domingo, 17 de abril de 2011
Chatos de galocha...
Falar dos chatos (estes seres irritantes que perturbam nossas vidas) já se tornou algo bem batido por muitos escritores, e tudo que é muitas vezes repetido acaba ficando chato. Mas comentar sobre isto pode ajudar o leitor a entrar no clima do assunto, ou deixá-lo apenas chateado. Nos dois casos aconselho você a ler o texto até o fim (sem querer ser chato), pois poderá descobrir coisas sobre si mesmo dentro dele (talvez descubra que você é uma praga, ou um chato, ou alguém intolerante com pensamentos contrários as suas convicções e pretensas certezas, ou talvez descubra afinal, quem são os verdadeiros chatos).
Os chatos vivem entre nós desde os primórdios dos tempos, e duas e três aparecem para nos incomodar (geralmente às duas e três da madrugada, ou em horários em que ainda estamos dormindo, ou estudando, ou fazendo coisas bem melhores do que falar com chatos). Existem rumores de que até mesmo certas escrituras antigas falavam sobre eles, com relatos sobre seus feitos e, principalmente, seus enfadonhos defeitos. Tais manuscritos, considerados apócrifos (Entenda-se por apócrifo todo e qualquer documento que não tenha o selo de validade da casa da fumacinha branca), foram posteriormente destruídos para evitar toda uma chatice de especulações.
Mas graças à internet onde, quase que milagrosamente, tudo quanto é informação acaba vazando de forma escancarada para todos os cantos e recantos do mundo, deixando em desespero muitos segmentos do poder, que tentam impedir sem sucesso que estas informações sejam difundidas (mais ou menos como fizerem com o Wikileaks), e percebem que cortar cabeças na internet é o mesmo que cortar cabeças de hidras, onde nascem sete para cada uma que for decepada, arquivos com partes dos textos acabaram reaparecendo.
Os textos contam alguns detalhes omitidos sobre uma certa travessia no deserto, descrita em um dos mais famosos dos livros de ficção religiosa do nosso Planeta (porém, ainda desconhecido fora de nosso sistema solar). Somente através da divulgação desses textos foi possível que o mundo tomasse conhecimento de fatos ocultos que aconteceram naquele tempo.
Os fatos que serão narrados aqui, pretensamente ocorreram na época em que um sujeito chamado Moisés (e que era amigo pessoal do Dono de tudo, e dividia com ele um gosto peculiar por barbas longas), participou de uma reunião de condomínio com o Todo Poderoso, para ser decidido como seriam as regras para se morar ali (tudo foi resolvido como em uma grande empresa, com o diretor geral ditando as regras atrás de portas fechadas e o gerente anotando-as para depois repassá-las aos demais funcionários).
As tais regras foram feitas logo após certos incidentes. Vale citar aqui alguns deles, tais como, por exemplo, quando o grande Senhor dos céus resolveu alimentar seu povo lançando o manah (o pão dos céus) para saciar a fome dos viajantes. Porém, alguns não gostaram do jeito que o pão foi distribuído, pois havia caído diretamente nas areias do deserto, sem ao menos um simples guardanapo de papel, e eles achavam aquilo meio anti-higiênico. Eram poucos os que reclamavam, mas reclamavam muito e com verdadeira fé no que diziam.
O povo então pediu água e foi atendido, bastando um golpe de cajado em uma rocha. Novamente os chatos da época, ainda insatisfeitos, pediram copos e, se possível, que a água fosse “com gás”. Houve muito tumulto e discórdia por causa daquilo. Mas estas foram apenas algumas das muitas reclamações que se ouviram, entre outras tantas que conseguiram acabar com a infinita paciência do Arquiteto Celestial (aquele que tudo sabe mais não faz fofoca, que tudo vê sem necessidade de TV a cabo, e que tudo pode e por isso nunca se sacode).
O Criador do universo resolveu que alguma coisa precisava ser feita e criou então nove mandamentos. Ao divulgar os mandamentos, o grupo dos chatos (muito detalhista e organizado, como é característica de todo bom chato), reclamou da ordem em que as regras estavam escritas, tomou a tábua das mãos de Moisés e refez a estrutura dos mandamentos, acrescentando mais um na lista, que na ordem feita por eles ficou na sétima posição com a seguinte descrição: “NÃO COMETERAS ADULTÉRIO!”. Achavam aquela regra necessária, pois sem o perigo do adultério sobrariam mais mulheres sozinhas no mundo, e os chatos sabiam das dificuldades que um chato tem de se relacionar com o sexo feminino, porque as mulheres em geral não gostam de chatos, mas que elas muitas vezes acabam cedendo a eles, pois também é chato viverem sozinhas.
A imensa maioria foi contra aquilo. Diziam que já estava difícil cumprir as outras nove regras. Pediram então para que fosse retirado aquele novo mandamento, passando um risco no meio do número sete. A discussão tomou vulto. Até que o Grande maioral resolveu interceder, aparecendo no meio do povo como um gigantesco pé de salsa flamejante. Tentou ponderar sobre suas leis, mas como ninguém lhe deu ouvidos, ele resolveu enviar uma praga de gafanhotos entre outras tantas para acalmar os ânimos. Também não adiantou. Como o Todo Poderoso já estava com dor de cabeça e muito aborrecido, ordenou que ficassem os dez mandamentos mesmo. E assim foi feita a sua vontade, assim na Terra como no céu. A importância daqueles atos se reflete até os dias de hoje.
Peço aos detalhistas que encontraram inconsistências nesta história que me perdoem. Não quero dizer com isso que os detalhistas são chatos, nem todo detalhista é um chato, mas todo chato é um detalhista. Por exemplo, um detalhista certamente diria que o texto está cheio de falhas. Que a forma correta do nome do pão do céu é “MANÁ” e não “manah”. Que a ordem cronológica de muitos eventos está totalmente errada. Que o Iluminado celestial não apareceu em uma “salsa flamejante” e sim em uma “sarça ardente”. Etc. etc.
A diferença fundamental entre os chatos e os detalhistas, é que após saberem que esta obra é forjada no calor da mais pura e pirada ficção (não se preocupando em seguir a risca os acontecimentos, tenham eles realmente acontecido ou não), um detalhista se daria por satisfeito e seguiria sua vida, procurando erros em manuais de instrução, filmes de cinema e biografias de autores famosos.
Os chatos por sua vez, não desistiriam tão facilmente. Achariam tudo aquilo uma afronta aos valores éticos, as diretrizes morais e principalmente ficariam irados por serem desmascarados como seres chatos que são. Provavelmente criariam uma comunidade virtual do tipo: “eu odeio o escritor Antonio Brás Constante” repleta com mensagens de repúdio. Passariam a ler todos os meus textos somente para criticá-los, exorcizá-los, amá-los e difamá-los através do twitter depois.
Enfim, para se chegar ao coração de um chato, descrevendo suas ações, somente sendo alguém que realmente entenda esta natureza. Alguém que saiba o que é ser chato. Alguém insuportavelmente chato. Ou seja, algum escritor de textos sobre chatos.
Por: Antonio Brás Constante. Via e-mail para este blog.
Coloquei esses dois chatos da nossa TV brasileira mas esqueci o Gugu, me desculpem.
Postado por
William Junior
às
21:56
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagem mais recente
Postagem mais antiga
Página inicial
Linkbão
Oi Torpedo
Oi Torpedo Web
Click Jogos Online
Claro Torpedo
Claro Torpedo Gratis
Rastreamento Correios
Mundo Oi
oitorpedo.com.br
mundo oi torpedos
mundo oi.com.br
oi.com.br
torpedo-online
Resultado Dupla Sena
Resultado Loteria Federal
Resultado Loteca
Resultado Lotofacil
Resultado Lotogol
Resultado Lotomania
Resultado Mega-sena
Resultado Quina
Resultado Timemania
baixa-facil
Resultado Loterias
E-Scripter
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Acho que este é o texto mais insano, mais louco que já li aqui no Metendo o Bico!
ResponderExcluirEsse Galvão Bueno é um porre. Sempre que ele narra um jogo deixo o volume bem baixinho.
ResponderExcluir