Poligamia

No começo deste mês, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, se casou pela quinta vez. Este mesmo que será o anfitrião da primeira Copa do Mundo a ser realizada no continente africano.

Escolheu Bongi Nigema, oriunda da cidade de Durban, para ser sua quinta “primeira dama”. Zuma, de 67 anos, contraiu, anteriormente, núpcias com Nompumelelo Ntuli, em 2007, na casa de campo em Nkandia, com quem tem 2 filhos. Sua primeira esposa é Sizakele Khumalo, com a qual passou a viver em 1973, e o casal não tem filhos. Também, mora na mesma residência. A segunda mulher, atual ministra do Interior, Nkosazana Dlamini-Zuma, deu a ele quatro filhos e de quem se divorciou em 1998 devido às “diferenças irreconciliáveis”. A terceira delas, Kate Mantsho (5 filhos), se suicidou em 2000 porque, segundo a imprensa, o casal vivia no meio de “tensas relações”.

O presidente pagou dotes para as famílias de todas elas. Na África do Sul, as mulheres têm mais liberdade do que as que vivem no mundo árabe. Mas, a vida das mulheres no Afeganistão durante o regime repressor do Taleban foi muito pior. Em setembro de 1966, época em que ele tomou Cabul, impôs leis severas a dois terços do país. Esses decretos foram mantidos com violência até outubro de 2001, quando tropas afegãs, com ajuda de aviões norte-americanos, derrubaram esse governo de força. Vejam algumas dessas regras: As mulheres não devem sair de suas residências. Se o fizerem, não devem usar trajes elegantes, produtos cosméticos ou atrair atenção desnecessária. Caso venham a usar “vestes elegantes”, enfeitadas ou atraentes, jamais conhecerão o paraíso; as mulheres devem servir como professoras para sua família; os esposos, irmãos e pais são responsáveis pelas famílias (alimentação, roupas etc); não é permitido às mulheres trabalhar fora do lar ou freqüentar escolas; é proibido rir em público; é proibido lavar roupas nos riachos e córregos da cidade; as jovens que violarem esta lei serão castigadas respeitosamente à moda islâmica e levadas para suas residências. Seus esposos serão severamente punidos. Ainda mais, são proibidas a execução de músicas e a dança em festas de casamento; são vedadas a confecção de roupas femininas e a tirada de medidas corporais por alfaiates; caso as mulheres ou revistas de modas sejam vistas numa alfaiataria, o infrator será preso.

Como se vê, as mulheres sob o regime Taleban viviam como “pássaros engaiolados”. Tenho muitos amigos que, vivendo sob o mesmo teto com uma única esposa, gostariam de seguir as leis muçulmanas, e arranjar mais duas ou três mulheres. Imaginem os leitores viver com três delas em casa, como o faz o Presidente da África do Sul. Um escritor francês, Jean-Louis Commerson (1802-1879) dizia que o casamento normalmente não passa de uma troca de resmungos recíprocos durante o dia e de roncos durante a noite. Um cidadão, no Café Central, me disse certa vez o seguinte: O casamento ideal: uma mulher cega com um marido surdo. Lógico, ela não veria nada e ele não ouviria os roncos noturnos...

Luiz Augusto Sampaio.

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