podem causar ainda mais estragos nos próximos anos. Segundo o especialista em meteorologia do espaço, o evento enviou bilhões de toneladas de partículas carregadas em direção à Terra. – alguém se lembrou da produção cinematográfica apocalíptica 2012? Chamadas de “ejeções”, as partículas podem provocar uma gama de desastres econômicos e sociais, entre eles a interrupção do sinal de transmissão dos meios de comunicação. O site português iOnline informa que a explosão chegou a interromper transmissões de ondas curtas de rádio na China. Nada perto do fim do mundo, mas muitos entusiastas das teorias encheram o peito para falar que é um prenúncio do que está por vir.

Catástrofes
O que dizer, então, das catástrofes naturais que vêm acontecendo com mais violência e em um intervalo de tempo cada vez menor? Terremotos no Chile, Haiti, Nova Zelândia e mais recentemente no Japão. Vulcão ativo na Islândia. Tsunamis, tempestades, calor intenso, meteoros, enchentes horríveis, tudo nos últimos anos. Discípulos das teorias da conspiração – aqueles mesmos que falam que os governos sabem de tudo e escondem a verdade da população – veem nesses fenômenos provas de que algo de proporções grandiosas está para acontecer em breve.
Diante de todos esses desastres, foi rápida a reação da população mundial, que sempre é curiosa em relação ao assunto apocalipse, e logo se questionou se o homem não estaria catalizando a destruição do planeta com sua destruição e consumo sem barreiras de recursos naturais. Céticos, porém, afirmavam que era impossível dizer se a Terra, um planeta bilhões de anos mais velho do que a humanidade, estaria de fato reagindo a esses fatores ou se simplesmente eram coisas que aconteciam de milênios em milênios. Os cientistas, então, foram novamente à cata de fatos para encontrar a resposta. Os climatologistas afirmam que, pelo menos em parte, as variações climáticas extremas, como tempestades mais violentas e frequentes, são consequência da influência humana sobre a atmosfera.

No estudo, os cientistas usaram programas de computador elaborados que simulam o clima para analisar se o aumento das tempestades severas, nevascas e eventos similares poderiam ser explicados pela variabilidade natural do clima, e constataram que o aumento só tinha sentido quando os computadores consignaram os efeitos dos gases do efeito estufa liberados pelas atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis.

O trabalho científico aborda tendências do clima entre 1951 e 1999, portanto, não inclui qualquer análise de precipitações extremas do ano passado, as inundações catastróficas no Paquistão, China e Austrália, bem como partes dos Estados Unidos. No entanto, o documento é susceptível de reforçar um sentimento crescente entre os cientistas de que eventos como as inundações de 2010 se tornarão mais comuns. E isso abre espaço para questionamento sobre o que mais se voltará contra a humanidade nos próximos anos.

Nostradamus
Quando se fala em fim do mundo, o nome Nostradamus vem logo à mente. Michel de Nostredame foi um apotecário e médico da Renascença que praticava a alquimia (como muitos dos médicos do século XVI). Ficou famoso por sua suposta capacidade de vidência. Sua obra mais famosa, As Profecias, é composta de versos agrupados em quatro linhas (quatrains), organizados em blocos de cem (centuries); algumas pessoas acreditam que estes versos contêm previsões codificadas do futuro.

Entusiastas atribuem aos textos de Nostradamus predições sobre Hitler, o fim da Guerra Fria, o atentado ao papa João Paulo II e até mesmo a eleição de Boris Yeltsin na Rússia. Entretanto, não há nada explicitamente comprovado sobre essas teorias, e como praticamente todo fim de ano surgem novas datas para o fim do mundo baseadas na obra do apotecário, não há credibilidade em suas previsões. Mas ainda assim há sempre novas versões e estudos das profecias do francês.

Calendário maia
Outra teoria que tem ganhado destaque ultimamente diz respeito a um suposto calendário maia, que chegaria a seu fim no ano que vem. Esta é exatamente a história contada na ficção 2012, produção cinematográfica de 2009. Documentários veiculados a todo momento em canais como History Channel e Discovery fazem ainda uma conexão disso com as profecias de Nostradamus. Simplificando a história, a Terra entraria em alinhamento exato com o centro da galáxia – um vão negro que pode ser observado a olho nu em certas épocas do ano em alguns lugares do globo – e seria irradiada por energias que fariam com que seu núcleo entrasse em atividade ainda mais intensa, o polo magnético da Terra mudaria de posição e a raça humana se extinguiria
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No final das contas – sem trocadilhos –, o embate de ideias sobre este assunto é prolífico e rende discussões infindáveis. Como o ser humano tem o dom da imaginação e da fantasia, não raro o assunto chama a atenção, como vem acontecendo desde sempre.

Talvez o fim do mundo não chegue em 2012, como não chegou em 1999, 2000, 2001, 06/06/06 ou 07/07/07, datas que por algum motivo parecem ser icônicas para os adeptos deste tipo de discussão. Ou talvez seja igual àquela velha história do lobo, onde o pastorzinho grita, grita, o povo se assusta e chega a ele para descobrir que se tratava de uma mentira que o entretinha. Até que o pessoal se cansou de cair no conto do pastorzinho, e quando o lobo realmente apareceu, ninguém deu bola e ele foi comido.


Por Humberto Wilson.

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Um comentário:

  1. Olá Willian, olá Humberto!
    Em filmes como "O Núcleo", "O Dia Depois de Amanhã", "2012", "Presságio" e tantos outros, apesar de ter ficção, para mim, os eventos e as suas causas fazem todo o sentido para mim! Não vejo tanto absurdo assim. Talvez as "soluções" e o heroísmo americano...rsrs, sim, sejam exagerados, fantasiosos e fictícios. Não deixo de viver em função disso e não passo dias fazendo uma contagem regressiva, decretando o fim da minha vida.
    Ela segue e, ao contrário, procuro vivê-la com intensidade e aproveitando cada dia.
    Grande beijo,
    Jackie

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