segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Olhando para o chão
O brasileiro é um povo que vive de esperança! Mesmo assim, está cada vez mais comum ver as pessoas cabisbaixas. Qual será a razão?
O curioso é que são indivíduos das mais diferentes origens e condições socioeconômicas, mas todos caminham olhando para o chão! Isso muitas vezes os impede de notar, reconhecer e cumprimentar até pessoas conhecidas.
Olhar para frente ou para os lados parece um risco! Assim, perdem a cordialidade e a civilidade, tão em falta nos centros urbanos.
Será que não há nada para ver no horizonte?
Opa! Às vezes, elas cambaleiam; outras irrompem em imprecações impublicáveis.
O que provoca isso? Será paranoia urbana? Será a vida difícil? Será medo do presente? Será medo do futuro? Será o peso de mentes cansadas de suportar as sujeiras e deslizes que nossos políticos espalham pelas ruas?
De fato, tudo isso poderia abater o espírito alegre e otimista do brasileiro... Mas não dizem que nosso povo é capaz de ironizar até a má sorte e dar a volta por cima em qualquer circunstância, por pior que pareça?
Sim, mas, mesmo assim, é preciso olhar atentamente para o chão antes de dar a volta por cima, pois os obstáculos e armadilhas são muitos, como pedras no caminho... Só que pedras, dependendo do tamanho, podem ser ludicamente chutadas sem maiores consequências. Dependendo da distração, da chateação ou da idade, um tropeço ou uma topada podem ser inevitáveis. Só que não se vê nada de lúdico nas trajetórias, nas atitudes e nos olhares fixos nos próximos metros de chão.
Estariam, então, todos ébrios? Não!
Algo cheira mal em tudo isso e, por mais que se tente separar as coisas e não levar as ruins da rua para casa, às vezes, inconscientemente, elas nos acompanham, entranhadas. E quando chegamos ao que deveria ser nosso sagrado refúgio, elas contaminam o ambiente e geram nojo e revolta, em nós mesmos e nos outros!
É... As pessoas podem ter muitos motivos: políticos, profissionais, esportivos ou existenciais para andar assim, cabisbaixos. Mas, mesmo quando estão felizes e de bem com a vida, continuam a manter essa postura ao caminhar!
Pois é... E tudo isso porque, mesmo quando não há motivo para tristeza, sempre existirá a preocupação com as fezes de animais. Elas existem espalhadas pelas ruas, diariamente repostas, com a cumplicidade de donos, socialmente reprováveis e higienicamente irresponsáveis. Parece que acreditam que sujar as calçadas dos outros e as áreas públicas, inclusive a areia de praias e parques infantis, é um direito seu, ainda que haja leis que inibam esses atos! Mas parece não haver legislação que corrija a falta de respeito ao próximo que esses proprietários exercitam e descarregam em nossas ruas.
Talvez justifiquem: “Se os políticos fazem isso com o País, por que meu animalzinho não pode fazer, na rua?”
Felizmente, cresce a quantidade de donos que recolhem as fezes de seus animais de estimação e as dispõem em locais adequados. Mas ainda existem os “convictos” que insistem em exercitar sua “civilidade” malcheirosa e pegajosa pelas ruas das cidades.
Para os outros, que têm seus direitos esquecidos, resta a alternativa de caminhar olhando para o chão, para não pisar na m...
Adilson Luiz Gonçalves
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Postado por
William Junior
às
13:47
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Se o foco da questão é o cuidado para não pisar em cocô de cachorro, acho difícil mudar. A humanidade não se preocupa com o próprio planeta que esta se acabando, vai preocupar em respeitar o próximo?
ResponderExcluirMas, se o motivo de andar olhando para o chão for outro, ai penso que há solução. Mudar a postura com que se vê a vida ajuda e muito a colocar a nossa cabeça no devido lugar. Temos que ver a vida de forma positiva, deixar nosso egoísmo de lado e estar sempre prontos para nos unir e nos ajudar.
Beijocas
Gostei do texto.
ResponderExcluirParabéns pelo post.
Gostei desse texto. Realmente precisamos saber onde pisarmos para não sujar os pés, ou cair em um buraco qulaquer.
ResponderExcluirPor outro lado da questão, quem não deve não teme e, pode andar tranquilamente de cabeça erguida, não é mesmo?
Um abraço
João