Não há dor, por mais intensa, que não se modifique frente a novas possibilidades a partir do momento que alguém se estabelece como autor de sua história e seu próprio objeto de amor, destituindo de quem quer que seja, a responsabilidade quanto ao encontro das referências que são pessoais, afinal, ninguém tem tanta importância assim, que o faça anular-se em sua própria trajetória.
A tragédia apresenta-se como cumprimento aos que se anulam nas engendradas crenças vazias de um mundo perfeito e absoluto, e, o “amor”, nada mais é que, uma relação de vaidades, onde o sentimento deslocado, apenas sustenta “castelos de areia” dos que ficaram reféns de si mesmos nas torres com vista para a imensidão atormentadora da solidão, ou então, retidos nas próprias renúncias, nos calabouços da existência, acorrentados em si mesmos, por considerar o outro como caminho ou direção que os aproxime de algo que é pessoal, das conquistas próprias a cada um, entretanto, transferidas tiranamente, por necessitar de responsáveis por algo que nada mais é, senão, próprio às escolhas elaboradas, porém renunciadas em si.
Sustentar necessidades emocionais não satisfeitas, sejam elas quais forem, é um papel próprio a cada um, não sendo ninguém responsável em suprir expectativas do outro, afinal, sentimento algum revela-se com propostas messiânicas, nem tampouco, como agente transformador de quem quer que seja, afinal, ninguém é tão perfeito assim que consiga transformar as pessoas através do “amor” e, se assim o desejar, nada mais fará senão dissecar as intencionalidades daquilo que é elaborado revelando o objetivo em escravizar, prender, oprimir e exigir de alguém aquilo que não possui em si mesmo, pois, o afastamento daquilo que somos revela a personalidade castradora que se estrutura diante do que não consegue ter.
A dependência emocional revela-se então como uma das mais perversas formas de profundo desamor, desconstituindo a salutar possibilidade em fazer da história pessoal um palco repleto de transformações, onde, as perdas, nada mais são que, aspectos extremamente necessários para que possamos compreender os ganhos quanto a recuperação daquilo abandonamos quando anulamos parte de nossa identidade, designando ao outro responsabilidades pessoais, em nos reelaborarmos como autores da nossa história, independente da mesma haver num dado momento assumido o desencanto quanto ao que cada um faz a si mesmo nas trajetórias das escolhas que nos permitimos viver.
Ninguém, além de você, poderá dar aquilo que mais deseja, entretanto, relacionar-se é assumir riscos, reconhecendo que não existe nada tão instável quanto os sentimentos, afinal, cada qual estabelece aspectos próprios, objetivando cumprir determinadas expectativas dentro do contexto em que se vive. O outro, onde investimos os nossos sentimentos, revela que o amor é transitório, e isso o poeta compreendeu ensinando-nos que seja eterno apenas enquanto dure, pois, passando disso, desencadeia o inverso do que se propõe os sentimentos, intensificando a dor que trazemos de outras condições ou etapas anteriores, sempre nos renunciando como nossas próprias e reais necessidades pessoais.
Marcus Antonio Britto de Fleury Junior.
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Junior que post interessante de se lêr.
ResponderExcluirum grande abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOLá Junior,
ResponderExcluirFiquei muito honrado em tter um de nossos artigos postado em seu Blog. Obrigado
Grande abraço
Marcus Antonio Britto de Fleury Junior
Lindo texto
ResponderExcluirAbraços
RECOMENDO AOS AMIGOS ESSE NOVO ARThttp://site.dm.com.br/noticias/opiniao/-ando-devagar-porque-ja-tive-pressa-e-trIGO.
ResponderExcluirGRANDE ABRAÇO
MARCUS FLEURY