Há exatos 53 anos, a dentuça
mais charmosa do Brasil e sua turma estreavam nas tirinhas
Por volta do mês de fevereiro de
1963, começaram a circular pelas edições do jornal Folha de São Paulo algumas
ilustrações de Maurício de Sousa. O marketing anunciava o retorno do ilustrador
ao veículo.
Oficialmente, em 3 de março do mesmo ano, Mônica e sua turma
estreavam na Ilustrada, e posteriormente na Folhinha, caderno da Folha de São
Paulo que nasceu cerca de seis meses após a Turma da Mônica, quando o desenho
passou a ser publicado em cores.
Ao longo de sua trajetória pelo jornal,
Maurício aprimorou seus traços, Mônica perdeu a cara carrancuda e fechada que
ostentava, e a turma conquistou o País. Maurício relembra que o tempo era
curto, os personagens eram muitos. Em decorrência disso, Mônica perdeu os
bolsos do vestido e também os sapatos, foi a primeira mudança.
Passou-se o tempo, e ele tornava-se
cada vez mais escasso. Foi aí que Maurício passou a desenhar seis “bananas” na
cabeça de Mônica (os cabelos da personagem). Na década de 1970 Maurício recebeu
um abaixo assinado das escolas de Brasília pedindo que Mônica deixasse de lado
o ar de braveza. “Se as crianças estavam pedindo, resolvi atender”, lembra ele
em reportagem especial para o Folha Online, em 2013, comemoração do
cinquentenário da Turma.
Apenas o coelho Sansão não passou por muitas
transformações, por seu traço ser o mais simples. Na década de 1980, Maurício
contratou uma equipe de desenhistas para ajudar na execução da deliciosa missão
que era dar vida à Turma da Mônica.
Maurício conta que Mônica foi a
primeira menina da Turma e, por não saber como se comportava uma mulher,
resolveu inspirar-se em sua filha. O sucesso foi tanto que os quadrinhos foram
parar no exterior. Em 1977 estreava na Suécia a Glada Gänget, ou a Turma Feliz.
Curioso também ver os nomes dados os personagens por lá.
Mônica é Monika;
Cebolinha, Robban; Cascão tornou-se Smutsus; Magali, Pysan; Bidu é Pitsy;
Floquinho é Moppen; o elefante Jotalhão é Flumbo (fofinho até); e nosso amigo
Horácio é conhecido por lá como Amfibio!
Para a felicidade dos fãs de pouca,
ou muita idade dos personagens de Maurício de Sousa que o acompanham há mais de
cinquenta anos, a WMF Martins Fontes anunciou que lançará
um livro em comemoração aos 80 anos do ilustrador.
Este livro trata-se de uma
coletânea que reúne três livros, com seis histórias ao todo. Intitulado
“Maurício – O Início”, o encarte trará as histórias dos três primeiros livros
de Maurício, publicados pela Editora FTD, em 1965. São elas:
A Caixa da Bondade (cujo
personagem principal – e pouco conhecido – Niquinho, Maurício não voltou a
trabalhar), Chico Bento, O Astronauta no Planeta dos Homens-Sorvete, Zé da
Roça… e o dragão que não existia, Piteco e Penadinho contra o Caçador de
Cabeça.
Os livros originais são raridades,
dificilmente encontrados, mesmo nos sebos mais especializados.
Turma
da Mônica Jovem
A releitura da Turma numa versão
adolescente, proposta em 2008, é publicada mensalmente pelos Estúdios Maurício
de Sousa. Algumas tiragens já chegaram a mais de 400 mil exemplares vendidos,
conferindo à nova versão o título de uma das histórias em quadrinhos mais
vendidas do mundo.
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