A total falta de transparência, especialmente
dos órgãos públicos, vem transformando o Brasil em verdadeira ilha da fantasia.
Tudo, ou quase tudo, que é dito como oficial deixa sempre uma ponta de
desconfiança, pois logo ali na frente, pode acontecer uma outra versão, também
oficial, desmentindo ou oferecendo uma nova cor à primeira. Falta seriedade.
São Paulo, como exemplo, já vem sofrendo o problema
do desabastecimento de água há algum tempo, considerando as condições precárias
dos reservatórios e, principalmente, os atrasos nas obras de captação de água
para distribuição ao povo, que paga por ela, e paga caro. Os mandatários, em
todas as aparições, para falar sobre o assunto, alegavam o aproveitamento do
tal “volume morto” com a afirmação de que o líquido não faltaria nas torneiras.
Agora, o tema volta aos debates e as “palavras
oficiais” mudam de tonalidade. O racionamento poderá acontecer em até cinco
dias por semana. O mesmo se ouve dizer com relação ao sistema energético, onde
o recente “apagão” foi camuflado como fato esporádico. Agora, está sendo
sinalizado o perigo do desabastecimento, pela falta de geração de energia, que
está condicionada ao volume baixíssimo das represas.
O mesmo também se diz com
respeito aos problemas da Petrobras e de tantos outros que se espalham por este
Brasil. Por que as vozes oficiais, quer no Planalto, como nos Estados, escondem
a verdade do povo e somente quando não mais é possível esconder, mudam a versão
dos fatos?
Como podem querer que o povo tenha confiança nos políticos,
se eles mesmos escondem a verdade daqueles que deveriam representar e, não
raro, são surpreendidos pelas novas versões, que terminam aparecendo e, não se
diga que processos dessa natureza são ligados diretamente a uma determinada
sigla, quando a verdade é que muitos Estados são comandados por legendas
diferentes, mas o procedimento não é nada diferente.
O que se pode depreender de tudo isso é que os
governos deixam de fazê-lo, no acompanhamento das demandas, com aproveitamento
do dinheiro para projetos, muitas vezes politiqueiros e, no momento em que os
fatos acontecem, os senhores da palavra oficial passam a “enrolar” enquanto
possível, porque não tem como explicar a falta de investimentos que deveriam
ter feito no tempo hábil.
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