Considerando o salário mínimo mensal no Brasil, R$ 880, e
comparando com o mínimo mensal nos EUA, US$ 1.256, percebemos que estamos em
franca desvantagem!
Entre os motivos de os carros e sanduíches
custarem mais caro aqui do que lá estão a nossa carga tributária.
De vez em quando temos a percepção de que palavras e números não são
usados para esclarecer ou ilustrar – mas para enganar as pessoas. Na verdade,
palavras e números ludibriam os tolos mas fazem com que os mais críticos fiquem
com a pulga atrás da orelha e comecem a fazer contas.
Com o objetivo de excitar a pulga, a revista Economist, por
exemplo, criou em 1986 o Índice Big Mac – informando o preço em dólar do famoso
sanduíche em 100 diferentes países – com o objetivo de comparar os valores das
moedas e o custo do alimento em relação à remuneração dos consumidores de
diferentes nacionalidades.
O que parece uma brincadeira é,
na verdade, um exercício interessante para comparar os diferentes estilos e
custos de vida.
Considerando o salário mínimo mensal no Brasil, R$ 880, e o valor da
hora trabalhada – R$ 3,66 – e comparando com o mínimo mensal nos Estados
Unidos, US$ 1.256, e o valor mínimo da hora trabalhada – US$ 7,25 – já
percebemos que estamos em franca desvantagem.
Se verificarmos a cotação do dólar em reais nestes dias de
instabilidade política e econômica no Brasil, podemos fazer a relação de R$
3,75 – sem medo de errar.
Para comprar a combinação de dois hambúrgueres, alface, queijo, molho
especial, cebola, picles num pão com gergelim, o brasileiro desembolsa US$ 3,60
(o equivalente a R$ 13,50).
Nos Estados Unidos, o mesmo
sanduíche sai por US$ 4,79.
Seria um erro considerar que o Big Mac americano sai mais caro no bolso
deles do que no nosso – considerando somente a conversão do dólar para o real.
Amigo leitor, que tal considerar a hora trabalhada?
O mesmo sanduíche consumiria mais de três horas e meia trabalhadas do
salário mínimo do brasileiro. Pela mesma moeda, o consumidor norte-americano
pagaria apenas um hora de seu trabalho e receberia de troco US$ 2,46 – ou seja,
R$ 9,22.
Segundo o programa no Youtube “Realidade Americana”, um Passat CC 2013
custa US$ 21.995. No Brasil, o mesmo veículo semi-novo custa em torno de R$ 130
mil, dependendo do estado de conservação. Fazendo a continha na calculadora
chegamos à conclusão de que o mesmíssimo veículo custa no Brasil o equivalente
a US$ 34.666. Achou caro?
O Passat nos Estados Unidos sairia por pouco mais de três mil horas
trabalhadas. Já o brasileiro trabalharia 35.519 horas para usufruir do mesmo
luxo.
Tudo leva a crer que entre os motivos de os carros e sanduíches
custarem mais caro aqui do que lá estão a nossa carga tributária e – na mesma
medida – a margem de lucro que as empresas querem retirar de nosso mercado.
Isso serve tanto para o sanduíche quanto para o carro.
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