Com 12% a 16% da água doce disponível
no Planeta, o Brasil é considerado um país privilegiado com abundância de água,
a qual pode induzir a conceitos errados, pois a água nem sempre está
alocada no lugar que queremos ou necessitamos.
Impermeabilização do solo,
desmatamento, variação climática, aumento da demanda, falta de sensibilização
e educação ambiental e o descaso com as deliberações dos comitês de
bacias hidrográficas estão contribuindo para a atual crise hídrica ou falta de
água em várias regiões. O país não se preparou para enfrentar a crise, que pode
ser considerada em 20% devido às variações climáticas e 80% por falta de
planejamentos.
As variações climáticas sempre
existiram, e especialistas no assunto sempre fizeram as projeções sobre as
alterações.
Não se pode planejar e nem evitar as
alterações climáticas naturais, mas pode-se utilizar destas alterações para
auxiliar no planejamento dos usos, objetivando minimizar a falta de água.
A Eletrobrás recomenda que para os
estudos de geração de energia, deve-se considerar o ano crítico de 1931, e o
período de junho de 1949 a novembro de 1956. O SIN – Sistema Interligado
Nacional também menciona este período para o Plano de Operação Energético.
A inexistência e o não cumprimento de
planejamentos são os principais responsáveis pela atual crise. Não basta
somente o planejamento ou planos de recursos hídricos para evitar a falta de
água para os vários usos. O planejamento de recursos hídricos tem que estar articulado
com o planejamento dos setores usuários e com o planejamento do uso do
solo.
Em uma bacia hidrográfica deve-se
planejar a quantidade e os locais que podem ser desmatados e a área que
pode ser impermeabilizada tanto na parte urbana quanto na rural. Tal
planejamento deve visar o reuso da água, a utilização da água de chuva e a
eficiência econômica de água dos equipamentos como: válvulas de descargas,
chuveiros, pivô e sistema para irrigação.
Infelizmente falta planejamento, ou
se existe, não é cumprido ou levado a sério pelos governantes. Um exemplo disso
são os estados brasileiros, que até o presente momento não possuem o Plano
Estadual de Recursos Hídricos aprovado, não há nenhum plano de bacia e
muito menos a lei de proteção dos mananciais de abastecimento.
Isso é muito sério, pois, o que está
acontecendo em São Paulo poderá acontecer em vários estados se não houver o
planejamento e os planos de recursos hídricos sendo executados pelo
governo, aprovados e acompanhados pelos comitês de bacias hidrográficas.
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