De uns anos para cá houve um aumento considerável
no número de separações e de pessoas em relações extraconjugais. No consultório
e entre as pessoas com quem converso a opinião é unânime: a culpa das
separações é do distanciamento, tanto físico como emocional.
Nisto o grande vilão dos casamentos passa a ser a
falta de desejo. Falta de desejo de se tocar, de fazer algo com o
companheiro, de compartilhar coisas pessoais... Estas faltas todas fazem
com que as pessoas se sintam desmotivadas, percam o tesão, se desencantem
e busquem outras pessoas.
Porém isso não é tão pessoal como parece. O grande
problema está no modelo de casamento que herdamos. Vem das avós, das mães
e dos homens que as acompanhavam.
Sem conseguir fugir de um pouco de generalização,
digo que a nossa sociedade ainda cria mulheres para dar conta de tudo que se
diz respeito ao núcleo familiar. Isso seria ótimo, se não fosse a atual
jornada dupla da mulher e o papel dos homens nesta organização familiar.
Papéis determinados pelos próprios protagonistas.
A sensação de incapacidade dos homens está enorme e
o peso nas costas das mulheres tão grande quanto. Isto porque as mulheres
são mandonas por “natureza” e por que os homens parecem precisar disso? Sim e
não.
As mulheres gostam de organizar, os homens gostam
de serem orientados, são quase preguiçosos para decidir fora do trabalho. As
mulheres gostam das coisas do seu jeito, os homens gostam de não ter que pensar
como. E isso aparece na educação dos filhos, na determinação das rotinas, na
escolha de programas e em mais uma infinidade de coisas do casal. Será
que também está na hora do sexo? Quanta autonomia é dada a aquele homem que
precisa ter “pegada”!
Mas não temos culpados, da mesma forma que as
mulheres se colocam neste lugar os homens também se colocam no lugar
determinado a eles e adoram a sua cômoda posição. Só que os tempos
mudaram. Atualmente as mulheres também estão tendo que decidir muita coisa lá
fora e andam sobrecarregadas. Por outro, lado os homens não aguentam mais serem
tratados como “incompetentes” no que tem certeza que podem ser competentes. E
ambos detestam todo este enrosco e projetam as suas frustrações nos
companheiros, perdendo o desejo e se distanciando.
Sei que não estamos falando de algo muito simples de
mexer. Muitas pessoas não querem mais esta realidade, mas não sabem o que fazer
para mudar. Bem, a minha sugestão é refletir, discutir sobre e achar novas
formas de fazer as coisas. Fazer diferente! Pequenas mudanças nas atitudes de
um muda o outro e o “nós”.
Além disso, para casais eu sempre
recomendo: um pouco de bom humor ajuda muito.
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