segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O vilão dos casamentos!

De uns anos para cá houve um aumento considerável no número de separações e de pessoas em relações extraconjugais. No consultório e entre as pessoas com quem converso a opinião é unânime: a culpa  das separações é do distanciamento, tanto físico como emocional.

Nisto o grande vilão dos casamentos passa a ser a falta de desejo. Falta de  desejo de se tocar, de fazer algo com o companheiro, de compartilhar  coisas pessoais... Estas faltas todas fazem com que as pessoas se sintam desmotivadas, percam  o tesão, se desencantem e busquem outras pessoas.

Porém isso não é tão pessoal como parece. O grande problema está no modelo de casamento que herdamos. Vem das  avós, das mães e dos homens que as acompanhavam.

Sem conseguir fugir de um pouco de generalização, digo que a nossa sociedade ainda cria mulheres para dar conta de tudo que se diz respeito ao núcleo familiar.  Isso seria ótimo, se não fosse a atual jornada dupla da mulher e o papel dos homens nesta organização familiar.  Papéis determinados pelos próprios protagonistas.

A sensação de incapacidade dos homens está enorme e o peso nas costas das mulheres tão grande quanto.  Isto porque as mulheres são mandonas por “natureza” e por que os homens parecem precisar disso? Sim e não.

As mulheres gostam de organizar, os homens gostam de serem orientados, são quase preguiçosos para decidir fora do trabalho. As mulheres gostam das coisas do seu jeito, os homens gostam de não ter que pensar como. E isso aparece na educação dos filhos, na determinação das rotinas, na escolha de programas e em mais uma infinidade de coisas do casal.  Será que também está na hora do sexo? Quanta autonomia é dada a aquele homem que precisa ter “pegada”!

Mas não temos culpados, da mesma forma que as mulheres se colocam neste lugar os homens também se colocam no lugar determinado a eles e adoram a sua cômoda posição. Só que os tempos mudaram. Atualmente as mulheres também estão tendo que decidir muita coisa lá fora e andam sobrecarregadas. Por outro, lado os homens não aguentam mais serem tratados como “incompetentes” no que tem certeza que podem ser competentes. E ambos detestam todo este enrosco e projetam as suas frustrações nos companheiros, perdendo o desejo e se distanciando.

Sei que não estamos falando de algo muito simples de mexer. Muitas pessoas não querem mais esta realidade, mas não sabem o que fazer para mudar. Bem, a minha sugestão é refletir, discutir sobre e achar novas formas de fazer as coisas. Fazer diferente! Pequenas mudanças nas atitudes de um muda o outro e o “nós”.

Além disso, para casais eu sempre recomendo: um pouco de bom humor ajuda muito.


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