Como o novo filme do Batman e do Super Homem
explica um comportamento humano bem divertido!
Filme estreou com grande
procura e enxurrada de críticas
A essa
altura do campeonato, a menos que viva sob quarentena em Krypton, você já ouviu
falar do novo filme com o Batman e o Super Homem. Motivos para falar há
bastante.
O filme bateu recorde de estréia no Brasil e já atingiu aqueles
números gigantes que fazem o pessoal de Hollywood dar risada em voz alta.
Alto
também é o volume de críticas que o filme tem recebido. Antes mesmo de começar,
aliás, todo mundo xingava o diretor, as escolhas dos atores, as imagens que
vazavam do filme e cada detalhe da produção.
Ao contrário de Guerra nas
Estrelas, que contava com a boa vontade infinita do público e seria um sucesso
independente do que acontecesse, "Batman vs Superman" parecia fadado
ao fracasso.
Vamos ser
justos. Eu odiei o último filme do Super-Homem, mas também odiei o último
Guerra nas Estrelas que o George Lucas fez (episódio III).
Achei um monte de
furo no roteiro de "Batman vs Superman", achei as sequências de
“sonho" uma perda de tempo (ainda que eu entenda que queriam mostrar como
o Batman é maluco), e sou da opinião de que faltou uma pitada de humor no
filme.
Mas vamos
ser sinceros? Eu perdoei Guerra nas Estrelas por fazer o Han Solo tomar uma
decisão que ele nunca tomaria na trilogia original, perdoei a princesa Leia por
passar reto pelo Chewbacca e abraçar uma desconhecida em um momento emotivo.
Perdoei o Luke Skywalker por ter abandonado seu treinamento com o Mestre Yoda
em “Império Contra Ataca” mas deixar que todo mundo se vire nesse último filme
(aliás, perdoei a história dele virar um ermitão mas deixar um mapa “escondido”
em um robô).
Se
compararmos com outros sucessos recentes, "Batman vs Superman" até
que se sai bem. Lotamos as salas de cinema para ver Jurassic World, que tinha
um roteiro completamente imbecil em que as pessoas cometem os exatos mesmos
erros dos primeiros três filmes, e contratam o mesmo japonês maluco na
esperança de que dessa vez seja diferente.
Lotamos o primeiro Capitão América,
que tinha um roteiro que me lembrava mais um filme de sessão da tarde do que
uma grande obra cinematográfica. Lotamos nos dois filmes dos Vingadores. O
primeiro pode ser resumido como “O vilão do primeiro Thor vai lutar com todo
mundo”, e o segundo por “uma versão do Ultron pior que a dos quadrinhos.”
Adorei os filmes, mas desculpem, é verdade.
O que
justifica, então, todos esses filmes serem sucessos, e Batman Vs. Superman ter
uma classificação crítica abaixo de Sharknado (se você não viu Sharknado,
parabéns. É um filme sobre tubarões presos em um tornado voando por aí)?
Dentre as
várias coisas que nos fazem humanos, um dos meus fenômenos favoritos é o
“efeito manada”.
Esse é o nome que damos quando as expectativas de todo mundo
se alinha, fazendo com que a realidade se altere cada vez mais naquela direção.
É o efeito manada que explica por que na época em que a bolsa estava subindo
todo mundo achou uma ótima ideia comprar ações do Eike Batista (afinal, elas
não paravam de subir e quanto mais gente comprava, mais subiam).
É o efeito que
faz modas entrarem e saírem tão rapidamente, e também é o que faz todo mundo
resolver odiar a mesma coisa, ao mesmo tempo.
Sua avó,
que já conhecia o efeito manada, com certeza já te perguntou: se seus amigos
pularem pela janela, você pula também?
Fábio, ótima reflexão sobre como tendemos a ignorarmos nossa própria opinião. Acredito que aos grandes pseudocríticos motivados simplesmente pela pura falta de reflexão sobre um passado recente sobre filmes tecnicamente ruins mas aclamados pelo grande público através do comportamento de manada.Parabéns pelo texto!
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