sábado, 14 de fevereiro de 2015

Falta de água: planejamento ou variação climática?

Com 12% a 16% da água doce disponível no Planeta, o Brasil é considerado um país privilegiado com abundância de água, a qual pode  induzir a conceitos errados, pois a água nem sempre está alocada no lugar que queremos ou necessitamos.
Impermeabilização do solo, desmatamento, variação climática, aumento da demanda, falta de sensibilização e  educação ambiental e o descaso com as deliberações dos comitês de bacias hidrográficas estão contribuindo para a atual crise hídrica ou falta de água em várias regiões. O país não se preparou para enfrentar a crise, que pode ser considerada em 20% devido às variações climáticas e 80% por falta de planejamentos.
As variações climáticas sempre existiram, e especialistas no assunto sempre fizeram as projeções sobre as alterações.
Não se pode planejar e nem evitar as alterações climáticas naturais, mas pode-se utilizar destas alterações para auxiliar no planejamento dos usos, objetivando minimizar a falta de água.
A Eletrobrás recomenda que para os estudos de geração de energia, deve-se considerar o ano crítico de 1931, e o período de junho de 1949 a novembro de 1956. O SIN – Sistema Interligado Nacional também menciona este período para o Plano de Operação Energético.
A inexistência e o não cumprimento de planejamentos são os principais responsáveis pela atual crise. Não basta somente o planejamento ou planos de recursos hídricos para evitar a falta de água para os vários usos. O planejamento de recursos hídricos tem que estar articulado com o planejamento dos  setores usuários e com o planejamento do uso do solo.
Em uma bacia hidrográfica deve-se planejar a quantidade e os locais que podem ser  desmatados e a área que pode ser impermeabilizada tanto na parte urbana quanto na rural. Tal planejamento deve visar o reuso da água, a utilização da água de chuva e a eficiência econômica de água dos equipamentos como: válvulas de descargas, chuveiros, pivô e sistema para irrigação.
Infelizmente falta planejamento, ou se existe, não é cumprido ou levado a sério pelos governantes. Um exemplo disso são os estados brasileiros, que até o presente momento não possuem o Plano Estadual de Recursos Hídricos aprovado,  não há nenhum plano de bacia e muito menos a lei de proteção dos mananciais de abastecimento.
Isso é muito sério, pois, o que está acontecendo em São Paulo poderá acontecer em vários estados se não houver o planejamento e os planos de recursos hídricos sendo executados pelo governo,  aprovados e acompanhados pelos comitês de bacias hidrográficas.

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