domingo, 14 de fevereiro de 2010

Viver custa caro



Nos planos de Deus, a vida seria de graça. Mas, depois daquela história da maçã, o homem foi condenado a comer o pão regado com o suor do rosto. E a mulher, a parir seus filhos com dor. Tanto o parto como o pão custam caro. Poderiam ser mais baratos, mas a engrenagem social também custa caro, o ginecologista cobra e o padeiro também cobra. E todos acabam pagando.

Piores são os governos federal, estadual e municipal, que também custam os olhos de nossa cara e de nosso bolso. A saúde pública e a Previdência Social, apesar de custarem caríssimo, mal conseguem verbas para custear sua estrutura burocrática, que, além de cara, é problemática.

Daí que o povo paga e não bufa. Morre-se facilmente quando se é pobre. Rico também morre, quando chega sua hora. Mas o pobre geralmente morre mal e muitas vezes fora de hora. As doenças crônicas, por serem crônicas, devem ser cronicamente tratadas. A falta de dinheiro, que também é crônica para a maioria, não apenas atrapalha como agrava o problema.

Há males que pedem medicação permanente: as doenças do coração, o câncer, a aids, o diabetes. Em todas elas, a preocupação com o custo do tratamento funciona como um complicador, que retarda ou torna impossível a cura.

Os laboratórios produzem os medicamentos com uma taxa de risco que aumenta o preço dos produtos. As farmácias, que recebem esses produtos para vender, costumam aumentar os preços por conta própria. O consumidor final não pode estrilar. É pagar ou morrer. Termina a vida pagando e morrendo.

Em todo o caso, há uma lei compensatória nisso tudo. O presidente da República já estava no avião para ir a Davos e foi tirado de bordo por causa da pressão alta. Acredito que não tenha pago nada, tudo fica por conta da mordomia do Estado.


Carlos Heitor Cony

Deseja comentar, fique a vontade...

6 comentários:

  1. Parabéns pelo ótimo tema proposto para reflexão de todos, valeu, ok

    ResponderExcluir
  2. Olá!

    A vida é muito, mas muito importante o que pode ser justificado o seu alto custo. Entretanto, podemos minimizar esses custos fazendo escolhas menos custosas e deem resultados próximos do que desejamos.

    Abraços

    Francisco Castro

    ResponderExcluir
  3. Excelente escolha de texto amigo William!
    É preciso olhar com mais carinho para este delicado tema.
    Forte abraço, Fernandez.

    ResponderExcluir
  4. Viver custa caro. É fato, entretanto não damos conta muito disso quando acreditamos naquela história de crescer e multiplicar, levamos muito a sério e colocamos mais e mais crianças no mundo, mesmo sabendo que custa muito caro.

    ResponderExcluir
  5. Olá querido amigo William,

    Parabéns pela escolha do texto.

    O custo para se viver é altíssimo, mas nem todos tem a sorte do presidente de naõ pagar nada pelo tratamento de primeiríssma.

    Coitados de nós, simples mortais do povão, cuja lista de medicmentos numa receita vai até o verso e, se tiver muita sorte, consegue comprar um deles ou, no máximo dois, na farmácia popular. Os demais, você deixa no caixa da farmácia, quase que o valor de sua aposentadoria.

    Carinhoso e fraterno abraço,
    Lilian

    ResponderExcluir