sábado, 6 de fevereiro de 2010

A política brasileira



A classe política brasileira é desvalorizada. Em grande parte pela própria atuação de alguns políticos que fazem parte dela. Em países de primeiro mundo a classe política é bastante valorizada, tida como cargos honrosos ocupados por agentes da honra que representam bem os seus eleitores.

Nos Estados Unidos, ter um filho senador é o sonho da maioria das famílias americanas. Não é qualquer um que consegue ser um representante político. Obrigatoriamente deve ser uma pessoa bem informada e capacitada, com a ficha limpa e um grande histórico de ações em prol de suas comunidades. O exemplo disto é o próprio presidente norte-americano Barack Obama, que só se candidatou ao Senado estadual quando já era conhecido como um advogado que atuava gratuitamente em prol da população carente de Chicago

O que precisamos, então, fazer para termos uma representação política à altura dos políticos dos países desenvolvidos? O que precisamos fazer para que a classe política seja reconhecida e honrada? Aqui vão algumas sugestões.

Primeiro, realizar uma reforma política eficiente que combata os males eleitorais, como a compra de sufrágio e as contribuições “não contabilizadas”. Que preserve o político idealista e que extermine da vida pública os políticos oportunistas. Que impeça gananciosos de chegarem ao poder, fazendo dele uma forma rentável de ganhar dinheiro, e dê espaço para aqueles que querem estar na política por valores e crenças imutáveis. Pessoas que não estarão na política por dinheiro.

Proibir a candidatura de pessoas que tenham sido condenados pela Justiça, mesmo que estas tenham recorrido. Enquanto estiverem com “pendências” com a Justiça, que esperem suas situações serem regularizadas para voltarem a disputar um mandato. E que os políticos que tenham feito algo errado, que tenham feito de seus mandatos um instrumento da criminalidade, que sejam presos, condenados e expulsos definitivamente da vida pública. Que o Brasil diga um basta à impunidade e um viva à justiça.

Que a imprensa comece a divulgar os bons projetos e as boas ações de cada bom político nesta nação. Só a esperança renovada no coração da população brasileira poderá preservar o espírito público em cada brasileiro. Existem bons políticos e o povo precisa conhecê-los. Homens e mulheres assim devem ser preservados na vida pública.

Por último, que haja uma conscientização da população para que não trate o seu voto como instrumento de troca. Que não troque por dinheiro e nem por pequenos favores. Certa vez, pedindo voto para uma pessoa na rua, ela, talvez descrente com a situação ou mal-intencionada, me disse “Só voto em você se me der algo em troca. Não ajudo ninguém sem dinheiro.” Olhei para ela e disse sem hesitar: “Decore meu nome; vou ganhar a eleição sem o seu voto e nunca mais vote em mim, pois voto assim eu não quero!”

Não sou moralista, mas tenho moral. E quero, junto com outros homens e mulheres que podem até pensar sobre política diferente de mim, mas que tenham os mesmo princípios transformadores que a nossa nação precisa, construir uma política brasileira bem melhor.


Fábio Sousa

6 comentários:

  1. Gostei do post. Realmente a politicalha deveria ser punida (ou, no mínimo, impedida de retornar) e boas ações políticas deveriam ganhar destaque. A consciência política deveria estar presente nos cidadãos que deveriam acompanhar mais os políticos para não recair em erros.
    Forte abraço, Fernandez.

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  2. Bom post.
    Você é um jovem bem consciente. Parabéns.

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  3. Gostei e admiro a sua juventude e a "ilusão" própria da idade que eu também já tive. Mas experimente um dia candidatar-se ser eleito e depois verificar quanto é difícil pôr em prática pequenas coisas que sejam, quanto mais as mais importantes. E quantas desilusões terá vendo que alguns que estão ao seu lado quando chegam lá acima mudam imediatamente de campo. Experimente. Se fôr possível não me mande recados até 24 de Fevereiro pois vou estar ausente e sem net. Obrigado e continue lutando.

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  4. Também não me considero moralista, mas considero que tenho moral.
    Espero um dia termos uma real conciência do valor de um voto, e que este valor foi conquistado com muita luta. E que galguemos todos os pontos deste texto.

    Um forte abraço!

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  5. Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amigo William Junior, mais um super texto educativo e acima de tudo conscientizador!
    Eu penso que as origens da contaminação de tão elevada classe iniciou-se ou começa ainda bem cedo. É o pai que faz vista estrábica quando o filho adultera o peso da balança, com o dinheiro que recebeu a mais, com o passar a perna nos outros para se dar bem, mesmo paliativamente, tudo se inicia nas pequenas falhas, quando muitos fazem questão de propalar nos quatro cantos que tem um filho que é um primor de “inteligência”, verdadeiro homem com plenas perspectivas para se dar bem na vida.
    Ora, se existe os péssimos políticos, o politiqueiro, fanfarrão e corrupto é porque existe o corruptor, o vendedor de votos, o pseudo líder que manipula e patrocina um bolsão de ou curral eleitoral com o apoio do próprio estado.
    Dada a falta de formação educacional, grande parte da população vota num candidato ao cargo legislativo pensando que ele tem fosse um Banco ambulante, quando suas prerrogativas são elaborarem leis, requerimentos e fiscalizar as ações do executivo e demais instituições.
    Assim, o vereador e deputado etc., uma vez eleito, dificilmente passar a legislar contra a própria nobre classe. É a força do sistema que se faz prevalecer. Alguns desses personagens, eleitos- em tela, que adulteraram o peso da balança- é que estão preenchendo o maior número de cadeiras, amparados numa legislação branda. Como eu não estudei meu amigo, fico com os ensinamentos da minha avó – uma velha índia do alto Solimões, que diria; “ meu filho, o ladrão e o péssimo político olham além do teu colarinho, dominam com a língua afiada a doce ilusão- e não tem jeito, quando morrem até as cinzas são tortas... cuidado, ao abrir a porta da tua casa, ouve a voz do teu coração”
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços,
    LISON.

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  6. Gostei muito do post. As tuas sugestões são mais do que arrazoadas, mas ainda esbarram em alguns impecilhos, como a reforma política ou impedir a eleição de quem tenha processos judiciais. O problema é que esta reforma deve partir do próprio Congresso, onde a oposição a esta reforma impede, por várias legislaturas, sua execução.
    As notícias são veiculadas por meia dúzia de canais de comunicação que está atrelada a diversos interesses, impedindo a divulgação de bons projetos de bons políticos.
    Por último a conscientização da população que só virá com o tempo e se as medidas anteriores surtirem efeito.
    Mas concordo com tudo o que disse.
    Forte abraço.

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