sábado, 20 de fevereiro de 2010
Mosquitinho contra gigantes
Na literatura e na vida há inúmeros exemplos de seres minúsculos que derrotam criaturas imensas. A lendária e bíblica história de Davi é um exemplo disso. Esse jovem pastor de ovelhas sabia que não podia contar com recursos humanos, filosóficos e, desprovido de teorias de guerra, tinha que lutar por conta própria para sobreviver. Assim como derrotou um leão e um urso, venceu o gigante e temido Golias.
Todos nós temos pequenos defeitos que insistem em nos derrotar. Às vezes, cônscios de nossas mazelas, nós não conseguimos mudar nossa natureza, salvo após muita insistência e força de vontade.
Em todo o Brasil, outro ser pequeno está derrubando muita gente grande: dengue. O mosquitinho se alastra e o vírus consegue se modificar. Os hospitais estão sobrecarregados. De dez atendimentos, oito são suspeitos de dengue.
Por mais que sejam divulgadas as medidas necessárias para evitar que o mosquito se prolifere, muitos insistem em não cuidar dos quintais, das caixas d'água etc. Não adiantam as campanhas que falam sobre colocar areias nos vasos das plantas, evitar que objetos acumulem água e tantas outras medidas preventivas. Se toda a população não colaborar, a dengue realmente vai ganhar.
Febre, dores no corpo, cefaléia, manchas vermelhas, um gosto amargo na boca que só passa com chá das folhas de picão e tantos outros sinais que fazem com que os bancos de espera de atendimentos nos hospitais fiquem lotados.
Não há vacina, não há remédio imediato. São quinze dias ruins que se tornam outros trinta caso seja hemorrágica. O único recurso é hidratação. Água e soro. Quanto mais, melhor.
Ficamos impressionados como uma picada de um mosquitinho tão minúsculo pode acabar com a nossa sanidade física. O Aedes aegypti é a nova Formiga Atômica da modernidade. Derrotá-lo é tarefa árdua que requer união de toda a comunidade. E, convenhamos, a comunidade nunca foi unida!
Nós podemos ser os moinhos de vento que derrotam Dom Quixote, nessa paródia de gigantes contra pequenos. Dom Quixote "se arremete contra os moinhos de vento, à sua frente, convencido de que são gigantes. Enristou a lança e atacou o moinho mais próximo, espetando o ferro numa das asas". Cervantes, ao descrever a conduta de Dom Quixote, onde os imaginários gigantes, na verdade moinhos de vento, derrotam o herói, a sua insistência em confundir o real com o imaginado é a razão de seu fracasso.
Não podemos confundir o imaginário com o real. Contra a dengue deve ser deflagrada uma guerra, onde a compreensão e a união, não são apenas emblemáticas palavras de protesto. São condutas necessárias para que nós possamos derrotar o mosquito da dengue.
Por: Leonardo Teixeira, escritor.
Postado por
William Junior
às
10:53
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Grande post amigo William!
ResponderExcluirPois esse mosquitinho está dando trabalho aos gigantes mesmo. :-)
Grande abraço, Fernandez.
Muito bom o texto, William!
ResponderExcluir;)
Realmente é preciso toda a atenção contra esse inimigo da saúde que mesmo pequeno se reúne em grandes quantidades para nos vencer.
ResponderExcluirParabéns pelo post! Realmente é assim mesmo. Aqui no Acre esta uma verdadeira epidemia. Meu Pai e meu Sogro estão com Dengue. E veja bem, nunca tiveram isto. Na primeira vez que vim para a capital peguei esta (Doença dos quebras ossos) dito popular aqui. Foi muito bom esse seu texto serve de alerta a toda nossa nação. Grande Abraço e Fica com Deus.
ResponderExcluirBelo post Luta contra a dengue essa é nossa luta.
ResponderExcluirO problema esta na não compreensão das pessoas em levar isto a sério e fazer a sua parte.
ResponderExcluirFicam esperando pelo governo, pelo vizinho, agentes de saúde e sempre os outros. O povo brinca com fogo!