domingo, 27 de março de 2016

Robôs que fazem sexo podem revolucionar prazer humano


Robôs que fazem sexo podem revolucionar prazer humano

O futuro parece sempre distante. Mas quando menos se espera, ele surge e se infiltra na vida das pessoas. É difícil imaginar que há 20 anos a internet fosse algo tão presente na vida das pessoas.
Em duas décadas, os aparelhos domésticos oferecem conexão, ônibus se conectam com sites e ruas oferecem bandas largas.
A mesma tecnologia que revolucionou a comunicação quer mudar completamente a visão que os humanos têm de sexo.
Ato para a reprodução dentre humanos, além de incensado prazer,  o sexo pode tornar-se a prática humana que mais passará por transformações nas próximas duas décadas.
A brincadeira começou no início do século com bonecas realistas, caso da RealDoll, que tornou-se um hit após o cliente ter o poder de escolher cor da pele, dos olhos e outros parâmetros.
Agora robôs com feições humanas já fazem sexo. Eles podem ser comprados. E nos próximos anos a tendência é que sejam replicantes e andem com seus ‘maridos’ ou ‘esposas’.


A True Companion já fornece robôs sexuais. Um deles,  o modelo feminino Roxxxy, faz sucesso no Japão desde 2010.
Por 6.995 mil dólares, você pode ter um aparelho que fala com você e diz, por exemplo,  que está  excitada.
Caso você não goste da abordagem de uma namorada real, pode falar para ela o que gosta ou não. E em último caso termina o relacionamento.
Com Roxxxy é diferente: você a programa.
Existem cinco opções de personalidade pré-programadas. Caso não goste da robô mais atirada, pode optar por ações e gestos mais educados e recatados.
A parte física externa é quase perfeita. E também pode sofrer a customização que o cliente desejar.  Um dos diferenciais: os orifícios internos (zonas erógenas) apresentam sensores que respondem ao toque.
Não bastasse isso, motores acoplados ao corpo, que substituem músculos, são utilizados para deixar a experiência sexual ainda mais realista. Os engenheiros prometem ainda a reprodução de formas de prazer impossíveis para humanos.

Douglas Hines, diretor da True Companion,  respondeu a um questionamento do Diário da Manhã sobre a eficácia do produto: “É totalmente seguro. Feito com a melhor engenharia que existe, além de produtos de qualidade. Nos próximos anos será sucesso em  todo mundo, inclusive no Brasil!”.
Ele afirma que já existem “casamentos” entre consumidores e bonecas. E que os desdobramentos são imprevisíveis.
Antônio Carlos de Souza, sociólogo da Universidade Federal de Goiás (UFG) que pesquisa o impacto das novas tecnologias, diz que a tendência é que aumente a demanda por novas bonecas-robôs. “A aproximação humana com a tecnologia nem sempre é destinada ao fator custo e benefício. Muitas vezes é o prazer. Por isso, as previsões são de que em poucos anos seja normal você ver uma pessoa que diz se relacionar com o robô, que ou fica em casa ou o acompanha no cotidiano”.
Antônio diz que a fase 3 ou 4 da rede mundial de computadores será a “internet das coisas”. Para ele, essa característica vai dar “asas” à inteligência virtual. “Ou seja, teremos robôs mais interessantes, inteligentes e companheiros.  Acredito que teremos pessoas que realmente amam robôs. Veja que existe um fetiche com o celular, que já domina o mundo. Imagine com algo que apresente formas humanas”, diz.
Cliente e uma modelo Roxxxy quando ainda era apenas um protótipo para ser testado: sexo do futuro

Antônio afirma que se “apaixonar” por objetos é comum. A fase posterior será efetivamente ter um grande interesse em estar ao lado constantemente destes equipamentos.
“A tendência no mundo é aumentar a solidão. A produção industrial leva os homens a se separarem e romperem. As mulheres estão cada vez mais independentes  e livres da subordinação masculina. E os homens não conseguem se relacionar com antes. Teremos um novo mundo pela frente onde a pessoa vai numa festa e diz para o anfitrião: “Olá, está aqui é Jessica, um robô XD346. A encontrei no Walmart e foi amor à primeira vista. Existem melhores no mercado, mas não pretendo trocá-la”. E o pior é que a ‘namorada’ robô irá responder, pegar nas mãos e andar como os humanos. Estamos atrasados em relação ao filme “Blade Runner”, mas os replicantes estão chegando”.
CONTRA
A campanha desenvolvida por Kathleen Richardson quer antecipar este futuro e criticar os usuários: a pós-doutora em ética e robótica afirma que é absurdo despersonalizar o sexo.
Para ela, é antiético e grosseiro buscar nestas espécies de “produtos” uma solução emotiva, que só agrava a situação do humano em sua busca de “significado para a existência”.
Kathleen Richardson critica até mesmo os programadores que buscam inclusive criar situações de sexo entre robôs. A tendência já é estudada por universidades da Inglaterra e Estados Unidos, além de empresas que se dispõem a anunciar a novidade. Para Kathleen Richardson a prática vai acelerar o detrimento dos relacionamentos entre casais, crianças e adultos. Ela não enxerga utilidade na tentativa em dar aos robôs a liberdade e autonomia sexual.
Pesquisadores e interessados como John Esteves, da Icon Robotics, rebatem Kathleen Richardson: “Ao dar autonomia sexual ao robô, na verdade, queremos que ele possa trocar experiências e usufruir de compostos físicos e químicos da outra máquina. Através do sexo robótico será possível troca de fluídos que, por exemplo, melhorar seu funcionamento. O sexo terá uma funcionalidade”.
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